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Imagens de Deus a partir do Crucificado

Convento Nacional de Teólogas Alemãs, no Mosteiro Augustiniano, na cidade de Erfurt

29/02/2012

18.1.2012 - DEThK Erfurt 013
18.1.2012 - DEThK Erfurt 020
26.-29.2.2012 Erfurt, Augustiner-Kloster DEThK 007 (6)
26.-29.2.2012 Erfurt, Augustiner-Kloster DEThK 023 (6)
26.-29.2.2012 Erfurt, Augustiner-Kloster DEThK 023 (7)
26.-29.2.2012 Erfurt, Augustiner-Kloster DEThK 040 (3)
26.-29.2.2012 Erfurt, Augustiner-Kloster DEThK 040 (7)
26.-29.2.2012 Erfurt, Augustiner-Kloster DEThK 040
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Nos dias 26 a 29 de fevereiro de 2012 realizou-se o Convento Nacional de Teólogas alemãs (Jahrestagung - Konvent Evangelische Theologinnen) no Mosteiro Augustiniano, na cidade de Erfurt. A Prof. Dra. Magdalene Frettlöh (Catedrática de Teologia Sistemática da Universidade de Bern-Suíça) proferiu a palestra sobre o tema “Imagens de Deus a partir do Crucificado”. Nós (Claudete e Heloisa) coordenamos o Workshop “Imagens do Crucificado a partir da América Latina”. Este Workshop foi de conteúdo muito profundo, uma vez por causa da temática em si, mas também por causa das participantes que trouxeram a sua história e sua experiência com “imagens do crucificado” em sua vida e em seu ministério. A história de uma delas nos tocou muito e achamos que ela deveria ser compartilhada. Seu nome é Elisabeth Siltz. Ela é uma senhora idosa e, apesar de suas agravantes limitações físicas que a obrigam passar a maior parte do tempo em sua cadeira de rodas, participa todos os anos do “Deutsches Theologinnen Konvent”. Elisabeth usa sempre uma correntinha com uma cruz - e essa cruz faz parte de sua história de vida.

Ela relatou que, quando criança, assim como as outras crianças de sua idade, precisou participar de grupos organizados pelo regime do “Nationalsozialismus”; a recusa significaria que tanto elas (eles) e suas famílias poderiam sofrer sérias repressões. E, um dia em que o “Führer” visitou a região onde ela vivia, o seu grupo foi convocado para cantar um daqueles hinos de fidelidade ao partido. Sua mãe não viu outra alternativa do que deixá-la ir, pois eram tempos duros, difíceis, sem muita escolha. Mas antes de ir, sua mãe colocou em seu pescoço a correntinha com a cruz que ela usa até hoje: “Damit du weisst wo du hingehörst” - “para que tu saibas a quem tu pertences”. Elisabeth estudou Teologia, e atuou ativamente durante 50 anos no Ministério Pastoral, tanto na antiga DDR como na Igreja de Kurhessen Waldeck.

Todos os Workshops elaboraram uma petição para a celebração final e, queremos compartilhar a petição do nosso grupo. Mais uma vez ficamos sensibilizadas com as palavras da Pa. Elisabeth Siltz, que pediu uma cópia para que essa petição seja a sua oração nesse tempo de Paixão:

Como vivemos nós a tua ressurreição, Jesus?
Nós trazemos a ti:
Nossa saciedade e nossa preocupação;
Ela nos deixa na cruz, Jesus!
Esquecemo-nos do sofrimento,
nos atrevemos a fazer tão pouco contra a injustiça;
Nosso amor é tão egoísta que te deixa na cruz, Jesus,
pois nós amamos tão pouco as outras pessoas.
Deixa-nos famintos e sedentos por ti,
Deus presente, conosco e entre nós,
Deus, tu ressurgiste para a vida,
Mantenha-nos vigilantes e resistentes.
Deixa-nos crescer juntas e juntos, uns com as/os outros/as,
e também contigo, Deus da vida.
Ajuda-nos a levantarmos em favor da justiça,
para que todas as pessoas possam viver, de acordo
com o teu pensamento.
Não deixe que percamosnossa perseverança e compaixão,
Deus da Ressurreição!

As imagens do crucificado na América Latina são imagens que invocam um Deus a caminho - a caminho da Ressurreição! É um Deus que se levanta em meio ao sofrimento, que evoca a Vida em Plenitude para todas as pessoas, para os diferentes grupos, em sua diversidade, assim como para toda a criação. É o que nos ensina o povo indígena Qúechua da Bolívia e Equador, povo que também foi crucificado, mas em seu processo de ressurreição, nos ensina a busca pelo bem viver - o viver bem - integrados com a terra em sua biodiversidade. Os crucificados e as crucificadas do continente Latino-Americano apontam para a vida que vence a morte e isto se mostra no processo, no movimento, na luta pela justiça, pela paz, enfim, pela Vida em Plenitude.

Assim como a Pa. Elisabeth ficou fiel a sua fé e foi fortalecida pela esperança no crucificado e ressuscitado, da mesma forma, nós latino-americanos/as redescobrimos a graça que brota da fé daquele/a que está a caminho, pois a cruz e a morte não tem a última a palavra! Que a esperança que brota da Páscoa nos fortaleça a todos e todas nós!


Pa. Dra. Claudete Beise Ulrich
Pa. Heloisa Gralow Dalferth
 


Autor(a): Claudete Beise Ulrich e Heloisa Gralow Dalferth
Âmbito: IECLB / Organismo: Conselho de Missão entre Povos Indígenas - COMIN
Natureza do Evento: Vivência Comunitária
Perfil do Evento: Encontro
ID: 13274
Muitos bens não nos consolam tanto quanto um coração alegre.
Martim Lutero
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