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ID: 356

Palavras têm poder, mas o silêncio também tem

16/02/2016

Inicio esta reflexão com uma citação do teólogo José Comblin, pense nisso: “As religiões servem na medida que ensinam a amar; se não o fazem, são nocivas porque subtraem energias humanas do seu fim verdadeiro”. Com esta citação pretendo chamar atenção para o diálogo ecumênico e até inter-religioso em tempos de várias formas de intolerâncias, e finalizar a reflexão sobre uma “teologia do silêncio” que não conheço muito, mas essa expressão foi usada em uma meditação recente e faz pensar.

É tão triste perceber que as pessoas não se escutam, não ouvem realmente o que a outra está dizendo. Há muitos “ruídos” na comunicação, há muitos conflitos por causa da falta de comunicar adequadamente o que se pensou, o que se quer; aí entram os regionalismos, o jeito de falar, ou silenciar, e o escutar/ ouvir. Guerras já aconteceram por causa de falta de entendimento dos fatos na hora de comunicá-los. E tem também a maldade da natureza humana que distorce fatos, acontecimentos por um desejo em particular, em vez de um bem comum/bem maior, luta-se por o que me faz bem/ o que faz bem para “os meus”, não se importando com a outra pessoa.

Ahhhh o amor romântico, romantizado!!! Penso que, boa parte dos nossos problemas culturais- religiosos nesta nossa geração está na compreensão desta palavrinha “amor”. Por amor a Cristo ocorreram guerras religiosas; por amor a uma mulher, ou um homem se mata. Vivemos uma geração de valores distorcidos, ou a falta deles em troca da ambição, do pode tudo. Vivemos uma geração na qual o poder de escolha, o uso da liberdade ficou mais explicitado. Embora que, liberdade não é fazer tudo o que quero, ou dizer tudo o que penso. Isso é arrogância (qualidade ou caráter de quem, por suposta superioridade moral, social, intelectual ou de comportamento, assume atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; orgulho ostensivo, altivez).

Jesus não ensinou essa liberdade, o amor da troca. Do tipo que algumas mães acreditam, eu amei e me sacrifiquei tanto por meus filhos e filhas agora que estou velha eles tem que se sacrificar por mim. Jesus ensinou que ele fez o sacrifício de uma vez por todas, por todos. A consequência de quem entendeu isso é agir por gratidão, misericórdia. Eu vou cuidar da minha mãe idosa, ou doente, por gratidão, por misericórdia. A mãe cuida dos filhos e das filhas por gratidão, por amor porque os recebeu de Deus e também porque nossos filhos não são nossa propriedade, são criaturas da força geradora de vida-Deus. Pelo amor que de Deus recebi, recebendo a vida como um presente, amo-os.

Não se faz guerra santa, o amor autêntico não incita à guerra, não existe guerra justa, o amor autêntico não incita a que se mate, que se destrua a vida. Nossa tarefa como gente de fé é resgatar o valor supremo da vida, como criaturas em meio a criação divina, como parte da criação, e não como auge dela.

E por isso respeitamos, a pessoa estrangeira, o jeito da outra de cultivar a fé. Fato é que a fé precisa ser cultivada. No nosso caso, a fé cristã, que ensinou a amar “o inimigo”. Mas não de forma ingênua, e sim de forma libertadora, transformadora.

Existe a paz justa, e é por ela que devemos nos empenhar.

“Silêncio como atitude litúrgica

Liturgia é comunicação com Deus. Nós podemos nos comunicar com Deus de várias maneiras. Além da linguagem falada, usamos a da escuta. E, para escutar temos que silenciar! Mas o silêncio também é importante para ver e para meditar.

Na liturgia, não há necessidade de preencher todos os momentos e espaços com cantos ou palavras. Também o silêncio é uma atitude litúrgica significativa. Silêncio não é sinônimo de não fazer nada; é atividade intensa de profundo significado. “Deus está conosco, tudo em nós se cale, Deus a nossas alma fale”, exprime o hino 124 do hinário da IECLB, Hinos do Povo de Deus.

Na liturgia, conhecemos o silêncio como uma atitude de preparação para o culto, na oração silenciosa individual, no início do culto. Mas o silêncio também pode ser realizado comunitariamente, em conjunto, por exemplo, entre as leituras bíblicas ou na oração geral da igreja, entre outros momentos. No entanto, é importante que a comunidade seja motivada para tal.

O silêncio tem a função litúrgica de “preparar para algo”, “receber”, “meditar”, “contemplar”, “reverenciar”, “orar”.(Fonte: A Linguagem dos Símbolos no Culto Cristão/portal luteranos)

Em uma geração da imagem, da amplificação do som, da tecnologização da comunicação , “Deus está agindo mesmo que nós não o percebamos. Esse é o silencio ativo de Deus”(para aprofundar esta reflexão veja O silêncio ativo de Deus, neste site). Deus está agindo, tente observar e perceber isso, para perceber use a intuição, o coração. Portanto, mais intuição, menos razão.
 


Autor(a): Pa. Carla Suzana
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 36821

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