Amo Porto Alegre
Artistas cantam a beleza da cidade. Como Isabela Fogaça: (Porto Alegre é demais)
“Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais
É lá que eu vivo em paz”
Porto Alegre oferece inúmeras possibilidades de consumo, diversão, assistência hospitalar, formação acadêmica. Mas outros a descrevem como a montanha de pedra bruta, lugar de muita violência, transporte público e sistema educacional e hospitalar precário. O que é de todos, parece ser de ninguém. A falta de gestão com a vida, pode criar o caos na cidade.
Porto Alegre surgiu no ano de 1772. Ela é de todos(as), acolhe tanta gente proveniente de diversos lugares. Aqui está a nossa Igreja desde 1857, ou seja, 158 anos somos comunidade Matriz na capital gaúcha, fazemos parte desta história. Enfrentamos desafios e possibilidades para a realização da missão de Deus. A nossa inserção de ser Igreja na metrópole se visualiza no planejamento missionário, na estratégia que a nossa comunidade utiliza para a edificação da mesma. Neste ano, por exemplo, a Palavra de Deus nos desafia com a afirmação de que promovemos a paz na cidade: “porque na sua paz vós tereis paz”. (Jeremias 29.7) Este é o lema bíblico da Igreja que nos acompanha neste ano, no qual refletimos o nosso ser missionário na cidade. Somos desafiados a promover a paz em meio a tantas situações de caos que experimentamos no nosso cotidiano.
Viver a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo pressupõe que venhamos, primeiramente, amar a cidade. O nosso ser cristão acontece ali onde moramos. O amor a cidade nos conduz para um engajamento comunitário. Por exemplo, na temática da criação conforme Gênesis, perguntemo-nos sobre a questão do lixo. O desprezo para com a reciclagem revela a indiferença com o nosso meio ambiente. Há questões sociais, outras existenciais que desafiam a nossa missão na vida urbana. A solidão é um sentimento muito forte. Para tanto, o valor da comunhão é celebrado em diversos grupos, no próprio culto. Vínculos são construídos, acabam dando sentido a vida, sentimento de que na comunidade formamos agora uma grande família.
Como é bom ser Igreja! Nela encontramos pessoas amigas. Descobrimos a importância da gratuidade no abraço, aperto de mão, na amizade, comunhão de mesa, compartilhar nascimento dos nossos filhos(as), perdas de ente queridos(as). A vida se reorganiza, oportuniza a ressignificação para a sua lida no cotidiano.
Deus nos quer bem em Porto Alegre. Este bem nos conduz para ser Igreja que ama este lugar, vê neste espaço o belo canteiro que Deus está edificando. Amar, promover a paz se aprende, praticando-a no cotidiano da vida, desejando-a. Logo toda criação se alegrará. A prática do amor deixa a cidade mais bonita. Porto Alegre é a nossa grande casa, na qual Deus está presente. Amor transforma, nisto cremos, vivemos, testemunhamos.
P. Werner Kiefer - Comunidade Matriz - Porto Alegre