IECLB e Conselho Mundial de Igrejas



ID: 2701

O Conselho Mundial de Igrejas convoca para envolvimento na Peregrinação de Justiça e Paz

23/02/2015

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) é a expressão mais abrangente e inclusiva entre as expressões organizadas do movimento ecumênico moderno, cuja meta é a unidade cristã. Ele reúne igrejas, denominações e comunhões eclesiais em mais de 110 países e territórios pelo mundo, representando mais de 500 milhões de cristãos e incluindo a maioria das igrejas ortodoxas do mundo, e muitas igrejas anglicanas, batistas, luteranas, metodistas e reformadas assim como muitas igrejas unidas e independentes. No final de 2013 havia 345 igrejas membros. Enquanto a maior parte das igrejas fundadoras do CMI era europeia e norte americana, hoje a maioria das igrejas estão na África, Ásia, no Caribe, na América Latina, Oriente Médio e Pacífico. 

O CMI congrega em Assembleia Geral a cada 7 anos. A 10ª Assembleia Geral ocorreu de 30 de outubro a 8 de novembro de 2013 com mais de 3.000 pessoas de todos os cantos do planeta reunidas em Busan, Coréia do Sul, para definir temas e linhas de ação para os próximos 7 a 8 anos.

Um dos focos principais de trabalho do CMI tem sido a construção de paz e reconciliação no mundo e o apoio a suas igrejas membros no seu envolvimento em iniciativas de paz, tais como diálogos, mediação, lobbying (grupo de pressão, advocacia) e acompanhamento de comunidades marginalizadas e afetadas por conflito. A 10ª Assembleia Geral reiterou e reforçou o papel chave do CMI como convocador e facilitador do trabalho global ecumênico de paz e advocacia sob o tema “Peregrinação de Justiça e Paz”. Foi reconhecido que o CMI tem um potencial de fortalecer o seu papel de coordenação ao fazer um balanço do aprendizado de experiências passadas e operacionalizar o conceito de paz justa em trabalho prático de paz e transformação de conflito.

A peregrinação de justiça e paz está no centro e também no coração do planejamento estratégico do CMI junto com igrejas e parceiros para renovar e fortalecer a União na diversidade, a nossa participação na Missão de Deus, na Formação Ecumênica assim como nosso Testemunho Público para uma Paz Justa.

Como ênfase de programa de sete anos, a peregrinação de justiça e paz combinará iniciativas com bases nas comunidades com advocacia nacional e internacional para a Paz Justa, focando em:

• economias que afirmam a vida
• mudança climática
• construção de paz e reconciliação não violenta
• dignidade humana

Isto se dará com análise, estudo e reflexão contínuos sobre o que significa estar numa peregrinação de justiça e paz para as igrejas no mundo de hoje.

Com esse mandato reconhecido e com o objetivo de criar subsídios para essa peregrinação, o CMI, em parceria com a Igreja da Suécia, a Igreja Unida e o Conselho Cristão da Suécia, organizou uma Consulta Global Ecumênica de Construção de Paz seguida de uma Oficina sobre Advocacia para a Paz Justa, que aconteceram nos dias 1-3 de dezembro e 4-5 de dezembro de 2014, respectivamente, em Sigtuna, Suécia.

A consulta reuniu em torno de 80 pessoas representando igrejas membros de todo o mundo e outras organizações governamentais e não governamentais para focar na peregrinação e aprofundar o entendimento coletivo sobre o papel e as áreas de envolvimento das igrejas e outros atores no movimento ecumênico em relação a uma paz justa e sustentável. A meta foi criar sinergias programáticas e desenvolver métodos de colaboração ao aplicar aprendizados de experiências e boas práticas na construção de paz, prevenção de conflitos e advocacia para a paz.

