Quaresma - Tríduo Pascal - Tempo Pascal



ID: 2656

Tempo da Quaresma

25/02/2015

Não só de pão vive o homem (e a mulher), mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt. 4.4).

Infelizmente, vivemos numa época, nos tempos modernos, em que sacrifícios são considerados naturais e se transformam em espetáculos, a exemplo da decapitação recente de cristãos e/ou fieis de qualquer outra religião. As guerras dos fundamentalismos e dos fanatismos produzem as piores atrocidades possíveis. Devemos, todos juntos, nos empenharmos por ações de paz e justiça. Tempo da Quaresma nos educa para outra face, outra realidade, a de fé, esperança e amor.

Depois do sofrimento vicário e morte de Jesus na Cruz, não deve mais haver sacrifícios humanos. Disso nos fala Hebreus 10. 10: “...por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas”. Devem ser evitadas, combatidas e punidas todas as mortes e os sacrifícios, em todos os tempos e lugares.

O Calendário Litúrgico, como Natal, Epifania, Quaresma, Páscoa, Pentecostes e outros, foi assim organizado para nos lembrar de momentos significativos, na vida de Jesus Cristos, na ação do Espírito Santo e vida humana. Inicia no primeiro domingo de Advento e encerra no domingo da eternidade. O calendário litúrgico cristão é marcado com cores e mensagens bíblicas que nos envolvem na reflexão, na celebração, na oração, na confissão de pecados, na morte e na vida. O calendário tem função pedagógica para a fé, pois, cada época enfoca algum aspecto significativo da ação de Deus em nosso favor.

Atualmente, vivemos na Quaresma. A Quaresma tem seu início na “Quarta-feira de Cinzas” e encerra no Domingo da Páscoa, quando inicia o novo tempo. Dura, portanto, 40 dias. Os domingos não são contados, porque são considerados dias festivos que celebram a ressurreição de Jesus Cristo.

O tempo da Quaresma nos lembra do sofrimento de Jesus, ao descer às profundezas humanas e das conseqüências de sua opção pela vida de Deus, pela vida no Governo de Deus. O sofrimento de Jesus Cristo é vicário, em favor da humanidade. São quarenta dias que levam Jesus à morte na cruz, também, em nosso lugar.,

Na psicologia da educação, descobrimos que três fontes energéticas governam os comportamentos, as motivações e os pensamentos humanos: O libido, a autoconservação e a agressão. No individuo, tudo precisa de equilíbrio. A ação humana descarrega a energia acumulado que lhes causa dor. A descarga diminui a tensão interna e traz o besestar. Sem este equilíbrio, não seria possível viver em sociedade.

No campo espiritual, Jesus Cristo, com sua vida, morte e ressurreição, descarrega a tensão espiritual humana que lhes provoca dor por estar separado de Deus. O pecado é o símbolo real deste desprazer humano, afastado de seu criador, ou seja, afastado de Deus. Mas, diferentemente do campo comportamental civilizatório, o ser humano é incapaz de, sozinho com suas obras, encontrar o equilíbrio espiritual da vida com Deus, da vida plena no Reino de Deus. Por isso, precisa da ponte para Deus, ou seja, a ação de Jesus. O tempo da Quaresma nos lembra desta dimensão da ação divina que cria a reconciliação humano com Deus, consigo mesmo e com as demais criaturas.

Quarta-feira de Cinzas nos lembra que tudo o que existe em vida um dia retornará ao pó, às cinzas. Por isto, o uso das cinzas para marcar nossa testa com o sinal da cruz é uma forma visível de nos lembrar deste fato.

A cor litúrgica da Quaresma é a violeta e são muitos os símbolos usados para descrever esta época. Não é uma época onde se destaca a alegria, a festa, mas é uma época onde prevalece a sobriedade e a reflexão na atitude de Jesus Cristo por nós. A palavra “Aleluia” (que significa louvado seja o Senhor) não é liturgicamente usada na Quaresma.

A Quaresma é um tempo de jejum, de oração, de silêncio, de reflexão, de arrependimento. É um tempo para ler e estudar a Palavra de Deus, em especial as partes que falam do amor de Deus, sofrimento de Jesus e e do compromisso humano com a vida no Reino de Deus.

Viver da Palavra que procede da boca de Deus significa, também, viver comunhão e unir forças pela paz e bem estar entre diferentes culturas, povos, nações, raças e religiões.

Teobaldo Witter, Pastor, Professor Universitário e Ouvidor de Polícia de Mato Grosso.
 


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