A ressurreição do Messias muda tudo radicalmente
Podemos dar crédito a uma história contada por um incrédulo? Parece que este é o drama do filme Ressurreição (2016), cujo personagem principal é um militar romano, Clavius, sob as ordens de Pôncio Pilatos, Governador instituído pelo Império Romano para controlar o povo judeu. O Governador e o militar desejam agradar o Imperador de Roma.
O Messias é um problema para as carreiras de ambos. Às vésperas da visita do Imperador, o Governador está preocupado com fake news sobre a ressurreição do Messias. Para evitar revoltas por parte da população, Pilatos incumbe Clavius de investigar as notícias sobre a ressurreição do crucificado. O militar começa pelos guardas do sepulcro, que haviam dormido demais, sob o efeito do álcool, e deixaram os discípulos roubarem o corpo de Jesus. Não satisfeito, interroga mulheres que viu na crucificação e ameaça os discípulos.
Sob a pressão do Império Romano, Pilatos exige a averiguação das valas onde os corpos dos crucificados eram jogados. O Tribuno romano não encontra o corpo com as marcas de perfuração de Jesus, cujas pernas não foram quebradas, um costume romano.
Quando o fracasso da investigação era iminente, Clavius encontra o grupo de discípulos reunidos a portas fechadas. O militar vê que Jesus está no meio deles, larga a sua espada e parece esmorecer. Não acredita no que está vendo. A sua investigação toma outro sentido. Ele não dá mais satisfação a Pilatos. Mesmo incrédulo, o militar deixa de perseguir as pessoas que seguem Jesus e passa a acompanhá-las.
Na perseguição da tropa de Pilatos para prender os discípulos, Clavius os protege e pede ao subordinado que os encontrou para fi car calado. Ele acompanha os discípulos, testemunha os milagres da pesca e vê Jesus caminhar sobre as águas.
Agora amigo dos discípulos, Clavius se despede de Pedro com um abraço. Pedro mostra a marca da facada do militar na sua perna. De fato, não foi uma facada ‘virtual’. O sinal da violência foi transformado em sinal de uma amizade nascida do perdão. O militar nunca encontrou o corpo de Jesus, pois ‘ele está em todo o lugar’, nas palavras de um seguidor. Pilatos ficou sem resposta, oscilante como no dia em que lavou as mãos diante do inocente.
A ressurreição do Messias muda radicalmente a vida e as situações, atesta o filme. No entanto, somos como o militar romano, incrédulos tocados por Jesus. Preferimos crer em messias que evitam a cruz, mas crucificam a população com um sistema de saúde fracassado, não obstante os esforços dos profi ssionais de saúde, com uma educação atirada às traças, em que sucedem Ministros pouco afeitos à educação, especialmente das pessoas mais pobres.
Em 7 de setembro, cantemos: Pátria amada, sim! Idolatrada... jamais!
P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS