Estudo 3 - Quem é Jesus? (CA III)

Estudos da Confissão de Augsburgo

26/01/1980

ESTUDO 3
QUEM É JESUS? (CA III)

Nelson Kilpp

1. O objetivo desta primeira parte é descobrir o que se pensa a respeito de Jesus entre o grupo. Abaixo há 5 afirmações sobre Jesus. Cada participante deve assinalar aquela que achar mais correta.

( ) a. Jesus nunca viveu realmente, mas é o símbolo do verdadeiro amor entre as pessoas. 

( ) b. Jesus foi um homem muito importante na história, porque fez muitos milagres.

( ) c. Jesus foi um grande idealista que pregou o amor entre as pessoas e, por isto, é um exemplo a ser seguido por nós. 

( )d. Jesus viveu há 2000 anos. Hoje vivemos em um mundo bem diferente. Por isto ele não é mais tão importante, hoje em dia. 

( )e. Jesus é o enviado de Deus que salva todos os que nele crêem. 

Após cada participante ter respondido, individualmente e por escrito, entra-se em discussão sobre o assunto. Cada qual expõe a sua resposta e comenta as razões da sua escolha. 

Após o debate, o dirigente poderá ajudar com as seguintes colocações: 

a. Hoje está comprovado que Jesus, de fato, viveu em um determinado lugar (Palestina) e em determinado tempo (do ano O ao 30, aproximadamente). 

b. Jesus, de fato, realizou muitas curas milagrosas. Os seus milagres pretendem ser sinais do reino de Deus. Mas também estes sinais devem ser interpretados pela fé, pois havia, na época, como também hoje há, outros milagreiros de fama. Os milagres não são a obra mais importante de Jesus. Eles não salvam. 

c. Jesus pregou o amor a Deus e ao próximo. Mas Jesus foi mais do que um idealista fracassado. Através da ressurreição de Jesus dos mortos, Deus concedeu força e poder ao amor pregado e vivido pelo Filho de Deus. Também nós devemos amar a Deus e ao próximo, mas é impossível imitar Jesus, por causa de nossa fraqueza e culpa. Estaríamos perdidos se a nossa salvação dependesse disso. 

d. O mundo de hoje, de fato, é bastante diferente do da época de Jesus. Os mais profundos anseios da humanidade, no entanto, continuam os mesmos: desespero pelo afastamento de Deus (cruz), a busca pela verdadeira paz, pelo sentido último da nossa vida, a sede pela comunhão plena, a necessidade de aceitação incondicional. Por isto tudo Jesus é de importância vital também para nós. Além disto, Jesus não está morto, mas vive e está presente e ativo em sua comunidade, na palavra e nos sacramentos. E isso é importante para nós. 

e. Jesus é o enviado de Deus, ou o Filho de Deus, ou o Messias esperado pelo povo de Israel. Como enviado de Deus, Jesus nos mostra quem é Deus e qual a sua intenção com a humanidade. Através de Jesus ficamos sabendo que Deus nos quer bem e que a sua intenção para conosco é de salvar-nos e não de castigar-nos por causa de nossa culpa. Quem crê no enviado de Deus recebe perdão, vida nova e salvação. 

2. A segunda parte quer confrontar os resultados até aqui obtidos com o artigo III da Confissão de Augsburgo

Sobre Jesus Cristo se ensina o seguinte entre os luteranos. O Filho de Deus se fez homem, e nasceu da virgem Maria. Na pessoa de Cristo encontram-se duas realidades, uma divina e outra humana, que constituem, no entanto, um único Cristo, ao mesmo tempo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Jesus, de fato, nasceu, padeceu, foi crucificado, morreu e foi sepultado para reconciliar-nos com Deus e para apagar todos os nossos pecados. Jesus também desceu ao inferno, mas ressuscitou dos mortos no terceiro dia, subiu aos céus e está à direita de Deus, governando sobre todas as criaturas. Jesus também santifica, purifica, fortalece e conforta, pelo Espírito Santo, todos os que nele crêem. Finalmente, Cristo voltará de novo para julgar os vi-vos e os mortos. 

Sugestões de perguntas para o debate: O que a Confissão de Augsburgo diz a respeito de Jesus? O que já era conhecido do Credo Apostólico? O que a Confissão de Augsburgo traz de novo? O que não foi entendido? 

Após o debate talvez seja necessário o dirigente apresentar algumas explicações complementares: 

O artigo III da Confissão de Augsburgo nos apresenta as coisas mais importantes de nossa fé em Jesus Cristo. Este artigo inicia confessando que o Filho de Deus tornou-se verdadeiro homem, nascido de mulher. Deus se faz homem, o Verbo se faz carne (Jo 1.14) — a encarnação é, para todos nós, um milagre, que somente podemos atribuir ao grande amor de Deus por suas criaturas. 

Deus se faz gente: Jesus Cristo é, portanto, ao mesmo tempo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. É verdadeiro homem, porque viveu dentro da mesma condição e realidade em que todos nós vivemos: nascemos, crescemos, nos alimentamos, temos um corpo, pensamos, trabalhamos, choramos, sofremos. Jesus não é um super-homem que voa pelos ares, escorando pontes que caem, nem um espírito que aparece e desaparece.
Ao mesmo tempo, Jesus também é verdadeiro Deus, pois nele vemos Deus: conhecemos a sua vontade, o seu poder, o seu amor. Há, no falar e agir de Jesus, uma autoridade que não provém de nenhuma criatura. Jesus é o Deus conosco (Mt 1.23). 

Jesus morreu para apagar os nossos pecados; Jesus ressuscitou dos mortos no terceiro dia: estas duas afirmações formam o centro de nossa fé cristã. O Filho de Deus é crucificado por amor a nós. Nós os pecadores é que deveríamos ser castigados. O Filho de Deus, no entanto, assume a nossa culpa e morre em nosso lugar. E este amor demonstrado na cruz não é um mero sentimento fraco e incapaz. A ressurreição de Jesus ao terceiro dia é a prova de que Deus estava em Cristo e confirma o seu viver e morrer por nós.

3. Pode-se, agora, confrontar a confissão dos luteranos com o testemunho bíblico. Abaixo algumas sugestões: 

Jo 1.14 - (encarnação)

Jo 1.29 - (Cordeiro de Deus)

Fp 2.5-11 - (humilhação e exaltação)

1 Co 15.3-8 - (morte e ressurreição)

1 Co 15.25 - (senhorio de Jesus) 

4. Hinos sugeridos 

Nr. 38: Veio Jesus e com Ele a ventura.
Nr. 160: Jesus Cristo reina em glória.

Veja:

Confessando Nossa Fé – Estudos da Confissão de Augsburgo

A Confissão de Augsburgo (sem notas e comentários)
 


Autor(a): Nelson Kilpp
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Confessando Nossa Fé - Estudos da Confissão de Augsburgo / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1980
Natureza do Texto: Educação
ID: 19758
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Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que Ele nos deu.
Romanos 5.5
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