Jornal Evangélico Luterano

Ano 2019 | número 833

Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Porto Alegre / RS - 10:19

Perspectiva - P. DR. Oneide Bobsin

Ninguém vai para o céu!

Novembro, mês com datas importantes! Logo no início, vamos aos cemitérios zelar pelos túmulos das nossas pessoas queridas. É uma tradição saudável para a elaboração do luto. Já no final do mês, os Cultos giram em torno de temas como ‘morte’ e ‘eternidade’, bem como o final dos tempos e o início do novo tempo da vinda de Deus em Jesus. O fim é um começo.

Então, as datas de novembro são marcantes, o que não nos impede de contar uma anedota sobre o sepultamento de um homem famoso... Enquanto os humildes pedreiros fechavam a sepultura, os amigos importantes do morto famoso teciam grandes elogios ao falecido. Já que, no rito religioso, a sua fama não havia sido considerada, seria uma compensação de amigos.

Um dos amigos falava a respeito das obras de caridade do falecido. Outro contava sobre a importância política da sua atuação. Um terceiro se pronunciou dizendo que o falecido tinha sido um bom pai e um excelente marido. A lista foi longa... Não faltaram elogios!

Um dos amigos viu que os pedreiros estavam com o ouvido nos discursos e as mãos no trabalho. Sem nada mais o que dizer, curioso, ele perguntou ao pedreiro, homem simples, mas sábio: ‘No dia do seu sepultamento, o que o senhor gostaria de ouvir?’. O pedreiro olhou para cima, já que estava agachado, e disse sem pestanejar: ‘Gostaria que alguém dissesse o seguinte: Olhem, ele está se mexendo!’.

Esta anedota me lembrou de uma frase dita, certa vez, pelo Papa Francisco, a um grupo de Cardeais no Vaticano, dias depois da sua escolha: ‘O cemitério está cheio de gente insubstituível’. Em outra oportunidade, disse a Bispos da sua terra natal: ‘Pastor precisa ter cheiro de ovelha e não de aeroporto’.

As duas frases do Papa Francisco e aquela do pedreiro mostram que o caminho para o céu não passa pela fama das nossas obras. Foi isso que tentei dizer para um estudante de Teologia de início de curso, porque ele se mostrava sabedor de tudo. Disse-lhe que ninguém vai para o céu. Ele se desconsertou com as suas certezas e apelou para as obras como meio de salvação, o que nos lembra do Dia da Reforma, que antecede o Dia de Finados.

No entanto, para não deixar o aprendiz de Teologia tão desconsertado, lhe disse: ‘Para o cemitério, somos levados e levadas por parentes, amigos e amigas. Logo, ninguém vai. É levado, levada. Assim acontece com a fé. Não vamos para o céu. Somos levados e levadas pela fé – e somente pela fé. As obras que nasceram da fé ficam aqui transformando a vida das pessoas’.

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