Nos dias 25 a 28 de junho último nosso CEFAPP – Centro Evangélico de Formação e Assessoria a Pastoral Popular foi centro de análise para as contribuições históricas da teologia da Libertação em contextos da IECLB e da práxis da e na PPL – Pastoral Popular Luterana. Mais de 25 pessoas se ocuparam com a temática do resgate e o histórico deste vertedouro de leitura e animação de comunidades na perspectiva popular duma Igreja engajada e que vive da simplicidade e compromisso do Evangelho.
A assessoria do teólogo e pastor Werner Fuchs – hoje em Curitiba no PR – deu este sabor de observar a histórica caminhada de mais de 40 anos da Teologia da Libertação em nosso contexto, retirando as Comunidades da IECLB de seu contexto de gueto religioso para a realidade e contexto sócio-cultural-religioso no Brasil e a América Latina. Fuchs provocou memórias e apresentou sua própria experiência identitária como ministro inserido nas lutas populares, especialmente quando da luta contra a construção de Itaipu e suas conseqüências para com o povo desalojado e reassentado neste grande complexo.
A realidade eclesial na qual PPL e sua práxis se gesta foi analisada pelo P.Dr. Flávio Schmitt – Faculdades EST – quando traçou parâmetros entre a os momentos de gestão e avanços da Pastoral com os momentos e ciclos geoeconômicos do Brasil com as gestões, lema e temas discutidos em cada uma das gestões dos presidentes da IECLB.
Marcelo Leal do MPA – Movimento dos/as Pequenos/as Agricultores/as realizou uma análise de conjuntura do momento sócio-político atual no Brasil e o amarrou com as chances da caminhada dos jovens e das jovens na construção da soberania, sustentabilidade e espaço após a realização da Rio + 20. Na reunião ouvimos o relato de 04 dos 11 participantes jovens que com auxílio da PPL e Comunidades Evangélicas do Rio de Janeiro tiveram o privilégio de saborearem o evento Rio+20: Cúpula dos Povos.
Os/as participantes não apenas olharam o aspecto histórico dos 40 anos da Teologia da Libertação, mas sempre se perguntaram como ir adiante a partir das experiências libertadoras, sofridas e enraizadas deste compromisso radical de ser Igreja – Povo de Deus e a caminho da libertação – aqui e agora.
Acompanhados pela atual Coordenação Nacional da PPL, com representantes dos Sínodos da Amazônia, Brasil Central, Espírito Santo a Belém, Sudeste, Vale do Taquari, Noroeste Riograndense, Norte Catarinense e Uruguai as contribuições da Teologia da Libertação firmaram-se como tremendamente válidas para as Comunidades/Paróquias que ainda pretendem seguir a fidelidade libertadora do Evangelho de Jesus Cristo. Além das celebrações, depoimentos, muita música libertadora, o passeio mais significativo que marcou a todos: olhar para além da cosntrução da Usina Hidrelétrica de Foz do Chapecó – a morte, a tragédia assassina do Rio Uruguai – o passeio entre a taipa da UHE até a Ilha Redonda em Palmitos... A morte de um rio é prenúncio de uma civilização que com o mesmo também está morrendo...