Comunicação


ID: 2771

Conferência de abertura II Congresso Internacional da Faculdades EST

O primeiro dia do evento foi marcado pela receptividade aos participantes

08/09/2014

Cerca de 280 pessoas participaram da cerimônia que marcou o início do II Congresso Internacional da Faculdades EST. Foi um momento de acolhida, marcado por música, alegria e a interessante conferência do Prof. Dr. Leonildo Silveira Campos.

A música da Orquestra Trilhos Sonoros, de Canoas/RS, regida pelo maestro Carlos Augusto Pinheiro Souto, foi responsável pela animação da noite ao homenagear o estado gaúcho com a música Querência amada. O grupo é um projeto de inclusão de crianças em estado de vulnerabilidade social e, hoje, conta com cerca de 40 integrantes.

O organizador do evento, Prof. Dr. Júlio C. Adam, salientou o desejo, desde o encerramento do primeiro congresso, de acolher a comunidade acadêmica nacional e internacional para debater temas convergentes com o estudo da teologia. “Nosso Congresso é também um ato de fé”, disse ele. Em seguida saudou as delegações presentes no evento. Os brasileiros compõe o maior grupo, seguidos pelos sul-africanos, os europeus e os latino-americanos. Prof. Dr. Júlio C. Adam agradeceu o empenho de ‘muitas mãos’ que auxiliaram na organização do evento. “A qualidade de um bom congresso se dá também nos espaços intermediários, como as pausas para o descanso e café”, lembrou Júlio, ao convidar os participantes para conhecerem e aproveitarem o campus.

O reitor da Faculdades EST, Prof. Dr. Oneide Bobsin parabenizou os organizadores do evento. “É interessante ver, nesses momentos, nossa capacidade de articulação. Agimos como corpo unido, oferecendo aquilo que temos de melhor para a realização do evento”, disse ele, ao relatar o envolvimento de diferentes setores e funcionários da Faculdades EST com o II Congresso Internacional. E ao falar sobre o tema do evento, deixou um questionamento para os participantes: “Será que esses meios acessados por recursos não transformam o sagrado em uma mercadoria?”

Para a catequista Ma. Débora Konrath, que representou o pastor Dr. Nestor Friedrich, Presidente da IECLB, o tema do congresso é ‘desafiador e atual’. “Penso que é imensurável a produção de conhecimento que um congresso dessa envergadura pode promover”, sinalizou.

A conferência de abertura do II Congresso Internacional da Faculdades EST foi o grande momento da noite. Para falar sobre o tema Igrejas cristãs brasileiras e cultura midiática: omissões, tensões e oportunidades o Prof. Dr. Leonildo Silveira Campos retomou um pouco da história recente das religiosidades e do campo político e comunicacional no Brasil. “Jamais passou pela cabeça dos teólogos ou professores de Teologia educar os alunos para o mundo da mídia que vivemos hoje”, disse ele. Para o professor, o tema ‘mídia e religião’ está sendo muito lembrado, atualmente, porque nunca existiu um número tão grande de outras religiosidades, fora da Igreja Católica, no Brasil, e nunca tantas religiosidades tiveram presença na mídia. “Temos uma presença muito forte dos evangélicos pentecostais na televisão; uma parte significativa também de católicos através de várias emissoras de televisão, como a Rede Vida, a Canção Nova, a Século 21, TV Aparecida; e também o espiritismo kardecista; programas da Seicho-no-ie; programas de cultos afro-brasileiros”, salientou o professor. Segundo ele, a televisão e, principalmente, a internet estão se tornando espaços crescentes de divulgação e de expressão da diversidade religiosa.

Ao refletir sobre o deslocamento da religião para o espaço midiático o pesquisador alertou que a religião acaba incorporando os recursos e a linguagem midiática. “Ao fazer isso mudanças profundas começam a aparecer dentro do próprio campo religioso”, disse ele.

Para o Prof. Dr. Leonildo Campos, com a possibilidade de a mídia ser o espaço para celebração da religião, o preparo dos religiosos tornou-se insuficiente. “Prepara-se gente para uma paróquia, enquanto pe. Marcelo Rossi ou pe. Fábio estão trabalhando com outra noção de paróquia, a paróquia virtual, que exige outro tipo de preparo, como um indivíduo que trabalha com auditórios”, alertou. O que, segundo ele, quebra a forma tradicional de fidelidade religiosa, de clientela religiosa.

Ao citar o exemplo dos protestantes, assinalou que, hoje, esse fiel não está mais ligado ao pastor que ‘fazia sua cabeça’, mas a um pregador virtual, distante, o que muda a relação do indivíduo com a paróquia, com a estrutura eclesiástica. “Esse indivíduo vai se libertando do controle que a instituição religiosa exercia sobre ele, com isso, o esquema de estruturação e funcionamento do campo religioso, que era feito a partir desta noção do sacerdote/fiel, hierarquia religiosa/fiéis, não existe mais”.

Em sua fala, Prof. Leonildo lembrou o caso do ex-pastor presbiteriano Caio Fábio que hoje organiza um movimento via internet. Embora a sede esteja em Brasília, sua igreja é virtual. Ele reúne grupos de pequenas pessoas em casa ou em locais públicos, como restaurantes, que assistem a fala dele e praticam um momento de compartilhamento espiritual. “Ele se coloca totalmente contra o culto tradicional protestante da forma como sempre foi feito e já possui mais de um milhão de seguidores. Também tem um canal dentro do site ligado 24 horas por dia”, lembra o professor.

Para o Prof. Dr. Leonildo Silveira Campos, o fiel está muito mais livre para construir a sua própria religiosidade: “Aí está a religiosidade que escapa ao controle da instituição”, indica. E a instituição como sempre está pensando em sua sobrevivência e continuidade histórica. Por isso alerta para a importância das escolas, universidades, centros de reflexão refletirem sobre esta interligação existente entre mídia e religião. “Foi muito oportuna a preocupação da Faculdades EST de levantar esse tipo de problemática e dedicar uma semana de estudos a esta questão”, salientou o Prof. Dr. Leonildo Campos.

Jornalista responsável: Mariana Bastian Tramontini

 


 


Autor(a): Mariana Bastian Tramontini
Âmbito: IECLB
Área: Comunicação / Organismo: Faculdades EST
ID: 29775

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