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ID: 2690

Eclesiastes 1.2,12-14; 2.18-23

Auxílio Homilético

04/08/2019

 

Prédica: Eclesiastes 1.2,12-14; 2.18-23
Leituras: Lucas 12.13-21 e Colossenses 3.1-11
Autoria: Wilhelm Sell
Data Litúrgica: 8º. Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 4 de agosto de 2019
Proclamar Libertação - Volume: XLIII

O sentido da vida: um convite para olhar acima do sol

1. Introdução

Ainda estamos no tempo litúrgico que indica maior atenção da igreja para o agir do Espírito Santo de Deus, aquele presente desde sempre na criação e que vem à igreja de Cristo como promessa e concretização de consolação, auxílio e vivificação. Espírito Santo que procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente, agindo na manutenção de toda a criação e no auxílio dos redimidos, atuando entre os membros do corpo de Jesus Cristo. É pelo agir do Espírito Santo, aliás, que as letras das Escrituras se tornam palavra de Deus à pessoa crente. Por isso sempre é motivo de gratidão perceber que esses três trechos apontados para estudo e homilia para este domingo, escritos em tempos e contextos distintos, tornam-se palavra de Deus para sua igreja hoje pelo agir do Espírito Santo.

O tema que mais pulsa nos três textos citados é a relação do ser humano com os bens materiais conquistados pelo trabalho, com suas obras, com aquilo que pode construir, conquistar e/ou possuir. Os textos enfatizam a dificuldade do ser humano em lidar com toda espécie de obras produzidas, denunciando a confiança nessas como aquilo que pode trazer justificação existencial, ou seja, meio de satisfação do ser, da nefesh (hebraico), da psichē (grego). É nesse sentido que o autor de Eclesiastes afirma: Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento (v. 14). Já no texto do Evangelho de Lucas, temos Jesus Cristo denominando de afrōn (v. 20), que a Bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA) traduz como louco e a Bíblia Nova Versão Internacional (NVI) como insensato – no sentido daquele que não faz uso de seu entendimento para compreender e por isso é confuso –, aquele que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus (v. 21). É o que o apóstolo Paulo vai identificar como mentalidade segundo a natureza terrena (v. 5), ou seja, marcada pelo lapso gerado pelo pecado e que se desdobra na distorção daquilo que propicia satisfação (sentido) pela justificação do ser.

Chamo atenção para o método adotado no presente estudo. O texto principal para a homilia será abordado exegeticamente, reconhecendo a intencionalidade na mensagem do autor e percebendo seu valor histórico e contextual, mas na meditação prevalece uma hermenêutica cristocêntrica a partir da luz que Jesus Cristo lança sobre a experiência humana com o ter e seu ser, percebidas na leitura do Evangelho de Lucas e reafirmadas no conteúdo da carta de Paulo aos colossenses.

2. Exegese

No texto de Lucas 12.13-21, encontramos a história de um irmão que se aproxima de Jesus pedindo para que este medeie uma disputa familiar. Revela-se aqui o reconhecimento de Jesus como alguém com conhecimento semelhante ao de respeitados rabinos, aos quais, por vezes, era confiada a solução de problemas familiares difíceis. Em 1 Timóteo 2.5 Jesus Cristo é identificado como sendo “um só mediador entre Deus e os homens”. Em Mateus 25.31-46 como juiz. Contudo, os versos 15-21 do nosso texto são importantes por revelar sob qual perspectiva Jesus Cristo analisa a vida como mediador e juiz e, consequentemente, esse caso.

Seria um engano pressupor que a fala de Jesus Cristo revele algum tipo de rejeição aos bens materiais. Ele também não está simplesmente se esquivando de uma decisão do que seria justo na repartição dos bens para dar um “toque” de espiritualidade. Mas utiliza esse momento para revelar algo profundamente enganoso engendrado dentro do coração humano após a queda: a justificação do ser pelo ter, ou seja, por obras realizadas para si próprio. Por fim, a revelação chama a atenção: os bens, as obras, enquanto justificação existencial dos irmãos, aprisionaram ambos a ponto de se tornarem avarentos e desestabilizarem os elos relacionais mais íntimos, os familiares.

