Sofrimento: por quê?
Você já teve a sensação de se sentir abandonado ou abandonada por Deus, de que Ele não escuta as suas orações ou não responde a elas? Quem de nós, em um momento de dor e sofrimento, nunca se questionou: ‘por que eu’? Em geral, a nossa maneira de pensar é: ‘a pessoa boa deve ser recompensada e a que pratica o mal, castigada’.
Situações difíceis podem romper com a nossa ‘lógica de retribuição’. O texto de Jó 19.1-27 aponta para a esperança e certeza do amparo de Deus em meio ao sofrimento. Jó era um homem bom, rico, correto e temente a Deus. Mesmo assim, a sua fé foi posta à prova. Perdeu as pessoas que lhe serviam, animais, terras, filhos e filhas. Depois, teve o corpo coberto por feridas horríveis, mas continuou crendo em Deus e não pôs a culpa de tudo o que havia acontecido nele, como disseram para ele fazer. Nesse sentido, o livro de Jó mostra algo diferente do nosso senso comum: ‘a pessoa justa também sofre’.
O sofrimento atinge também as pessoas que creem. Mesmo que não compreendamos, o sofrimento faz parte da vida e, inevitavelmente, não há como fugir ou poupar alguém de experimentálo. Com Jó, aprendemos que não estamos sozinhos e sozinhas em nossas dificuldades, lutas e dores. Ainda que nos sintamos assim em algumas situações, somos convidados e convidadas a confiar na presença e no amparo de Deus.
Em todos os momentos da vida, somos convidados e convidadas a colocar a nossa vida sob a luz da graça de Deus e reconhecer que a nossa sufi ciência vem dele. Precisamos do aconchego e da força que vêm de Deus, que continua conosco, perdoando e acolhendo. A esperança cristã, mesmo em meio ao sofrimento do presente, olha firmemente para a promessa da ressureição.
Martina Wrasse Scherer
Coordenadora do CONAJE
Sínodo Centro-Campanha-Sul