Tempo de esperança!
Em 2020, a pandemia causada pelo Covid-19 ocupou parte da pauta das nossas reuniões do Conselho da Igreja. Os sentimentos se dividiram entre angústias individuais e coletivas e o cuidado e a esperança em cada partilha. As reflexões se deram a partir de Comunidades e Sínodos e, como Igreja, vivenciamos em comunhão o que, até então, era vivido por nós em diferentes lugares do país.
Experenciar tudo isso, por vezes, foi doloroso, mas, mesmo nos momentos de apreensões mais profundas, sabíamos que Deus era por nós e nos fortalecemos como IECLB por meio das tecnologias de comunicação e pelas volumosas ações de diaconia na Igreja.
A pandemia trouxe reflexões pertinentes à vivência da fé nas Comunidades (de forma presencial ou remota), como a preocupação com as pessoas idosas, as pessoas doentes, a sustentabilidade das Comunidades, o desemprego, a fome, o isolamento, o distanciamento, a depressão, revelando que o Sistema de Saúde brasileiro não consegue atender a demanda da população.
Frente a tudo isso, nada se compara a tantas vidas ceifadas (mais de 185 mil óbitos), das quais a maioria teve que viver o luto pela perda de pessoas queridas para o vírus sem sequer poder se despedir junto aos familiares, pessoas amigas, irmãs e irmãos na fé, já que vivenciamos no contato ou, ainda, na eminência do contato com o novo Coronavírus, a fragilidade humana. A pandemia deixa também como legado a necessidade de testemunharmos a nossa fé nesse mundo, com o qual, em vários aspectos, não comungamos, mas que podemos transformar ao nos engajarmos por meio do que nos indica o Tema da IECLB para 2021: Viver o Batismo: dons a serviço, acompanhado do Lema Eis que faço novas todas as coisas (Ap 21.5).
Não seremos mais as mesmas pessoas frente ao delicado contexto revelador de dicotomias sociais, econômicas, ambientais e sociais. Quiçá não sejamos! Que a ‘desacomodação’ nos acompanhe nesse tempo de Advento por meio da esperança contida na Mensagem do XXXII Concílio da Igreja: Ainda que vivenciemos incertezas, temos certeza que as promessas de Deus, reveladas nas Escrituras Sagradas, se realizam. Achegamo-nos ao Deus da esperança para receber ânimo e inspiração. Que o Deus da esperança encha vocês de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que sejam ricos de esperança no poder do Espírito Santo (Rm 15.13).
Profa. Dra. Débora Pedrotti | 2a Secretária do Conselho da Igreja