Encerrou na última sexta-feira, 2 de abril, a Conferência de Bispos e Presidentes, COP, Ampliada, que por esta característica reuniu, além de bispos e presidentes das igrejas membros da Federação Luterana Mundial na América Latina, lideranças da área de diaconia, jovens, educação e mulheres.O encontro iniciou no dia31 de março e teve participantes das Igrejas Luteranas do Brasil, Colômbia, Nicarágua, Honduras, Argentina, El Salvador, Chile, Venezuela, Costa Rica, Bolívia, Estados Unidos e Peru.
Segundo a avaliação do Secretário da FLM para a América Latina, Martin Junge, o encontro foi muito positivo e dinâmico, e com certeza a participação de mais pessoas enriqueceu o processo, confirmando esta COP Ampliada como um seguimento da 10ª Assembléia da Federação Luterana Mundial, realizada em Winnipeg, em julho de 2003. Em São Leopoldo, foram definidas algumas ações concretas, que devem auxiliar no desenvolvimento das igrejas na América Latina, aliás, este aspecto pode ser ressaltado com um novo elemento a partir desta COP Ampliada: a busca de passos práticos.
A questão da globalização econômica, que sempre preocupou as igrejas, a partir desta COP, ganhou três encaminhamentos:
1.Será organizada uma publicação reunindo todas as manifestações já feitas pelas Igrejas da América Latina, com o objetivo de alimentar e continuar a reflexão. Com esta iniciativa todo o conhecimento será sistematizado e poderá ser utilizado de forma prática.
2.Serão aprofundados e articulados diálogos mais fortes, envolvendo a comunidade internacional, na busca de ações concretas no sentido de reverter a dívida externa ilegítima
3.Será dada atenção especial para os Tratados de Livre Comércio e suas implicações, buscando sistematizar como abordagens, reações e vivências deste tema.
“Para muitos, estes temas podem parecer distantes da igreja – mas estou seguro de que todos estão sentindo seus efeitos e implicações no dia-a-dia, nas ideologias dominantes. Por isso, pensar estes temas a partir de nossa diversidade deve ser um desafio.” – destaca Junge.
Durante os cinco dias de reunião, cada uma das igrejas participantes teve um espaço para falar de sua vivência, desafios e perspectivas e nas narrativas, foram colocados muitos pontos em comum. Segundo Martin Junge, cada uma das igrejas está lutando com a “erosão”, seja ela social, econômica, política e até ambiental, o que pode causar a impressão de que as igrejas estão andando para trás. Porém, na verdade há uma grande dialética: as demandas aumentaram muito e as possibilidades de ação diminuíram. Por isso Junge acredita que as discussões devem fortalecer a coletividade e quando cada uma das igrejas participantes pode compartilhar suas esperanças e desafios, tem-se na prática a visão da FLM de igrejas em comunhão.
O planejamento da participação das Igrejas Luteranas da América Latina no Fórum Social Mundial em 2005 foi outro tema da reunião, quando os participantes compartilharam suas expectativas acerca do FSM e a necessidade de fazer uma preparação para o encontro, para que as oportunidades possam ser melhor aproveitadas.
A Diaconia, foi outro importante tópico em discussão , pois é uma marca das igrejas que deve crescer cada vez mais. Por isso, serão buscadas dinâmicas para fortalecer esta prática, através da reflexão e diálogo entre as igrejas, sendo inclusive criado um site na internet com esta finalidade, além de serem estimulados intercâmbios entre obreiros.
