Nota emitida pela Presidência da IECLB, pelas Pastoras Sinodais e pelos Pastores Sinodais em 24/04/2020

24/04/2020

 

Nota emitida pela Presidência da IECLB, pelas Pastoras Sinodais e pelos Pastores Sinodais em 24/04/2020

Em reunião virtual, realizada no dia 24/04/2020, a Presidência da IECLB, as Pastoras Sinodais e os Pastores Sinodais decidiram manter até o dia 11/05/2020 a orientação de suspensão de cultos e grupos comunitários presenciais. No dia 08/05/2020 será emitido novo posicionamento, levando em consideração o desenvolvimento da pandemia e as reflexões de Sínodos e Paróquias sobre as possibilidades de retorno gradual às atividades presenciais.

O que motiva a manter a suspensão?

Através da nota emitida em 17/03/2020, a IECLB se antecipou a muitas medidas restritivas tomadas posteriormente por órgãos governamentais. Sabemos que, em certos âmbitos, atividades precisaram ser mantidas e outras precisam agora ser retomadas. As autoridades públicas sofrem pressão, seja para manter, restringir ou retomar atividades. As decisões são difíceis porque não é possível prever com exatidão as consequências. Entrementes, alguns decretos viabilizam a realização de eventos religiosos presenciais. Ao manter a suspensão, não agimos em oposição a eles. Tais decretos oportunizam, porém não obrigam a realização de atividades. Os órgãos governamentais têm o grande desafio de coordenar a retomada de forma gradativa. Com a decisão de esperar mais um pouco, estamos contribuindo para possibilitar o retorno mais seguro das atividades presenciais.

Na IECLB, sempre incentivamos a participação no culto e nas demais atividades. Muitas iniciativas foram desenvolvidas para trazer pessoas afastadas ao convívio comunitário. Agora experimentamos o paradoxo de recomendar que as pessoas fiquem em casa, que não venham aos cultos, que não participem de encontros presenciais. O que mudou?

A convicção de que a fé cristã é vivida em comunhão não mudou. Também mantemos a compreensão de que a Igreja é um corpo, no qual cada membro é importante e participa. O que mudou é o contexto. A pandemia de Covid-19 é um fenômeno global e com alto poder destrutivo. Um perigo invisível ronda os encontros presenciais. Não podemos ver o vírus nem saber quem o transmite. Pessoas infectadas podem estar assintomáticas e infectar outras. Boa parcela dos membros da IECLB faz parte de grupos de risco. Se retomarmos atividades presenciais, essas pessoas estarão mais expostas ao contágio. Mas também quem não faz parte de grupos de risco pode adoecer e vir a óbito em decorrência do vírus.

As medidas restritivas foram decisivas para atenuar o avanço e os efeitos da pandemia. Considerando que o número de casos continua crescendo, que a capacidade de testagem é limitada, que há subnotificação de casos e mortes por Covid-19, que a nossa estrutura hospitalar é frágil e não há tratamento 100% eficaz, a alternativa mais prudente e responsável no momento é manter a suspensão por mais um período. O critério fundamental que seguimos é o cuidado com a vida.

Ministras e Ministros têm demonstrado muita dedicação e criatividade neste momento de crise. Da mesma forma, as lideranças comunitárias trabalham incansavelmente. É preciso manter a comunidade animada na fé e encontrar caminhos para assegurar sua sustentação financeira num momento de crise. Os trabalhos e o apoio espiritual continuam, porém de forma diferente. Nos casos emergenciais, não tem faltado a presença física de Ministras, Ministros e de lideranças.

Além das questões acima, confrontamo-nos com diversas perguntas, tais como:

  • Muitas atividades online estão sendo realizadas, e materiais em formato digital são oferecidos. Entretanto, há pessoas que não têm acesso à Internet e não podem participar de atividades online. Como acompanhar pastoralmente estas pessoas?
  • Há diferenças regionais em nosso país e talvez pudéssemos retomar as atividades nas regiões onde o número de casos de Covid-19 é baixo. Mas quem garante que não há possibilidade de deslocamento do vírus e risco de contágio?
  • Temos condições de cumprir com todas as medidas de segurança sanitária indicadas pelos decretos que flexibilizam as restrições?
  • Excluiremos as pessoas de grupos de risco dos encontros presenciais? E como seria feito o controle?

As perguntas e questões levantadas mostram que também a nossa decisão não foi fácil. Queremos encontrar-nos face a face e nos abraçar. Queremos ver pessoas de todas as idades participando na igreja, cantando e orando em conjunto, ouvindo a Palavra de Deus e recebendo os Sacramentos. Neste momento de dificuldade e incertezas, optamos pela cautela e apelamos a Ministras, Ministros e membros da IECLB que aguardem com paciência e confiança.

A Presidência, as Pastoras e os Pastores Sinodais se reúnem semanalmente, de forma virtual, para avaliar a situação. Da mesma forma, conclamamos todas as instâncias da Igreja a analisar a evolução da pandemia e a traçar um plano cuidadoso de retorno, com todas as medidas de segurança possíveis, e em conformidade com as determinações dos órgãos de saúde.

Neste tempo incerto temos a certeza da presença de Deus em nossa vida. Em gratidão e por cuidado à vida, esperamos e preparamos o momento de reencontro. Deus está conosco!

Pa. Sílvia Beatrice Genz – Pastora Presidente da IECLB
P. Odair Airton Braun – Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB e P. Sinodal do Sínodo Paranapanema
P. Dr. Mauro Batista de Souza – Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB
P. Afonso Adolfo Weimer (Sínodo Rio Paraná)
P. Carlos Eduardo Müller Bock (Sínodo Rio dos Sinos)
P. Dr. Claudir Burmann (Sínodo Norte Catarinense)
P. Décio Weber (Sínodo Centro-Campanha-Sul)
P. Elisandro Rheinheimer (Sínodo Mato Grosso)
P. Gilciney Tetzner (Sínodo Vale do Taquari)
P. Guilherme Lieven (Sínodo Vale do Itajaí)
P. Ismar Schiefelbein (Sínodo Espírito Santo a Belém)
P. Jair Luiz Holzschuh (Sínodo Uruguai)
P. Joel Schlemper (Sínodo Centro-Sul Catarinense)
P. Me. Marcos Jair Ebeling (Sínodo Sudeste)
Pa. Patrícia Bauer (Sínodo Brasil Central)
P. Ricardo Cassen (Sínodo Planalto Rio-Grandense)
Pa. Roili Borchardt (Sínodo Sul-Rio-Grandense)
Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer (Sínodo Nordeste Gaúcho)
Pa. Vera Lúcia Engelhardt (Sínodo da Amazônia)
P. Vilson Emilio Thielke (Sínodo Noroeste Riograndense)


Veja também:

Nota emitida pela Presidência da IECLB, pelas Pastoras Sinodais e pelos Pastores Sinodais em 26/03/2020

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