Aquela chuvinha miúda caia sem parar. Por vezes engrossava um pouco para, logo em seguida, voltar a ser quase uma neblina. Persistia naquela tarde de domingo, 24 de março. Domingo de Ramos! Pensa: domingo de tarde... friozinho... chuvinha...
Ainda assim, um grupo foi se formando na Comunidade da Ilha da Figueira, em Jaraguá do Sul. Eram pessoas que estavam participando do Jejum Diaconal. Foi uma proposta do grupo de Diaconia do Núcleo Jaraguá, no Sínodo Norte Catarinense. A presença de cada pessoa fez o clima gostoso do aconchego, carinho. Nem precisavam mais. Era muito bom estarem juntas.
Elas vieram celebrar culto a Deus. Estavam numa caminhada em plena Quaresma. Em conjunto haviam decidido jejuar nos 40 dias antes da Páscoa. Em conjunto queriam também agradecer a Deus, ouvir sua Palavra. E se preparar para a Semana da Paixão.
Não uma obrigação! Nem um meio de ganhar admiração de pessoas! Tampouco uma forma de negócio com Deus! O Jejum Diaconal procura seguir orientação de Jesus: “Não remendar pano velho com tecido novo” (Lc 5.36). Evangelho é completamente novo. É proposta de vida totalmente nova. Dentro desta proposta também o jejum diaconal de encontra. Não para seguir velhos preceitos de salvação por obras. Mas, ação de graças pela salvação na cruz.
E, assim, de pequenas mudanças de atitudes diárias, pode surgir uma reflexão nítida que ajuda na compreensão do amor de Deus em favor das pessoas. Nesta forma de jejum, abster-se do consumo de algo supérfluo quer fortalecer a confiança na misericórdia divina. Enquanto isso não está claro, não se está pronto para participar do Jejum Diaconal.
Irene Alves e seu marido Tárcio estiveram presentes. Ela é presidente da Associação Caminhar Juntos, de Piçarras. Eles levaram o carinho e a oferta de R$893,00 para as crianças atendidas em suas necessidades naquele trabalho diaconal.
O maior desafio do jejum é conviver com amigos e familiares que não estão jejuando! Nessa frase se resumiu a relato de uma família que em conjunto se absteve de consumir algo supérfluo no período da Quaresma. Suas palavras fizeram pensar nas dificuldades que temos em aceitar quem é diferente. Aceitar e conviver, não apenas suportar por algum tempo!
Só na saída do templo se percebeu que a chuva havia engrossado.
