IECLB e Conselho Mundial de Igrejas



ID: 2701

Reunião Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas

10/07/2014

Reunião do Comitê Central do CMI - 2014
Reunião do Comitê Central do CMI - 2014
Reunião do Comitê Central do CMI - 2014
1 | 1
Ampliar

Entre os dias 2 e 8 de julho de 2014, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) reuniu seu Comitê Central, um de seus principais órgãos decisórios, composto por 150 representantes de suas igrejas-membro. O organismo ecumênico, formado por mais de 340 igrejas de diversas confissões cristãs, renovou seu Comitê Central na sua última Assembleia, realizada na Coreia do Sul em 2013. Esse encontro em Genebra foi, portanto, a primeira reunião do novo Comitê Central do CMI, que se encontra a cada dois anos para tomar decisões.

Estive presente na reunião do Comitê Central como representante da IECLB. Apesar de não sermos uma igreja grande em termos de membresia dentro do CMI, a participação da IECLB é significativa dentro do organismo: temos dois membros da IECLB no staff do CMI: Marcelo Schneider e Rudelmar Bueno de Faria. Dois estudos bíblicos durante a reunião do CMI foram liderados pela Pa. Elaine Neuenfeldt, também da IECLB e atualmente trabalhando na Federação Luterana Mundial (FLM). Além disso, é nítido o respeito que há pelo trabalho realizado pelo P. Dr. Walter Altmann, moderador do Comitê Central do CMI entre 2006 e 2013.

A reunião iniciou com os relatórios da moderadora atual, Dra. Agnes Abuom (Igreja Anglicana do Quênia), e do secretário geral, Rev. Dr. Olav Tveit (Igreja Luterana da Noruega). Ambos os relatórios enfatizaram a importância do trabalho conjunto das igrejas nos conflitos políticos e nas questões econômicas, bem como enfatizaram a busca pela unidade através do novo tema a ser trabalhado pelo CMI nos próximos anos: a “peregrinação da justiça e da paz”. A renovação do movimento ecumênico, com a participação de jovens, também foi ressaltada nos relatórios das duas lideranças.

Além dos momentos de oração e estudo bíblico, com espaço para as diversas tradições cristãs presentes no CMI, a reunião contou também com plenárias acerca de unidade, justiça econômica, mudança climática, entre outros temas. Essas atividades eram necessárias como subsídios para as decisões a serem tomadas pelo Comitê Central em questões teológicas, programáticas e políticas. Os membros do Comitê Central foram divididos em diversos comitês, que funcionam como grupos de trabalho nos diversos assuntos a serem tratados.

Trabalhei como relator do Comitê de Assuntos Públicos, responsável por preparar declarações do CMI no que se refere a relações internacionais. Selecionando assuntos entre os diversos pedidos das igrejas-membro, bem como observando a urgência de certos assuntos, produzimos quatro declarações sobre: (a) a questão nuclear, (b) o conflito em Mosul, Iraque; (c) medidas econômicas e a situação em Palestina/Israel; (d) a reinterpretação do Artigo 9 da Constituição japonesa; e (e) direitos humanos na Eritreia. Outros assuntos foram mencionados para estudo futuro, bem como se ressaltou alguns dos assuntos já tratados pelo CMI em declarações passadas.

Outro assunto polêmico foi a inclusão de jovens (até 30 anos) nos diversos espaços de participação que o CMI proporciona às igrejas. Apesar das declarações claramente favoráveis da moderadora e do secretário-geral com relação à participação de jovens e da inédita inclusão de oito conselheiros jovens adicionais (sem poder de voto), as listas de nominações preliminares apresentaram poucos nomes jovens. Muitos membros do Comitê Central (entre jovens e não-jovens) pediram por adequada representação dos jovens a fim de que o movimento ecumênico continue sendo renovado. O comitê responsável pelas nominações afirmou que as igrejas-membro enviaram poucos nomes jovens, o que teria impossibilitado seu trabalho. A situação, aparentemente intransponível, foi parcialmente solucionada com a reserva de vagas adicionais para jovens e compromisso do secretário-geral de pedir às igrejas que enviem nomeações juvenis para essas vagas.

Embora diversas questões tenham provocado intenso debate, natural em um organismo tão diverso como o CMI, o sentimento de união esteve presente na maior parte do encontro. Em um dos últimos dias do evento, a Igreja Reformada Holandesa na África do Sul submeteu seu pedido de readmissão ao CMI, décadas depois de ser desligada do Conselho por seus posicionamentos durante o período do apartheid. O testemunho das outras igrejas sul-africanas, na presença de um representante da Igreja Reformada e em nítido clima de reconciliação, foi um momento emocionante do evento em que o vento do Espírito esteve certamente presente.

Thomas Kang
 

Nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte nem a vida; nem o presente nem o futuro.
Romanos 8.38
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br