Trabalho e dignidade são desejos de Deus Sentido à existência humana!
Você comerá do fruto do seu trabalho, será feliz, e tudo irá bem com você (Sl 128.2).
A Páscoa é a festa mais importante no calendário da Igreja, por isso ela nos carrega e nos conduz p elo mês de maio afora. Este ano, os quatro domingos de maio são liturgicamente chamados domingos da Páscoa ou domingos após a Páscoa. O fato que Cristo vive (Lc 24.5b) renova a nossa esperança e nos dá novo ânimo para enfrentar o que vem pela frente. Queremos caminhar por este mês testemunhando o amor de Deus e colocando sinais concretos deste amor por onde passamos.
Maio também é um mês repleto de datas importantes: o Dia do Trabalho ou, como propôs Paulo Freire, o Dia das Pessoas Trabalhadoras (1º), o Dia Nacional da Diaconia (5), o Dia das Mães (12), o Dia da Assinatura da Lei Áurea, que, no papel, abolia a escravidão no Brasil (13), o Dia da Fundação da Casa Matriz de Diaconisas (17), entre outras. Temos muito para lembrar, pensar e mesmo comemorar.
Embora estejamos na época da Páscoa, nem tudo é doce, nem tudo é chocolate, nem tudo é ressurreição. Ainda há muitos sinais de sofrimento e morte, por isso as atividades na vida da Comunidade seguem o seu rumo: Cultos, Estudos Bíblicos, Grupos, Visitação, Diaconia, Missão. O trabalho nas Comunidades, em grande medida, voluntário, precisa continuar. A IECLB é uma Igreja que conta muito com o trabalho voluntário das pessoas.
No entanto, apenas de voluntariado não é possível sobreviver. Precisamos de trabalho que gere a renda para manutenção, nossa e de nossas famílias. Quando há trabalho e emprego, há renda, a economia se movimenta e mais trabalho e empregos surgem. Hoje, há mais de 13 milhões de pessoas desempregados no país (IBGE, março/18), sem contar outras dezenas de milhões que sobrevivem em subempregos. Falta de trabalho e desemprego são preocupações constantes.
As pessoas, sendo criadas à imagem e semelhança de Deus (cfe. Gn 1.27), têm dignidade intrínseca. Isto significa que elas são dignas simplesmente porque existem, mas o trabalho, a profissão e o emprego ajudam a dar sentido à existência humana. O trabalho dignifica, por isso a maioria das pessoas almeja comer do fruto do próprio trabalho. A falta de trabalho e o desemprego, portanto, não são apenas ruins para a economia, mas também para a autoestima das pessoas.
Rogamos a Deus que oriente pessoas, grupos, instituições e governos a trabalhar intensamente para que haja trabalho digno para todas as pessoas. Assim, elas podem viver as suas vidas com a dignidade com a qual foram criadas por Deus.
P. Dr. Mauro Souza | Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB e Assessor para Missão Global e Ecumenismo