A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

Nota sobre atividades presenciais, emitida pela Presidência da IECLB, pelas Pastoras Sinodais e pelos Pastores Sinodais em 29/05/2020

29/05/2020

 

No dia 17/03, foi emitida uma nota orientando a suspensão das atividades comunitárias que envolvem encontros presenciais. Passados mais de dois meses, os casos de Covid-19 continuam aumentando assustadoramente, e já são mais de 26 mil óbitos registrados. Com a suspensão das atividades presenciais, contribuímos de forma decisiva para que esta situação não fosse ainda pior. Nossos espaços comunitários não foram locais de propagação e contaminação pelo vírus. Nossas igrejas vazias estão cheias do testemunho de amor e cuidado com a vida.

Na atual conjuntura, recomendamos que se mantenha a suspensão das atividades comunitárias que geram aglomeração de pessoas. Não podemos definir uma data para a retomada plena dessas atividades, porque não sabemos como continuará a proliferação da pandemia. Considerando as dimensões continentais do nosso país e as diferentes condições, entendemos que a decisão sobre o retorno das atividades presenciais deverá acontecer de acordo com a situação em cada Sínodo. Pastoras Sinodais e Pastores Sinodais, em conjunto com Ministras, Ministros e lideranças, definirão o retorno das atividades, considerando as circunstâncias locais, as determinações dos órgãos governamentais competentes e as orientações da IECLB. A suspensão permanece até que o Sínodo emita orientação acerca da retomada das atividades em sua área de abrangência.

Até o momento, emitimos notas conjuntas para todos os Sínodos. Com isto, damos um importante testemunho de unidade e de compromisso com a vida. Ao orientar a suspensão de atividades presenciais antes mesmo de decretos governamentais, a IECLB se destacou no cenário nacional. Semanalmente, a Presidência, as Pastoras Sinodais e os Pastores Sinodais avaliam a situação e procuram encontrar caminhos para responder aos problemas e desafios. A atribuição de orientação agora repassada aos Sínodos não anula a unidade da Igreja nem o compromisso. Os diálogos entre Presidência, Pastoras Sinodais e Pastores Sinodais continuarão, mas os Sínodos envolverão cada vez mais as lideranças no processo de orientação sobre os procedimentos neste tempo de pandemia.

Casos acumulados de COVID-19 por data de notificação

 

 
 
Óbitos acumulados de COVID-19 por data de notificação
 
 
 
 
Evolução de casos e óbitos por Covid-19 no mês de maio

 
- Em 29/05/2020, o número de óbitos por Covid-19 no mundo passou de 360 mil. O número de casos confirmados se aproxima de seis milhões (Fonte: https://coronavirus.jhu.edu/map.html).
 
- No Brasil, o número de casos registrados chegou a 438.238 em 28/05/2020, e o número de óbitos está em 26.754. Do total de casos, 177.604 são considerados curados (40,5%) e 233.880 estão em acompanhamento. Os dados indicam que não alcançamos o pico da pandemia, e não há previsão de quando isto ocorra.
 
- O distanciamento social e as medidas de higiene continuam sendo a maneira mais eficaz de diminuir a transmissão do novo coronavírus.
 
Nossa responsabilidade como lideranças
 
A atividade de liderança na Igreja envolve responsabilidades, trabalho, preocupações, desafios. Neste sentido, a liderança pode ser vista como um fardo, ou como uma oportunidade de servir a Deus e às pessoas. Muitas pessoas se sentem inseguras ou amedrontadas diante da tarefa de liderar e tomar decisões. O que fazer nesta ou naquela situação?
 
A Bíblia contém muitas indicações sobre o papel da liderança. Moisés foi um grande líder, mas não conseguia resolver tudo sozinho. Por isso, foi aconselhado a escolher pessoas para compartilhar a tarefa de liderança. Quanto mais pessoas forem mobilizadas e se engajarem, tanto mais efetivas serão as ações. Em Êxodo 18.13-26, os requisitos para a escolha da liderança são: pessoas capazes, tementes a Deus, que amam a verdade e odeiam a corrupção (= sejam honestas em tudo).
 
