Ele trocou exaltação por humilhação! - Lema da Semana: Filipenses 2. 8 - P. Alberi Neumann - 12 de março de 2023

Palavra Pastoral - Boletim Sinodal

10/03/2023

 

Lema da Semana: “Jesus Cristo a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. (Filipenses 2. 8)

De que trocas você seria capaz, ou incapaz, de fazer?

Jesus fez trocas que aos nossos olhos saltam como loucura ou inimagináveis! Por exemplo: ele “trocou glória por desdém” (hino 370 LCI), exaltação por humilhação. Diz o texto bíblico: A si mesmo se humilhou. Temos aqui um movimento de Jesus que expressa uma vontade ativa, espontânea, altruísta. Voluntariamente ele se colocou a serviço. “Sua existência estava em favor dos outros!” (Dietrich Bonhoeffer).

Jesus desceu do ponto mais alto até à profundeza mais infame, passando pela morte mais desprezível de todas. Afinal, estamos falando de uma forma de execução violenta, cruel, lenta e vergonhosa, reservada aos piores criminosos. A crucificação era a forma mais baixa de humilhação, de zombaria, vendo-se nela inclusive uma maldição. Para o povo judeu, uma pessoa crucificada era uma pessoa maldita (Deuteronômio 21. 23). O sofrimento desse tipo de morte e o corpo nu exposto publicamente eram sinônimos de desgraça. Para os gregos, por exemplo, que imaginavam seus deuses no maior poder e honrarias, um Salvador crucificado era uma insensatez.

Algo muito forte e importante moveu Jesus a trocar exaltação por humilhação, o fez “obediente até a morte e morte de cruz”. E o que foi?

Foi o amor de Deus em sua profundidade e grandeza! “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente alguém morreria por um justo, embora por uma pessoa boa alguém talvez tenha coragem para morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5. 6-8).

Na crucificação de Jesus se manifesta a justiça divina que declara inocente o ser humano pecador. Ele se colocou em nosso lugar. Assumiu a nossa dívida. Foi por amor a nós que ele trocou exaltação por humilhação, glória por desdém.

Deus não impôs a morte a Jesus, mas agiu por meio dela. Transformou o que era desgraça em graça, maldição em bênção, desonra em honra. Assim, na cruz, encontramos um Deus misericordioso, servo e solidário com o ser humano. Por isso, podemos cantar agradecidos/as: “Ó que castigo singular e estranho: O Bom Pastor morrer por seu rebanho! Paga o Senhor a culpa dos criados... Morre Jesus, que andava em reta estrada, e o pecador, que é mau, não sofre nada; quem mereceu a morte sai ileso; o Justo é preso” (hino 426 LCI).

A comunidade de Filipos é convidada por Paulo a rememorar esse amor profundo e evitar a auto-exaltação, as divisões e o individualismo; a buscar a unidade, a zelar pela harmonia, que é alcançada quando há humildade, serviço, amor e misericórdia. Conversemos nós também sobre esses temas à luz da humilhação de Cristo em nosso favor. Do Deus que em Cristo sofre solidário decorre a tarefa da Igreja de existir para os outros, de ser solidária e misericordiosa. Na fraqueza está a força e a autenticidade do agir cristão. Parece loucura, mas não é, antes é graça pura: Na cruz, o Senhor se fez servo para a nossa salvação! Amém.
 

P. Alberi Neumann - Vice-sinodal

Leia ainda o Boletim Sinodal na íntegra: https://mailchi.mp/c8a3cd3744e4/boletim-semanal-snodo-sudeste-ieclb-n-855-12-a-18032023


Autor(a): P. Alberi Neumann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Vários
Perfil do Texto: Boletim
ID: 69839
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