Jesus, para exemplificar o que quer dizer, conta uma parábola, uma história sobre um homem que trabalha incessantemente e faz seus negócios com a mente aficionada excogitando possuir cada vez mais. Seu propósito era de conquistar a tranquilidade por meio de seus negócios, ou seja, a satisfação existencial pela justificação por obras de sua psichē. Assim, a expectativa era chegar a um ponto onde poderia afirmar a si mesmo sua realização: Tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te (v. 19). Mas Jesus é categórico e afirma: Mas Deus lhe disse: afrōn – pessoa com disposição mental distorcida, alienada, insensata, que não usa a razão –, esta noite te pedirão a tua psichē – sua essência de vida em termos de pensamento, desejo e sentimento; coração, ser, vida física, princípio vital – e o que tens preparado – derivação do verbo ethoimadsō, deixar preparado para; com finalidade –, para quem será “seu negócio”? Imaginemos aqui uma pausa na fala de Jesus. Sua pergunta ecoa no vazio existencial daqueles que imaginavam encontrar no ter, nas obras, no negócio, a satisfação existencial (o encontro do sentido da vida) pela própria justificação do ser.

Por fim, concluindo de maneira reflexiva, Jesus afirma: Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus. Ou seja, insensata é a pessoa que crê que a riqueza das obras realiza o ser, pois essa realização é impossível pelos “negócios” (= negação do ócio), mas somente no recebimento e no proveito da herança gerada pelo bem ofertado por Deus como graça. Essa, por sua vez, exige a afirmação do ócio humano para a satisfação do ser pela obra redentora e justificadora do Deus-Filho; revertendo todas as obras, os neg-ócios, para o bem comum, sendo rico para com Deus.

O texto indicado (3.1-11) da Carta aos Colossenses de Paulo vai em direção a esses ensinamentos de Jesus Cristo. Paulo enfatiza o caráter redentor e restaurador do Cristo que propicia uma nova perspectiva acerca da vida à pessoa justificada pela graça. Essa não mais está aprisionada às coisas produzidas pelas obras de natureza terrena como força propulsora e justificadora de vida, mas mortificado (v. 5 = nekrōsathe – aor. imp. at. de nekroō – reproduz ativamente seu estado efetivado de morte) para essa velha natureza, e revestido (v. 12 = endysasthe – aor. imp. med. de endyō – vestindo-se como alguém que está participando dos resultados da ação) de Cristo, o novo ser humano para uma nova humanidade. Ele é tudo em todas as pessoas e no qual todas se refazem para o pleno conhecimento, segundo a imagem do próprio Deus, passando a buscar as coisas lá do alto; fazendo com que as obras (neg-ócios) estejam reorientadas. Assim, as obras não estão mais para si mesmo (entesouramento, Lc 12), a fim de justificação do ser pelo ter, mas para a pessoa próxima na prática do perdão (v. 13 charidsomai, perdoar com ênfase no meio pelo qual o perdão veio a existir de forma plena, ou seja, pelo echarisatho – v. 13b, aor. ind. med. que indica uma ação concreta – pelo dom da graça; per-donum, (lat. pelo dom)= perdão); – pelo dom recebido compartilho o que recebi, a graça, portanto, pela caridade brotada no amor divinal. Esse amor é o vínculo da perfeição (v. 14) que leva a um novo tipo de ação (veja 3.12 – 4.1). Por fim, é interessante notar que o tempo verbal da maioria das ações indicadas dessa nova humanidade, citadas entre os versos 12-17, são pontuais e partem intencionalmente do novo ser.

O texto principal, indicado pelo lecionário para a homilia, é Eclesiastes 1.2,12-14; 2.18-23. A percepção dessa perícope junto com os demais textos brevemente analisados deixa perceptível uma correlação temática no tocante à relação entre obras, trabalho, neg-ócio e sentido da vida, satisfação do ser. O título original em hebraico é Coélet (lit. “a que convoca a comunidade”). Diante da discussão se o nome quer designar uma função ou um nome próprio, permanece a certeza que Coélet necessariamente precisa ser tratado como um sábio. A tradição indica o rei Salomão como seu autor. No entanto, seu nome não é citado no decorrer do livro e a linguagem empregada com influência aramaica revela um conteúdo mais filosófico, correspondente ao período helenístico.

Coélet estrutura todo o seu escrito a partir de uma tese, lançando uma pergunta com a qual parte para sua argumentação (1.2-3). Dessa, passa a fundamentar sua afirmação de que as obras humanas não possuem vantagem pela ausência de sentido (1.4 – 3.9); além disso, as obras de Deus não são perscrutáveis, ou seja, passíveis de investigação para entendimento (3.10 – 8.17); mas conclui que o melhor ainda é poder desfrutar e formatar a vida (9.1 – 12.7); trazendo por fim, sua conclusão (12.8-14).

