BUSAN - Com o tradicional instrumento musical gong da Coreia, país que reúne no momento a maior reunião do ecumenismo mundial, teve início, hoje, com um chamado à paz com justiça, a X Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que reunirá mais de 2 mil delegados e convidados até o dia 8 de novembro. Uma procissão levou ao altar os símbolos da fé e da liturgia -a cruz, a Bíblia, velas, instrumentos musicais e ícones religiosos. A cerimônia de abertura, com muita música e orações pela paz mundial, contou com a presença de cerca de 5 mil pessoas.
O moderador do Comitê Anfitrião da Coréia, reverendo Kim Sam Whan, deu as boas-vindas aos cristãos de diferentes tradições, procedentes das 345 igrejas que integram o organismo ecumênico internacional.
O mundo vive uma crise sem precedentes, dor, pobreza e muitas formas de discriminação. Vivemos num mundo que não tem esperança no futuro. Esta crise não se resolve através de esforços humanos, senão pelo Evangelho, disse o Kim.
Cristãos da América Latina pediram perdão pela exploração dos povos indígenas e afrodescendentes, pelo abuso cometido contra mulheres e crianças. Ouvimos o pranto dos pobres que sofrem por causa da injustiça, a corrupção e a violência, e de todas as vítimas de delitos, oraram.
Cristãos do Caribe lembraram o sofrimento provocado pela escravatura institucionalizada, revelando que pessoas da região viram sua identidade confundida por causa do colonialismo, em muitos casos com a cumplicidade da igreja.
Não ficou no esquecimento o massacre na Armênia, de 1915, com a menção de que o CMI não pode ficar neutro em casos de conflito e violência em nenhuma parte do mundo onde eles acontecem ou venham a acontecer, apontou o pregador da celebração de abertura, o patriarca Karekin II, da Igreja Apostólica Armênia.
Ele disse que Cristo conduz as pessoas a encontrar o verdadeiro lar comum, fundamentado em três alicerces e valores fundamentais: a moralidade, a educação e a família, que, entrelaçados, constituem a base e o sustento do cristianismo no mundo.
Nossa fé comum em Cristo — em verdade, nosso amor pelo Senhor — é o que nos une. Esse exemplo de unidade é o que todos os participantes do movimento ecumênico são chamados, antes de mais nada, a demonstrar, disse o patriarca. Karekin conclamou os cristãos a seguirem os passos dos discípulos de Emaús, passagem sobre a qual construiu a pregação do dia.
A celebração litúrgica foi permeada por muita música, entoada por um coro de 350 cantores, membro de igrejas de Seul, Busan e arredores. O diretor musical da Assembleia, Tércio Junker, confessou que ficou muito animado com a celebração litúrgica na abertura do encontro.
O que me entusiasma é a possibilidade de que sejamos um. As diferenças ficam a parte. Dissemos com música e liturgia que somos cristãos, um só corpo, afirmou.
FonteALC/CMI
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