Representantes das igrejas associadas à Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), assinaram em conjunto com outros organismos ecumênicos um documento que clama pela apuração rigorosa das denúncias em diversos organismos estatais e partidários do Brasil.
O texto intitulado “Ética na política – Pelo fim da impunidade, por justiça para todos e todas” – foi divulgado entre os presentes ao Encontro de Lideranças de Igrejas Cristãs, promovido pelo Conic, e reclama da “descrença dos brasileiros na ação política”.
De acordo com o documento, a descrença foi “provocada pela não implementação das mudanças que a população brasileira tanto aguardava no últimos anos”, além de asseverar ser “indispensável que todos e todas reassumam sua convicção de que a política a serviço da justiça e do bem comum é instrumento essencial para a afirmação da democracia e da ética na sociedade brasileira”.
A sensação de mal-estar com a crise política, experimentada por todos os brasileiros, preocupa as lideranças das igrejas ligadas ao movimento ecumênico, além de se constituir em forte apelo para que o Conic se manifeste, de forma apartidária, buscando se aliar a outros setores da sociedade civil que clamam pela urgente reforma político-eleitoral no Estado.
Tal reforma seria “capaz de criar uma nova cultura política que supere o patrimonialismo vigente e fortaleça a perspectiva emancipável de agentes políticos transformadores”.
Os participantes do encontro, realizado na região metropolitana de São Paulo, argumentam que as igrejas cristãs devem persistir na formação política de sua membresia, sobretudo agora com a crescente mobilização de setores da sociedade que querem o fim da fragmentação política com a redução do número de legendas, o voto distrital e a definição de regras claras para o financiamento das campanhas.
Para o secretário-executivo do Conic, o pastor luterano Ervino Schmidt, “o momento de crise e o contexto eclesiástico brasileiro apontam para o fortalecimento do movimento ecumênico, sobretudo para reavaliar a caminhada e projetar espaços comuns de serviço que visem a transformar a realidade”.
O texto se conclui com a expectativa de que os poderes, o Judiciário e o Ministério Público realizem todo empenho para “identificação e punição de todos os responsáveis, de sorte que as instituições saiam fortalecidas e acreditadas pelo povo brasileiro”.
Assinam o documento representantes do Conic, Cáritas Brasileira, CLAI, Diaconia, GTME, Koinonia, Cesep, AEVB, Visão Mundial, Cese, CNBB, Ceca, Cediter, Cenacora, Cesep, Cenacora e Cebi, além das Igrejas Batista Nazareth e Ortodoxa Bielorrussa Eslava.