A oficina reuniu em torno de 40 pessoas, várias delas já presentes na consulta e outras vindas de outros setores. A oficina enfocou estratégias e ferramentas práticas para apoiar as organizações ecumênicas, constituídas pelo CMI e suas igrejas membros, membros da ACT Aliança, Conselhos Nacionais de Igrejas e outros atores ecumênicos para estarem mais bem equipados para coordenar a advocacia internacional por um mundo de paz justa. Marie Ann Wangen Krahn, professora na Faculdades EST e membro da ONG SERPAZ, representou a IECLB tanto na consulta como na oficina.

Foi decidido que neste momento deveríamos enfocar especialmente a quarta abordagem da paz apresentada pela Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz em 2011 em Jamaica, qual seja – A Paz entre as Nações – para salvar vidas! - Dentro dessa abordagem, a partir de trabalhos do CMI e do nosso trabalho na consulta, surgiram 4 questões chaves que deverão guiar nossa Peregrinação:

1. Necessidade de uma mudança de paradigma de segurança para a prevenção (incluindo a Responsabilidade para Prevenir e a advocacia para mais fundos para segurança humana, desenvolvimento e prevenção de conflitos).

2. Desarmamento humanitário e controle de armas, inclusive acompanhar o seguimento do TCA (Tratado de Comércio de Armas), banimento de Armas de Destruição em Massa e tecnologia emergente de armas.

3. Tratar da violência baseada em gênero e a participação de mulheres nos processos de paz.

4. Paz e libertação da violência como parte das Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A partir dessas questões estão sendo criados subsídios para serem compartilhados com as igrejas num trabalho de conscientização e empoderamento para elas poderem se mobilizar ativamente na construção de paz, cada qual no seu contexto e também no trabalho global conjunto para a paz no mundo. Uma ferramenta foi lançada nesse encontro: a Rede Ecumênica de Advocacia para a Paz (Ecumenical Peace Advocacy Network – EPAN) que fortalecerá nosso trabalho conjunto para a paz.

Enquanto isso o Comitê Central do CMI lançou o seguinte convite com perguntas de preparação para as igrejas e parceiros afins.

“Igrejas, em conjunto e com seus parceiros ecumênicos, tanto em seu contexto como cooperando internacionalmente, serão as principais protagonistas dessa peregrinação. Sendo assim, essa peregrinação é um convite, mas também uma oportunidade de indivíduos, paróquias e comunidades participarem no movimento de justiça e paz. Esse processo de transformação incluirá experiência, partilha, escuta, oração, penitência, testemunho, conscientização, reflexão e ação.

As seguintes perguntas podem ajudar pessoas e comunidades locais a se preparar para a peregrinação na família, igreja local ou comunidade, juntos na comunhão ecumênica:

- Qual é a promessa de uma peregrinação entendida biblicamente?
- Qual é sua compreensão da Peregrinação de Justiça e Paz no seu contexto?
- Qual é a promessa de tal Peregrinação no mundo de hoje?
- Com quais pessoas você quer peregrinar?
- Quais são suas experiências do dom da vida, do dom da criação? Como você celebra isso?
- Quais são as feridas no seu contexto?
- Como você pretende cuidar das feridas da outra pessoa e do meio ambiente?
- Que tipo de transformação você experimenta?
- Qual será o seu foco?
- Quais são algumas possibilidades realísticas de transformar injustiça e violência?
- Quais são as ações propostas que você está disposto/a a executar no seu contexto

Assim, somos convidados/as por Deus a nos juntar a essa jornada divina com alegria, humildade, coragem e comprometimento, orando:

Nós somos uma comunhão em movimento, uma comunidade de peregrinos/as. Caminhamos em conjunto em direção à vida na sua plenitude. Pedimos pela orientação e a inspiração de Deus, para que nossa peregrinação possa nos abrir um ao outro através de interação dinâmica e criativa pela justiça. Deus da vida, leva-nos a sermos instrumentos vivos de tua justiça e paz!”

É dever de pai e mãe ensinar os filhos, as filhas e guiá-los, guiá-las a Deus, não segundo a sua própria imaginação ou devoção, mas conforme o mandamento de Deus.
Martim Lutero
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