Chocolate, Jesus e titanic

20/03/2003

Chocolate, Jesus e titanic

Samuel Scheffler **

Porque Deus tanto amou ao mundo
que deu o seu filho único,
para que todo aquele que nele crer não morra,
mas tenha a vida eterna
. (Jo 3.16)

Estamos nos aproximando da Páscoa e já começaram as negociações do que ganhar. A dúvida é grande; não sabemos se escolhemos um ovo de Páscoa, uma barra de meio quilo de chocolate ou então apenas uma caixa de bombom. Porém cada um tem suas vantagens e desvantagens, cito algumas: se escolhermos o ovo, teremos um presente mais bonito mas com pouco chocolate; se escolhermos a barra, aí sim teremos mais chocolate, mais barato, mas não será tão bonito; ainda tem a caixa de bombom que é a mais barata, tem mais variedade, no entanto tem menos chocolate. E se vacilarmos é tudo o que lembramos, chocolate!

Mas o que de fato é a Páscoa? Será que existe algo mais do que o coelhinho e chocolate? Sim, existe muito mais. Jesus morreu e ressuscitou por cada um de nós. Então não mais precisaríamos perguntar se sabemos, mas se a vivemos. Como é possível viver a Páscoa? Deixe-me contar uma história.
Imagine que nossa vida fosse uma viagem de navio, um grande navio. Um projeto audacioso do Criador. Pensou em fazer mais do que plantas e animais, pensou em fazer alguém com que pudesse se relacionar e viver um intensa relação de amizade - e andava Deus pelo jardim na viração do dia - Então conseguiu pensar um grande e maravilhoso navio? Claro o maior e mais bonito de todos, porque não o Titanic? O Titanic, como a nossa vida, não foi construído para naufragar, aliás ninguém constrói um navio pensando que ele irá naufragar. Deus também não nos fez pensando que fossemos morrer. E como Criador Ele tem o maior interesse que ande tudo bem com nossa vida. Mas Deus não quer ser apenas construtor, quer ser o piloto também; e quem é melhor do que Ele para pilotar nossa vida ? Mas Deus nos deu a oportunidade de escolhermos quem pilotaria o nosso navio, o Criador ou nós mesmos. Fantástico isto, não? Existem muitas coisas que não podemos escolher: nosso sexo, nosso pais, nossa família, se nascemos ricos ou pobres, mas Deus nos dá a oportunidade de vivermos uma vida de amizade e obediência com Ele.

Porém nossa escolha foi ruim, preferimos guiar a nossa vida a Ele nos orientar. Assumíamos a direção do navio, achando que temos melhores condições de guiá-lo, triste e trágica ilusão. Queremos viver uma liberdade longe do Criador. Foi então que grande iceberg do pecado bate em cheio em nossa vida e começamos a naufragar. O que é este iceberg do pecado? É o nosso grito de independência em teimarmos em viver longe do nosso Criador. Não mais queremos viver numa posição de criaturas, as mais belas e únicas criadas a imagem e semelhança do próprio Deus. O nosso futuro parece irreversível. Afundar no oceano profundo e gelado da morte.

Nenhum barco por perto, nenhuma ilha, apenas os coletes salva-vidas e o mar profundo, gélido e cheio de tubarões*. Bem, então vestimos os coletes salva-vidas, pois achamos que eles nos manterão vivos. Os coletes são nossa tentativa de não morrermos eternamente e o máximo que ele nos proporciona é uma esperança ilusória. Existem diversos coletes: o da religiosidade oca sem vida, das boas obras que pensamos que nos salvará, da moral (sou bom porque não mato e não roubo), do horóscopo, do espiritismo. Só que nada disso salva, afinal o mar é gelado e não levaremos mais do que alguns minutos para todos morrermos congelados e devorados pelo diabo que ronda nas águas frias do oceano da vida.

Tudo acabou, não há mais esperança. Talvez você não acredite que está naufragando, como algumas pessoas do Titanic não acreditavam também - lembra-se dos violinistas - , mas nem por isso o navio deixou de afundar, como na nossa vida também naufragamos mesmo que não acreditamos e aceitamos. Acredite o pecado nos leva a morte eterna!

Mas esperem! Ainda tem o bote, o bote salva-vidas, o bote que veio buscar e salvar os perdidos e nesse bote não congelaremos porque ele está em cima da água gelada e os tubarões não poderão nos devorar. Abrindo um parêntese, a Páscoa é a comemoração da vinda do bote que veio nos salvar do naufrágio e eliminar a destruição do iceberg do pecado. O nome desse bote é Jesus Cristo, o filho de Deus (aquele que construiu o navio da nossa vida, lembra?). Esse é o único bote que nos leva para um porto seguro, para terra firme. A única forma de você e eu sermos salvos é embarcando no bote. E Jesus está esperando você embarcar nele, para ele te tirar do oceano gelado e te livra dos dentes afiados de Satanás. Mas para isso você precisa crer que ele é a salvação e estender a sua mão. Do que adiantará o bote estar a sua espera se você não quiser entrar nele? Jesus, na crucificação, estendeu os seus braços para nos dar o perdão de nossos pecados, uma vida de paz e sentido e a vida eterna. Jesus está com o braço estendido a você basta dizer: Senhor Jesus Cristo eu creio na tua morte, na tua ressurreição e no teu amor.

Isto é Páscoa, meu amado leitor. Mais do que chocolate e coelhinho, é a chance de uma nova viva. Que Deus nos encha de alegria pelo amor com que Ele nos amou.

Artur Nogueira, dia 20 de março de 2003.

* Das 2225 pessoas abordo do navio Titanic, apenas 712 se salvaram e estimasse que 800 das 1513 pessoas mortas foram devorados por tubarões.

 

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** Candidato a Missionário Samuel Scheffler
 


Autor(a): Samuel Scheffler
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 3 / Versículo Inicial: 16
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 21621
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A vida cristã não consiste em sermos piedosos, mas em nos tornarmos piedosos. Não em sermos saudáveis, mas em sermos curados. Não importa o ser, mas o tornar-se. A vida cristã não é descanso, mas um constante exercitar-se.
Martim Lutero
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