Tudo é vaidade das vaidades (habel habalim, ambas palavras da raiz hebel = hálito, nada, nulidade), ou, ainda, vazio e inútil, tendendo à ideia daquilo que fecunda o engano. Debaixo do sol (informando uma área restrita que está sendo considerada) tudo não passa de uma grande ilusão e é passageiro, não podendo gestar, por isso, um sentido à vida. A vida não é somente passageira, como atesta o Salmo 39, mas é vã, enfadonha. Sendo assim, qual é o valor do trabalho (amal = esforço físico, fadiga, também aflição mental e emocional), mas também da família, da riqueza e da sabedoria (veja capítulo 2)? A análise da realidade trazida por Eclesiastes é profunda. Conclui que tudo, na realidade, debaixo do sol, não passa de correr atrás do vento (reut ruah = atrás do vazio), ou seja, realizar um esforço inútil na tentativa de alcançar o inatingível pela inexistência, parindo nada além de frustração, de dor e desgosto (2.18-23). A ideia de ser possível encontrar o sentido da vida, a satisfação do ser, naquilo que o ser humano possa realizar é, por isso, falsa. Melhor seria se livrar dessas ilusões. A única certeza é a morte (3.16-22), que representa no Antigo Testamento ameaça e término para a vida transitória.

Em sua perspectiva, Coélet percebe a limitação do ser humano em relação a aquilo que está debaixo do sol, onde, mesmo que anseie pela realização do seu ser de obter o sentido da vida, nenhum neg-ócio o satisfará. Além disso, compreende-se numa vida passageira e refém da morte. O que resta? Olhar para além dos seus limites, para além do sol, isto é, para Deus. No entendimento do sábio, Deus não é alguém que está tão próximo à realidade humana, ao alcance. Sua relação com a humanidade se dá nas bênçãos e na dádiva do dom ofertado pelo seu amor e cuidado. Sendo assim, se tudo é vaidade, correr atrás do tempo, do vazio, e sendo a única realidade eterna o próprio Deus, então somente nele é que pode haver sentido, a satisfação do ser.

É visível que o conteúdo do livro de Eclesiastes, assim como Jó, rompe com a lógica da retribuição, presente, por exemplo, no livro de Provérbios. Mesmo que não se afaste por causa disso da tradição sapiencial, há uma ressignificação da experiência com Deus. Essa pode se dar mesmo em situação de caos, nas experiências ruins da vida, mesmo no sentimento de injustiça e abandono, lidando assim com experiências de provação da fé e de abscondicidade de Deus. Neste sentido, Coélet é radical em sua análise realista da experiência de vida. Por fim, seu intuito é livrar o ser humano de colocar sua confiança quanto à realização do ser, sentido da vida, em qualquer negócio produzido, criado ou recebido. Portanto a mensagem libertadora é: aquilo que realmente importa não está debaixo do sol, mas em Deus.

3. Meditação

As pessoas são diferentes dos animais. Enquanto estes parecem viver satisfeitos com sua condição existencial, as pessoas sempre estão à procura de meios para ir além do que são, o que gera movimento. Isso acontece em dois âmbitos: um de foro mais íntimo, pessoal; e outro de foro mais público, relacional. No primeiro, constata-se o desejo de ser diferente do que se é, melhor, no âmbito físico, estético e intelectual. No segundo, é o desejo de bons relacionamentos, de reconhecimento e influência. Além disso, mesclado nesses âmbitos, outras áreas comuns de esforços são: dinheiro, sexo, poder, aventura e conhecimento. As incursões sempre aparentam ser promissoras no início, mas nenhuma obra, negócio, parece trazer a satisfação ao ser. E é justamente o agente desse desfoco que Jesus Cristo chama de afrōn, louco, insensato, confuso.

