Jornal Evangélico Luterano

Ano 2020 | número 843

Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Porto Alegre / RS - 12:46

Perspectiva - P. DR. Oneide Bobsin

Língua perigosa e fake news

Outubro é o mês das comemorações da Reforma da Igreja proposta por Lutero e outros Reformadores no século XVI. Também é o mês em que as campanhas eleitorais estão a todo vapor, pois, de dois em dois anos, temos Eleições. Lamentavelmente, esse processo está cada vez mais marcado por mentiras, agora ‘potencializadas’ por tecnologias. Sim, é possível eleger alguém com mentiras! Sim, muitas pessoas são eleitas com mentiras, inclusive por quem é contra a mentira.

Ao ler a explicação de Lutero sobre o Oitavo Mandamento, Não dirás falso testemunho contra o seu próximo, no Catecismo Maior, temos a convicção que o Reformador conhecia o poder maléfi co do falso testemunho. Lutero não tinha celular, o que facilita espalhar notícias e mentiras. Ele fez as suas considerações sobre a nossa língua, um pequeno órgão do nosso corpo e que pode fazer tanto bem quanto mal.

Além do nosso corpo, do nosso cônjuge e dos nossos bens materiais, temos outro tesouro, conforme Lutero: honra e boa reputação. Sem elas, viveremos em desgraça pública. A explicação do Mandamento faz, ainda, perguntas ao sistema judiciário e não ignora a possibilidade da justiça ser torcida em favor dos poderosos, pois quem deve julgar as causas com justiça e executar as sentenças com vigor, muitas vezes, irritará bons amigos, parentes, vizinhos, ricos e poderosos, que podem servir e prejudicar. Lutero diz também que esse Mandamento objetiva que cada qual ajude o próximo para lhe garantir o seu direito, o que vale para o Juiz e para a testemunha.

Segue Lutero com uma outra questão a respeito de todas as pessoas indistintamente, ou seja, o Mandamento proíbe o pecado da língua, que pode causar dano ou magoar o próximo. Em sua explicação, não separa o espaço espiritual do secular, ou seja, do mundo. Dizer falso testemunho é obra da boca, que Deus proíbe aos falsos pregadores, aos Juízes e às testemunhas.

Ao reler os comentários de Lutero, dei-me conta de uma experiência da infância, na qual o Juiz era uma autoridade distante. Muitos conflitos eram resolvidos conforme orientações bíblicas, citadas no texto de Lutero, conforme Mateus 18.15: Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se não surtir efeito, toma outras pessoas como testemunhas. O Reformador mostra como refrear o perigo da língua na Comunidade. Neste âmbito, poderíamos diminuir custos com o Judiciário mais caro do mundo.

Como a língua foi ‘potencializada’ pela tecnologia, Lutero exortaria assim: ‘No homem todo nada há que possa fazer mais bem ou maior mal, em coisas espirituais e seculares, do que a língua, o menor e mais frágil dos membros’. 

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