Planejamento e Metas Missionárias
Segundo Atos 1.8, a Comunidade de Cristo se move pelo sopro do Espírito de Deus. Não só isso, ele é também a sua força (At 1.8), o seu consolador (Jo 15.26-27) e guia (Jo 14.26). Estas funções do Espírito não fazem mais que concretizar o Ministério de Cristo (Jo 14.25 e Rm 8.22). Todo esforço de edificação de Comunidade, chame-se revitalização, avivamento, recriação ou reforma, tem a ver com ações que viabilizem o agir do Espirito de Deus. Assim, seguem duas considerações:
1) É comum entender que as atividades tradicionais da Comunidade são suficientes para viabilizar esse agir do Espírito. A participação nessas atividades é colocada como termômetro da espiritualidade. Há certa verdade nisso, uma vez que essas atividades têm sido responsáveis pela preservação e transmissão da fé no âmbito da Comunidade. A pergunta é se essas atividades, na sua dinâmica atual, conseguem responder de forma satisfatória a essas tarefas. Tal questão nos ajuda a enxergar o quanto essas atividades, sem que essa seja a intenção, contribuem para ocultar uma ruptura entre fé e vida, ou seja, participa-se, segue-se o rito, a formalidade, sem que haja novidade de vida. Seja como for, a revitalização passa pela dimensão espiritual e essa sempre terá o seu início na conscientização do abraço de Deus que recebemos no Batismo.
2) Toda e qualquer mudança é resultado automático de uma experiência de fé. Em uma relação de causa e efeito, acredita-se que a edificação, revitalização, avivamento, recriação ou reforma da Comunidade decorrem de um ato de fé e nada mais. Quando tudo continua do mesmo jeito, responsabiliza-se a falta de fé. Aqui é valioso o texto de Atos 2.37. Na pregação do Apóstolo Pedro, o Espírito agiu com poder, levando as pessoas para o ponto da mudança. Entretanto, esse agir só encontra efetividade após resposta à pergunta: Irmãos, que faremos? Isso significa que os impulsos do Espírito precisam adquirir forma e direção por meio de ações concretas, desdobradas em atividades especificas.
Alguns aspectos na Comunidade não saem do lugar ou se caminha em círculos, em parte, pela falta de clareza sobre metas, objetivos, atividades, prazos, recursos, etc. Sonha-se em voz alta, busca-se coragem em Deus, mas dificilmente se faz um plano de ação para concretizar esse sonho. Neste contexto, o Planejamento e as Metas Missionárias estão postos para ser bons instrumentos da concretização do sopro do Espírito.
P. Dr. Pedro Puentes | Secretário de Missão da IECLB