IECLB e Conselho Mundial de Igrejas



ID: 2701

Consulta sobre Justiça, Paz e Reconciliação

Conselho Mundial de Igrejas

21/07/2014

consulta Coreia 5
consulta Coreia 4
consulta Coreia 3
consulta Coreia 2
consulta Coreia
1 | 1
Ampliar

Entre os dias 16 e 20 de junho de 2014, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), entidade ecumênica que congrega mais de 340 igrejas cristãs de todo o mundo de diversas famílias confessionais, promoveu a Consulta sobre Justiça, Paz e Reconciliação na Península Coreana em Bossey, Suiça. Como descendente de coreanos, fui convidado a representar a IECLB nesse encontro, que reuniu cerca de 50 pessoas. É importante lembrar que a IECLB é igreja membro do CMI.

O principal objetivo da consulta era dar novo impulso ao diálogo entre as igrejas das duas Coreias, tendo como horizonte a reconciliação do povo coreano, separado por questões políticas associadas à Guerra Fria desde 1945. Essa divisão resultou na separação de milhares de famílias coreanas, muitas das quais não têm qualquer contato entre si desde o final da Segunda Guerra.

Estiveram no encontro mais de 20 representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs da Coreia do Sul, ao passo que a Federação Cristã da Coreia do Norte enviou quatro representantes. Representantes de igrejas parceiras de outras partes do mundo também estiveram presentes no evento.

Durante o encontro, relembrou-se o processo de reaproximação entre as igrejas das duas partes da península, iniciado em 1984. Apesar da Coreia do Norte ter um regime extremamente fechado, diversos encontros ocorreram desde então com participação norte-coreana. Infelizmente, o esfriamento das relações entre as duas Coreias nos últimos anos também acabou enfraquecendo a relação entre as igrejas.

Durante o encontro, uma sul-coreana e um norte-coreano cantaram juntos um tradicional hino cristão, levando muitos dos presentes às lágrimas. Outro momento importante foi o depoimento da senhora Gil Won-Ok, de 87 anos, uma das muitas jovens mulheres que foram escravizadas para fins sexuais pelo Exército Imperial japonês durante a II Guerra Mundial. As sobreviventes até hoje pedem por reconhecimento e políticas reparatórias. A Sra. Gil pediu por um mundo sem conflitos, a fim de que outras pessoas não passem pelo sofrimento que ela passou. Essa apresentação certamente teve impacto sobre os participantes quanto aos horrores dos conflitos e à necessidade de reconciliação.

O Comitê Central do CMI, órgão decisório do Conselho que se reuniu em julho, deixou claro que o tema da reunificação coreana é uma de suas prioridades nos próximos anos. Dada a pequena importância do Cristianismo na atual Coreia do Norte, não se pode esperar que as igrejas tenham nesse caso o mesmo papel que tiveram na unificação alemã. Ainda assim, as igrejas não podem deixar de pregar por perdão e reconciliação, após quase 70 anos de divisão e sofrimento do povo coreano.
Thomas Kang
 

É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br