Capacidade pode ser adquirida, mas nenhuma pessoa é capaz de tudo. Por isso é necessário trabalhar em conjunto. Assim como um corpo tem diferentes membros, na Comunidade há uma diversidade de dons e aptidões. Neste tempo de pandemia, é fundamental procurar o apoio de pessoas capacitadas na área da saúde e da comunicação, por exemplo. O Apóstolo Paulo enfatizou que cada membro tem uma função e exerce a função em razão do corpo (1 Coríntios 12.12-31). Como membros do corpo de Cristo, que se manifesta em nossa comunidade, servimos ao corpo e recebemos do corpo. Este corpo existe pela ação do Espírito Santo: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo” (1 Coríntios 12.13). Pentecostes é data oportuna para lembrar do Espírito que cria um corpo, que cria comunhão e testemunho.
 
Uma comunidade cristã é uma comunhão de pessoas justificadas pela fé em Jesus Cristo. Por isto se espera que as lideranças comunitárias sejam pessoas tementes a Deus, pessoas de fé. A fé nos motiva a trabalhar em comunidade e para a comunidade. A fé se manifesta no amor e no cuidado que temos com as pessoas. Num mundo cada vez mais tomado por mentiras, suavizadas pelo termo fake news, a verdade e a honestidade são características imprescindíveis. A liderança cristã se compromete com a verdade e a transparência, seja no tratamento dos recursos financeiros, seja na relação com as pessoas.
 
De acordo com 1 Pedro 5.1-4, a tarefa da liderança na comunidade consiste basicamente em cuidar do rebanho de Deus. A observação “de Deus” é necessária para lembrar que o rebanho não é nosso. A comunidade não é nossa propriedade, mas é o rebanho de Deus. O pastoreio do rebanho de Deus não deve acontecer por obrigação, “mas espontaneamente, como Deus quer” (1 Pedro 5.2). “Como Deus quer” significa “como corresponde a Deus”, ou seja, a liderança precisa ser exercida de acordo com a vontade de Deus. O que Deus espera de nós, especialmente neste momento de pandemia? O que seria uma decisão de acordo com a vontade de Deus? A palavra de Deus, a comunhão, a reflexão e a oração certamente nos ajudarão neste momento.
 
Na carta aos Efésios, lemos: “Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Efésios 1.17). E Jesus nos anima: “Não tenha medo, ó pequenino rebanho; porque o Pai de vocês se agradou em dar-lhes o seu Reino” (Lucas 12.32).
 
Pa. Sílvia Beatrice Genz – Pastora Presidente da IECLB
P. Odair Airton Braun – Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB e P. Sinodal do Sínodo Paranapanema
P. Dr. Mauro Batista de Souza – Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB
P. Afonso Adolfo Weimer (Sínodo Rio Paraná)
P. Carlos Eduardo Müller Bock (Sínodo Rio dos Sinos)
P. Dr. Claudir Burmann (Sínodo Norte Catarinense)
P. Décio Weber (Sínodo Centro-Campanha-Sul)
P. Elisandro Rheinheimer (Sínodo Mato Grosso)
P. Gilciney Tetzner (Sínodo Vale do Taquari)
P. Guilherme Lieven (Sínodo Vale do Itajaí)
P. Ismar Schiefelbein (Sínodo Espírito Santo a Belém)
P. Jair Luiz Holzschuh (Sínodo Uruguai)
P. Joel Schlemper (Sínodo Centro-Sul Catarinense)
P. Me. Marcos Jair Ebeling (Sínodo Sudeste)
Pa. Patrícia Bauer (Sínodo Brasil Central)
P. Ricardo Cassen (Sínodo Planalto Rio-Grandense)
Pa. Roili Borchardt (Sínodo Sul-Rio-Grandense)
Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer (Sínodo Nordeste Gaúcho)
Pa. Vera Lúcia Engelhardt (Sínodo da Amazônia)
P. Vilson Emilio Thielke (Sínodo Noroeste Riograndense


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Consulta, primeiro, a palavra do Senhor.
2Crônicas 18.4
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Cristo, juntamente com todos os santos, assume a nossa forma pelo seu amor, luta ao nosso lado contra o pecado, a morte e todo o mal. Em consequência, inflamados de amor, nós assumimos a sua forma, confiamos em sua justiça, vida e bem-aventurança.
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