Nosso compromisso é o Evangelho(parte 3/6)
7. Nós confessamos que Deus fez tudo o que existe. Aos olhos de Deus, toda a Criação é muito boa (Gn 1.31). Deus nos deu habilidades, capacidade criativa e responsabilidades. Como imagem e semelhança de Deus, deveríamos cuidar da Criação da mesma forma que Deus cuidaria (Gn 1.27 e 2.15). O desmatamento, a poluição, o consumo excessivo e o uso desenfreado de agrotóxicos evidenciam justamente o contrário. A liberação de agrotóxicos, já proibidos em outros países, traz consequências nocivas para a saúde humana e para a vida de outros seres criados por Deus. Os crimes ambientais de Mariana/MG e Brumadinho/MG chocaram pela destruição e violência. Sustentamos que agências reguladoras e órgãos ambientais devem exercer fiscalização rigorosa, sem conivência com interesses econômicos. Reiteramos a necessidade urgente de reduzir emissões dos gases que causam o efeito estufa. Reivindicamos ações de saneamento para diminuir os efeitos do esgoto. Precisamos desenvolver, em nossas casas e em nossas Comunidades, ações de cuidado com o planeta. Se não agirmos, as gerações futuras sofrerão muito mais as consequências da nossa capacidade destrutiva e do descaso com o meio ambiente.
8. Entendemos que a função da Política é organizar a vida em sociedade e promover a justiça. A nossa democracia se fragiliza quando, em lugar do bem comum e da justiça social, prevalecem interesses pessoais e de grupos econômicos. Há dificuldade em consolidar políticas públicas que garantam a universalização do acesso à educação e à saúde, assegurem o cuidado com o meio ambiente, o acesso a alimento saudável e o direito a uma aposentadoria digna. A prática da corrupção, que não é exclusividade da Política, impregna o sistema político. Não havendo punição adequada, a corrupção acaba sendo vista como prática que ‘vale a pena’. Pessoas desempregadas, trabalhadoras e empresárias, comprometidas com princípios éticos do bem comum, são as que mais sofrem com o desvirtuamento político. Percebemos que também o sistema judiciário precisa ser aprimorado e funcionar imparcialmente, de acordo com o direito e as normas constitucionais.
Manifesto da IECLB: Nosso compromisso é o Evangelho, elaborado por incumbência do XXXI Concílio da Igreja, realizado em outubro de 2018, em Curitiba/PR, e aprovado, em março de 2019, na Reunião do Conselho da Igreja, após consulta aos Pastores e às Pastoras Sinodais, com subscrição da Presidência da IECLB.
Continua na próxima edição...
Presidência do Conselho da Igreja