A Terra é o nosso lar

28/02/2011

Os versículos previstos para o dia 24 de fevereiro nos dizem:


Sl. 36.6 – Tu Senhor Preservas os homens e os animais.
Lc. 12.6 - Não se vendem cinco pardais por dois asses? Entretanto, nenhum deles está em esquecimento diante de Deus.
 
Nos dias 7 e 8 de fevereiro estivemos reunidos no Centro Paulus, próximo de São Paulo, localizado em área de mata atlântica. Logo na chegada fomos recepcionados pelo “OI” de uma arara e nos fundos avistamos uma família de macacos da raça bugio.Nos fundos também nos esperava um farto café da tarde com uma grande variedade de frutas e perguntamos ao administrador (Sr. Túlio) se os macacos não vinham pegar as frutas na mesa. Ele disse que antes da construção do rodoanel eles não comiam nem as frutas do pomar e que agora já se vêem obrigados a fazer isso por que a área em que vivem ficou bastante reduzida.
 
Isso me fez questionar a realidade do nosso planeta. As vezes sem nos darmos conta, até nas coisas pequenas, até em obras que parecem ser inofensivas, estamos destruindo o habitat de muitos animais e inviabilizando a sobrevivência dos mesmos.

Com certeza todos nós temos ouvido muito, sobre o meio ambiente, mudanças climáticas, catástrofes, devastação de florestas e até do desaparecimento misterioso de milhares de abelhas nos estados Unidos. Mas elas não estão desaparecendo somente lá, também aqui no Brasil, inclusive o Túlio comentou que apicultores da região da serra do mar estão percebendo uma grande diminuição das abelhas. Albert Einstein afirmou que: “Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem terá apenas quatro anos de vida.” Com o desaparecimento das abelhas todo o ecossistema com certeza seria alterado e Einstein, provavelmente, teria razão. Seria uma crise muito pior que a econômica porque nós (a humanidade) ficaríamos sem comida.”

Pois é, estamos realmente diante de um momento crítico na história da Terra. A Terra é o nosso lar, por enquanto é o único local em que o ser humano pode sobreviver, é uma comunidade de vida única e ela é tão rica, perfeita e abundante que com toda certeza somente pode ser criação de Deus. Jamais tudo isso poderia ser obra do acaso. O meio ambiente global com seus recursos finitos é e deve ser uma preocupação comum de todas as pessoas de forma irrestrita. A proteção da vida, da diversidade e da beleza da Terra é um dever sagrado.
 
Por isso eu tenho plena certeza de que devemos começar imediatamente com ações básicas e fundamentais. Quando estive na Alemanha percebi que lá a reciclagem do lixo é obrigatória e o vidro é separado até por suas diferentes cores. O chuveiro, o vaso sanitário, possuem vazão de água controlada e a maioria das torneiras são automáticas. E aqui no Brasil? Aqui sequer existe uma coleta seletiva do lixo que seja eficiente, por outro lado, as pessoas também não tem o hábito ou simplesmente não querem ter o trabalho de separar o lixo, algo básico e fundamental.

Há uma necessidade urgente de mudança nos hábitos de consumo de todos os seres humanos. Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Devemos dar preferência a produtos produzidos a partir de matéria prima reciclada, reduzir ao máximo o uso da água, doar produtos que já não têm mais serventia, plantar árvores, usar menor quantidade de detergente, substituir as toalhas de papel pelas de pano, economizar energia elétrica, limitar o uso do carro, limitar o uso do plástico, reaproveitar as embalagens, levar seu copo de vidro para o trabalho para não usar os copos descartáveis, reaproveitar papel como rascunho, economizar materiais não-recicláveis, cobrar do governo políticas ambientais, participar de eventos voltados ao cuidado do nosso planeta, etc., etc., etc..

A escolha é nossa: ou nós cuidamos da Terra e uns dos outros, ou estaremos arriscando a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, e não a ter mais como é praticado hoje em dia. Albert Schweitzer em uma conferencia na Academia Francesa de Ciência no ano de 1952 afirmou: “quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”.

Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir impactos ao meio ambiente e reverter o processo gradual de destruição do planeta. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções magníficas para todos os problemas. Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência à vida, por um compromisso firme de restauração da integridade ecológica da Terra e pelo cumprimento dos compromissos de cooperação na resolução dos problemas globais, pelo manejo pacífico das mudanças e pela jubilosa celebração da vida. Teremos êxito porque devemos fazê-lo.

Quero encerrar com a oração que encontramos nas senhas diárias do dia 24 de fevereiro de 2011: Senhor da vida, maravilhamo-nos com a tua criação, na qual cada espécie de vida tem o seu lugar e a sua tarefa na coexistência do todo. Cremos que é teu desejo manter esta estrutura. Isso é o parâmetro para o nosso agir. Pedimos-te que nos ajudes a fazer uso do que criaste e, ao mesmo tempo, preservar a obra da tua mão.

Pastor Adelar Schunke, Pastor da IECLB,
diretor e capelão portuário da
Missão aos Marinheiros em Santos.

Se a Palavra desaparecer, o mundo fica escuro. Aí ninguém mais sabe onde se abrigar.
Martim Lutero
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