É o que Coélet denuncia com sua honestidade inflexível, incitando uma observação mais profunda acerca da experiência humana de tentar encontrar debaixo do sol a satisfação do ser, sentido e a completude da vida, por meio daquilo que pode realizar. E o veredito é claro: futilidade, nulidade, correr atrás do vento; uma busca incansável, sem fim e sem sucesso. Não que as obras, a negação do ócio, sejam impróprias; antes, elas fazem parte do ser criado à imagem e semelhança de Deus. No entanto, é característica do pecado a necessidade de se “vestir” de algo para dar sentido e proteção à sua existência. Não é por acaso que o redator que aborda o relato da queda afirma que a primeira atitude de Adão foi tapar sua nudez existencial com folhas de figueira, algo sobremaneira frágil. Assim, como não deve ser por um acaso que Jesus Cristo, na parábola do filho pródigo, diz que a primeira atitude do pai que recebe o filho foi de “vesti-lo” e colocar um sinal de pertença em seu dedo. Isso está presente na teologia da igreja primitiva e, por isso, não é sem razão que o apóstolo Paulo fala da nova realidade antropológica de estar “revestido” de Cristo, gerando assim uma renovada experiência de humanidade que consegue focar na real finalidade das obras. A satisfação existencial, sentido da vida, razão de existir, não é mais uma busca pela necessidade de justificação do ser, mas realidade concreta e efetuada pela obra do Deus Filho, Jesus Cristo.

Esclarecer isso é o intuito de Jesus para o irmão que o vem procurar diante de seu conflito relacional familiar pela disputa de uma herança. Não que a questão fosse injusta. Mas a preocupação é com algo mais profundo. Ele identifica nos irmãos, algo que se repete também em outros, a necessidade de ter para ser. Essa é a confusão, o desfoque, a tolice e a insensatez que, pela falta de cuidado, leva à avareza, à pleonexia. Essa palavra grega expressa o desejo intenso de adquirir mais e mais bens materiais ou ter mais do que os outros, sem levar em conta as reais necessidades. Ou seja, a finalidade do ter, das obras, dos negócios, do trabalho, está direcionada para o sentido da vida, de adornar a própria nudez com “folhas” frágeis que justifiquem seu ser. Aliás, isso torna perceptível que a salvação por obras é uma predisposição do ser humano na realidade pós-queda e está presente mesmo na pessoa não religiosa.

Essa desconfiguração não leva em consideração as reais necessidades, fazendo com que seu neg-ócio tenha a si mesmo como finalidade primeira e última, resultando na destruição da vocação. Assim é com aquele que, quando solicitada sua psichê, nada tem, pois não percebeu a nulidade de tudo debaixo do sol para essa finalidade, entesourou para si mesmo e permaneceu pobre para com aquilo que está acima do sol, das coisas do alto, como diz o apóstolo Paulo, da riqueza de Deus por meio de Cristo Jesus, dada por herança aos seus filhos e suas filhas. Essa herança é uma nova humanidade que traz sentido para a vida por causa da sua justiça e, além disso, reconfigura a finalidade das obras, que é o bem comum, a justiça, o perdão, o amor, fazendo com que tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus (Cl 3.17).

4. Imagens para a prédica

Para ajudar na elaboração da homilia, indico assistir um breve vídeo da compreensão do sentido da vida de Leandro Karnal (https://www.youtube.com/watch?v=hKKvhPo9G0k). É um exemplo claro da atualidade da busca pelo sentido e de como se lida com essa questão, que permanece sempre aberta.

Diante da sua convicção da inexistência de um sentido de vida “debaixo do sol”, numa postura caracteristicamente líquida, o pensador brasileiro conclama as pessoas a serem criadoras de um próprio sentido para si. Quer dizer, a razão e o fim de todo neg-ócio estão resumidas a si mesmas, para a justificação do seu ser. Mesmo que na modernidade líquida a tentativa da justificação não esteja mais relacionada a Deus ou a uma alteridade próxima, ela permanece como necessidade diante de si mesmo pelo anseio existencial de se validar, de tapar sua nudez com algum “tipo de folha”, na esperança de satisfação/paz. Tentativa que continua permanecendo vaidade, nulidade, correr atrás do vento, daqueles que Jesus Cristo continua denominando de afrōn, insensatos, que não levam em conta suas reais necessidades de olhar acima do sol.

5. Subsídios litúrgicos

Sugiro incluir na saudação a frase de Agostinho de Hipona: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”.

Bibliografia

LOUW, Johannes P.; NIDA, Eugene A. (Eds.). Léxico Grego-Português do Novo Testamento baseado nos domínios semânticos. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
FRITZ, Rienecker. Chave bíblica do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida Nova, 1995.
HOLLADAY, William L. Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2010.


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Autor(a): Wilhelm Sell
Âmbito: IECLB
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2018 / Volume: 43
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 50304

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