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ID: 2702

Luteranos refutam intervenção militar na Síria e pedem reforma do Conselho de Segurança da ONU

06/09/2013

Ao mesmo tempo em que pede à comunidade internacional que aguarde o resultado dos inspetores das Nações Unidas sobre o suposto emprego de armas químicas pelo governo sírio, a Federação Luterana Mundial (FLM) apela aos governos que tendem a interferir no conflito do Oriente Médio a se abster de qualquer ação militar como meio de enfrentar as complexas questões que estão em jogo na Síria.

“Nunca se pôde apagar fogo adicionando mais combustível”, diz a carta apelo dos luteranos, assinada pelo presidente e secretário geral da FLM, respectivamente bispo Munib A. Younan, da Igreja da Jordânia e Terra Santa, e reverendo Martin Junge. Um ataque militar punitivo só exacerbará o extremismo e a violência, piorando a escalada de instabilidade na Síria e no Oriente Médio, alertam. 

O suposto emprego de armas químicas no conflito sírio é representativo da nova dimensão, afirmam os líderes luteranos. “A comunidade internacional teve sobradas razões para chegar a um acordo no sentido de que não há lugar em nosso mundo para as armas químicas, e queremos repudiar o uso de tal tipo de armas nos termos mais enérgicos possíveis”, defendem.

Younan e Junge deploram a incapacidade da comunidade internacional de traçar, de maneira conjunta, caminhos que conduzam à paz mundial e de não ter encontrado uma solução política e diplomática para o conflito sírio.

“A prevalência dos interesses contrapostos de segurança nacional de algumas nações resultou numa dolorosa paralisia dentro do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Esta situação, crítica e perigosa, tornou mais insegura a situação da Síria, do Oriente Médio, e inclusive do mundo. As perspectivas de uma segurança duradoura se fizeram mais voláteis, pondo todo respeito pelos direitos humanos numa situação precária”, lamentam os luteranos.

A dificuldade da comunidade internacional de fazer frente ao conflito na Síria destaca a urgente necessidade de reforma dos sistemas e instrumentos das Nações Unidas a fim de que possam servir à humanidade de forma efetiva no esforço por vida conjunta em justiça, paz e dignidade.

Apelam, pois, à comunidade internacional para que se empenhem nas necessárias reformas do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a fim de que esteja melhor preparado para responder aos desafios que a humanidade enfrenta. “A segurança no mundo atual não pode jamais ser desenhada e impulsionada como uma negociação de interesses nacionais entre um pequeno número de membros das Nações Unidas. A segurança no mundo de hoje também não pode ser considerada de forma separada dos desafios sociais, econômicos e ecológicos que a família humana enfrenta em seu conjunto”, argumentam.

Fonte: ALC
 

Muitos bens não nos consolam tanto quanto um coração alegre.
Martim Lutero
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