Nosso compromisso é o Evangelho(parte 4/6)
9. Preocupa-nos de forma especial o assunto da Previdência Social. Quem trabalha tem direito a aposentar-se de forma digna. Reconhecemos que é necessário reformar o sistema previdenciário para garantir a sua sustentabilidade, mas defendemos que sejam observadas as diferentes análises da situação da Previdência, que sejam cobradas as dívidas astronômicas e que a distribuição dos benefícios seja justa. A proposta de reforma previdenciária diminui benefícios, mas não mexe em privilégios de certas classes. Ela também não considera as diferenças entre as profissões e as expectativas de vida regionais. É imprescindível mais transparência sobre a aplicação dos recursos para sustentar a Previdência Social. Precisamos nos unir para além das diferenças partidárias e dos interesses privados, buscando o bem comum e amparando especialmente as pessoas mais necessitadas.
10. Os índices de violência no Brasil são assustadores. Com cerca de 60 mil homicídios por ano, os nossos números se assemelham a regiões em situação de guerra. Os homicídios afetam especialmente pessoas jovens e negras. São assustadoras e extremamente graves as situações de pedofilia e abuso de crianças. A taxa de feminicídios (assassinato de meninas e mulheres) no Brasil é a quinta maior do mundo. Cresce a violência contra povos indígenas e a violência baseada em discriminação por orientação sexual. Sofremos também com a intensa sensação de insegurança, tanto nas cidades, como nas localidades rurais. Atividades pessoais e comunitárias, muitas vezes, são limitadas pelo medo. Os governos têm falhado sucessivamente no combate ao narcotráfico e à criminalidade. Armas são fabricadas para matar. A posse de armas não soluciona o problema da segurança pública, que é uma obrigação do Estado. Além de enfrentar as consequências da violência, é preciso perguntar pelas suas causas e se engajar em ações que sustentam a vida. Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, chamou de bem-aventuradas (felizes) as pessoas que promovem a paz (Mt 5.9). Esta paz pressupõe a prática da não violência. A fé e a esperança cristã nos comprometem a buscar um mundo com menos armas, com mais paz e mais vida (Is 2.4).
Manifesto da IECLB: Nosso compromisso é o Evangelho, elaborado por incumbência do XXXI Concílio da Igreja, realizado em outubro de 2018, em Curitiba/PR, e aprovado, em março de 2019, na Reunião do Conselho da Igreja, após consulta aos Pastores e às Pastoras Sinodais, com subscrição da Presidência da IECLB.
Continua na próxima edição...
Presidência do Conselho da Igreja