E ele aceitou ser batizado junto com todos os seus e se alegrou com toda a sua casa por ter chegado à fé em Deus. (At 16. 33-34)

01/12/2013

E ele aceitou ser batizado junto com todos os seus e se alegrou com toda a sua casa por ter chegado à fé em Deus. (At 16. 33-34)

Podemos ver duas importantes informações na frase formada pelos dois versículos acima, a saber, o batismo do carcereiro junto com todos os seus, e a alegria de toda a sua casa por terem chegado à fé em Deus.

Vamos nos ater, em primeiro lugar, à primeira informação, a questão do batismo. Do ponto de vista missionário, é interessante perguntar quem propôs o batismo, o carcereiro e os seus ou Paulo e Silas, os “missionados” ou os missionários? De uma leitura rápida da história toda (vv.19-34) poderíamos deduzir simplesmente que os missionários primeiro pregaram a palavra e depois batizaram. Uma observação mais atenta faz, porém, perceber que o carcereiro toma uma série de iniciativas próprias. A primeira, narrada no v.29, talvez não seja uma iniciativa tão própria assim, pois ali onde algumas traduções dizem que ele se prostrou, podemos entender também que ele caiu trêmulo aos pés de Paulo e Silas. Quem é sujeito na ação de cair trêmulo? As iniciativas seguintes são, porém, claramente do carcereiro. Ele pergunta “o que devo fazer para ser salvo?” (v.30), ele aplica curativos nas feridas de Paulo e Silas (v.33), ele os leva para a sua casa (v.34) e ele lhes serve a mesa (v.34). Em meio a todas essas iniciativas acontece o batismo. Aqui cabe salientar a questão teológica importante para a missão: Quem encaminhou o batismo? A tradução de Almeida e a tradução na Linguagem de Hoje dizem que o carcereiro foi batizado. A Bíblia de Jerusalém diz que ele recebeu o batismo e Lutero traduz que ele se deixou batizar. Importa salientar a forte interação entre quem batiza e quem é batizado. Ambos são sujeitos ativos, mesmo quem recebe (com um sentido passivo) o batismo. E não há como negar a participação de um terceiro sujeito: aquele que faz tremer a ponto de abrir as portas de uma prisão, quebrar elos de corrente e dobrar joelhos de pernas fortes como as de um carcereiro.

A segunda informação do versículo se refere à alegria que reinou em toda a casa por aquela família ter chegado à fé em Deus. É importante observar que não é o batismo que traz alegria, mas sim a fé. O batismo certamente trouxe muito sofrimento para aquela família, pois a comprometeu com algo proibido e perseguido por uma força que não se contentava com menos que a extinção.

Há uma sutileza no texto (v.33-34): o carcereiro foi batizado com todos os seus e a alegria foi do carcereiro e de toda a sua casa. Talvez se trate de grandezas distintas. Talvez “toda a sua casa” envolva mais gente do que “todos os seus” que foram batizados. Chegar à fé trouxe alegria para todas as pessoas envolvidas com aquela casa, não só para a família batizada. A convivência com aquela família de repente se tornou alegre. Ser batizado também faz diferença para quem está por perto.

P. Ms. Leonídio Gaede - Itati/RS


Oração

Bondoso Deus, quando lemos tua palavra percebemos quão pouco sabemos sobre a tua missão e os dons da fé. Pedimos-te hoje a alegria da fé que faz perceber a tua ação na obra missionária na qual nos colocas como pessoas e comunidades batizadas. Amém.


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Autor(a): Leonídio Gaede
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2014 / Editora: Editora Otto Kuhr / Ano: 2013
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 32364
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