IECLB e Igreja Evangélica Luterana na Baviera - Alemanha



ID: 2712

Desenvolvimento sustentável? Dia do Brasil na Baviera

08/03/2008

No dia 23 de fevereiro foi realizado o 12o dia do Brasil (Brasilientag) da Igreja Evangélica Luterana da Baviera, desta vez sob o tema „Schöpfung – nachhaltig entwickeln… Ökologisches Handeln in Brasilien und Deutschland.“ (Criação – desenvolvimento sustentável… Ação ecológica no Brasil e na Alemanha). O encontro aconteceu na cidade de Munique, nas dependências da Academia Evangélica (Evangelische Stadtakademie), sendo que participaram 52 pessoas. O Brasilientag é um evento da obra Mission EineWelt da Igreja Evangélica da Baviera em conjunto com Martin Luther Verein. A Secretaria para assuntos de Política e Desenvolvimento bem como a Secretaria para assuntos da América Latina se ocuparam da organização, em parceria com a Evangelische Stadtakademie München.

O palestrante convidado deste ano foi o Dr. Euler Renato Westphal, que é docente na Faculdade Luterana de Teologia em São Bento do Sul e na Univille (Joinville, SC). É assessor da IECLB na sua Comissão Técnica de Formação e Educação e integra o Grupo Assessor de Teologia e Confessionalidade, entre outras atribuições. Além da palestra principal no Brasilientag, Dr. Westphal pregou em cultos (Erlangen, München), e expôs a temática em encontros menores (Schwaig bei Nürnberg e Neuendettelsau). O programa ainda integrou uma visita na Augustana Hochscule (Faculdade de Teologia de Neuendettelsau) bem como no Instituto para Missiologia em Erlangen (Friedrich Alexander Universität). Ambas instituições tem relação de parceria de longa data com a IECLB!

A abordagem do tema obviamente não escapa a um olhar fortemente crítico, uma vez que a questão ecológica no Brasil – a despeito de muitas iniciativas pequenas e locais de efeitos positivos – carece de um enfrentamento ético e prático sério e intensivo, considerando-se o dano que vai sendo causado pela esteira do agronegócio, por exemplo. Dr. Westphal chamou atenção especialmente para a problemática da biopirataria e para a inescrupulosa onda de “patenteamentos” de seres vivos e elementos naturais por empresas internacionais (setor farmacológico, cosmético), de tal forma que perde-se, no Brasil, direito sobre plantas, raízes, frutos, etc., e seus valores medicinais, p. exemplo. Para ele a questão ecológica carece de uma mudança radical de mentalidade, que passa por coração e razão, na esperança de que o futuro se mostre, de fato, viável.

Na parte da tarde após um gostoso “feijão com arroz”, quatro grupos se ocuparam com outras dimensões da temática. 1) Agronegócio e sustentabilidade (Kirsten Bredenbeck, da Cooperação Brasil): o modelo de monoculturas compromete gravemente o meio-ambiente gerando desmatamento e efeitos climáticos graves, implicando inclusive na redução da produção de alimentos. O modelo não se mostra, de fato, ecologicamente sustentável. 2) Comércio justo (Markus Raschke, da Casa de Comércio Justo da Baviera): agricultura familiar de baixo impacto climático e de produção biologicamente “limpa” recebe apoio e subsídio especial em muitos lugares do mundo, de tal forma que também o pagamento pela produção é justo, viabilizando melhora na qualidade de vida de produtores bem como as chances de reabilitação do solo. 3) Comércio Regional na Alemanha (Andreas Creutzkam, Dachau): priorizar o consumo de produtos regionais é uma forma de evitar a exploração em países pobres, de promover a sobrevivência da agricultura local, além de contribuir para a redução do índice de CO2 dos produtos, uma vez que se evita, p. ex., transporte ou armazenamento demorados. 4) Movimentos ecológicos no Brasil (Dr. Westphal): com base em alguns exemplos locais, apontou para iniciativas de enfrentamento da problemática ecológica no Brasil, mesmo que em horizonte nacional tais iniciativas não tenham ainda alcançado a relevância desejada e necessária.

Após uma pausa para café e diálogo entre os participantes, cada grupo apresentou de forma muito breve algumas pistas, caminhos, para a almejada sustentabilidade ecológica. A viabilidade da existência do ser humano e do seu contexto vivencial (natureza enquanto criação viva e não apenas objeto de exploração) depende de iniciativas pessoais e coletivas, sobretudo de vontade política! Mudança de pensamento, de atitude comportamental, envolvimento em ações em favor da vida, inclusive lobby político e suporte a iniciativas justas, eticamente legítimas, são passos imprescindíveis neste caminho!

Mauro Alberto Schwalm.
Ökumenischer Mitarbeiter
Referat Entwicklung und Politik – Mission EineWelt
 

Continuem a crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
2 Pedro 3.18
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