O Conselho da Federação Luterana Mundial (FLM), órgão decisório máximo do organismo internacional entre as assembléias, concluiu, ontem, reunião de sete dias, na qual aprovou os temas que vai priorizar nos próximos anos.

São tarefas prioritárias fortalecer a identidade luterana como comunidade de igrejas em missão, aprofundar o compromisso ecumênico e apoiar o diálogo inter-religioso, dar testemunho na igreja e na sociedade sobre cura, reconciliação e justiça de Deus, e enfatizar a tarefa comunicacional.

As prioridades foram definidas ontem pelos 49 membros do Conselho, que estiveram reunidos em Genebra de 1 a 7 de setembro. O Conselho aprovou os relatórios dos Comitês dos programas de Missão e Desenvolvimento, de Teologia e Estudos, de Serviço Mundial, de Comunicação e de Finanças e Administração.

A FLM pretende desenvolver formas para articular uma eclesiologia missionária, apoiar as igrejas na tarefa missionária, de proclamação e de serviço. O organismo continuará promovendo a sensibilidade para o que significa viver na comunhão que Deus dá e para responder a situações de injustiça a partir de uma perspectiva comunitária.

Sobre a missão da igreja, foi elaborado o documento Missão em contexto: transformação, reconciliação, empoderamento - uma contribuição da FLM ao entendimento e prática da missão.

Para aprofundar as relações ecumênicas e as relações inter-religiosas, a FLM assume o compromisso de continuar o diálogo bilateral com outras comunhões cristãs mundiais, aprofundar a formação ecumênica e a pesquisa do tema, e melhorar as relações com o Conselho Luterano Internacional.

Também vai promover o diálogo com as igrejas pentecostais e os movimentos carismáticos, participar na configuração do movimento ecumênico, promover o diálogo inter-religioso e fomentar a justiça, a paz e a reconciliação em contextos multireligiosos.

Com o objetivo de dar testemunho na Igreja e na sociedade a respeito do poder de cura de Deus e de sua vontade de reconciliação e justiça, a FLM se compromete a trabalhar por aliviar a situação de violência e injustiça, mediar tensões e conflitos, e para superar a violência contra mulheres e crianças dentro das famílias.

Vai se esforçar na promoção da cultura de paz, destacar o papel da mulher na construção da paz e da seguridade, desafiar os efeitos negativos da globalização econômica, incluindo a dívida ilegítima e o comércio injusto, assim como promover a justiça ambiental e o respeito pela vida.

A FLM assume o compromisso de defender os direitos humanos e a inclusão dos marginalizados, de intensificar a campanha de prevenção e educação a respeito do HIV/Aids para superar a estigmatização, e de cooperar com os movimentos da sociedade civil. O organismo internacional vai promover o debate sobre família, matrimônio e sexualidade.

Na área da comunicação, a FLM quer enfatizar o monitoramento e melhorar a comunicação interna e com o exterior, e facilitar a comunicação intercultural na igreja e na sociedade.

Será designado um grupo de trabalho para revisar a membresia e o envolvimento da FLM com a agência Ecumenical News International e foi pedido às igrejas membros para que se comprometam ativamente no processo de discussão da Cúpula sobre a sociedade da informação.

No Departamento de Serviço Mundial foi acordado confirmar a membresia da FLM em Ação Conjunta das Igrejas (Action by Churches Together), lembrando que este ano completa-se o décimo aniversário do genocídio de Ruanda. O Conselho lembrou-o com um minuto de silêncio e a vice-presidente do organismo, Victoria Cortez, da Nicarágua, rezou pelas famílias das vítimas.

O Conselho aprovou o orçamento da FLM para os seus departamentos em Genebra, que vai a 12,8 milhões de francos suíços, e foi solicitado ao secretário geral, Ishamael Noko, que ajuste o orçamento às tarefas prioritárias aprovadas nesta reunião. Também foram aprovados os orçamentos de programas e projetos, num montante de 60,4 milhões de dólares.


Fonte: ALC Notícias