João 15.9-12

Prédica

23/10/1983

Culto de Confirmação – Paróquia Missão Suburbana

Igreja Martin Luther – Centro-RJ

23 de outubro de 1983

João 15.9-12

Prezados confirmandos, pais, padrinhos, familiares!

Cara comunidade!

Hoje é um dia especial para a nossa comunidade. É dia de alegria, de festa. Hoje mais uma turma de jovens é apresentada à comunidade cristã e está disposta a testemunhar perante ela e a Deus a sua fé.

Caros confirmandos! Vocês começaram uma viagem muitos anos atrás. Gostaria de comparar e chamar a vida de fé do cristão como uma viagem de trem.

Os pais de vocês já tinham pego o trem antes de vocês e já estavam a caminho. Quando eles, juntamente com os padrinhos, apresentaram vocês a Deus no dia do batismo, tinham em mente uma coisa: queriam que vocês se tornassem cristãos, que seguissem a Jesus Cristo, que confiassem nele.

Fazendo assim, certamente correram um risco. Que risco? Vocês poderiam escolher outra condução. Vocês poderiam descer do trem.

Na época do batismo de vocês não sabiam o que era viajar nesse trem de Jesus Cristo; não sabiam porque estavam nesse trem e não em outro; não sabiam qual o regulamento do trem; qual o comportamento que precisavam ter nele.

O batismo foi, vamos dizer assim, a estação de embarque de vocês. Hoje vocês chegam a outra estação – a CONFIRMAÇÃO.

Após um processo de aprendizagem em que participaram pais, padrinhos, professores, pastores e outros cristãos, vocês estão aptos a deizer se querem continuar nesse trem ou se querem descer do trem. Agora foram esclarecidos do significado que tem esta viagem. Não quero dizer que estejam prontos, A vida de fé em Jesus Cristo é um processo constante de aprendizagem, vivência, reflexão, ação.

Caros confirmandos! A Confirmação é o SIM de vocês ao sim que Deus deu no batiso. Nele, no batismo, Deus deu o seu SIM. Na Confirmação nós damos o nosso SIM a Deus que nos aceitou.

Nesta viagem, caso continuemos, chegamos a outro momento importante, uma estação: a SANTA CEIA. Nela temos a comunhão com Jesus Cristo e com os irmãos. Recebemos seu perdão e renovamos a fé nele.

O Batismo, a Confirmação e a Santa Ceia são, na verdade, uma unidade. Não podemos separá-los. Os três fazem parte de nosso ser cristão.

Caros irmãos e caras irmãs!

O batismo precisa ser vivido diariamente. Segundo Lutero “significa que o velho homem em nós por contrição e arrependimento diários, deve ser afogado e morrer com todos os pecados e maus desejos, e, por sua vez, sair e ressurgir diariamente novo homem, que viva em justiça e pureza diante de Deus eternamente.”

Igualmente necessitamos renovar o nosso sim a Deus, que nos aceitou, constantemente. Confirmar sempre de novo nossa adesão a Jesus Cristo, pois nos afastamos, desviamos e procuramos colcoar o pé fora do trem.

Por fim, a Santa Ceia é aquele acontecimento que serve para medir o quanto estamos ligados ao Senhor e queremos renovar a nossa fé nele.

Assim, estas três estações são distintas, mas fazem parte de uma viagem só. São uma constante na fé cristã. Poderíamos dizer, que em todas elas nos confrontamos com uma coisa que é básica na fé em Jesus Cristo: O AMOR DE DEUS.

Gostaria que nunca esquecessem, caros confirmandos e confirmandas, deste texto que lemos no começo desta mensagem. Gostaria que ele, além do versículo que cosnta na Certidão de Confirmação, acompanhasse vocês.

“Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.”

O amor no qual Jesus pede que permaneçamos firmes, é aquele que nos escolhe ou escolheu, antes que nós mesmos o escolhêssemos. “ Não fostes vós que mês escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros.” – João 15.16

E segundo a explicação do 3º. Artigo do Credo Apostólico: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. “

Agora, permanecer neste amor tem uma finalidade. Significa produzir frutos, pois somos os ramos da videira que é Jesus Cristo.

Como permanecer ligado a Jesus Cristo e produzir frutos?

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.”

Qual mandamento?

“que vos ameis uns aos outros, assim como vos amei”

Podemos deduzir que de modo algum estaremos ligados a Cristo, se não seguirmos seu madamento de amor ao próximo. A fé não pode estar voltada só para si mesmo.

São inseparáveis: o permanecer em Cristo e o produzir frutos. É terrível engano pensar que seria possível permanecer em Cristo, no maor de Cristo, sem produzir frutos, sem amar o outro, o próximo.

Igualmente é um engano pensar que podemos amar ao próximo como Cristo amou, sem que estejamos ligados a Jesus Cristo.

Por que Jesus nos diz isto hoje?

Ele tem uma finalidade: “Tenho-vos dito estas cousas para que a minha alegria esteja em vós, e vossa alegria seja completa.”

Jesus quer nosso bem, a nossa alegria, nossa satisfação, nossa realização, enfim, nossa felicidade e quer mais, quer que essa alegria, essa satisfação, esta realização, essa felicidade sejam completas; não pela metade, mas integral.

Andando neste trem, nesta viagem da fé crista~, percebemos diante do nosso mundo, dentro de nossa realidade do que, sem dúvida, mais estamos carentes é de AMOR.

Gostaria de encerrar esta mensagem dizendo que, como cristãos, somos desafiados, onde quer que estejamos, a renovar a nossa relação com Jesus Cristo e a ser instrumento de amor dentro do mundo.

Termino com um poema que ilustra esta realidade:

“ Cristo não tem mãos, só nossas mãos para fazer seu trabalho hoje.
Cristo não tem pés, só nossos pés, para guiar pessoas em seu caminho.
Cristo não tem lábios, só os nossos lábios, para falar às pessoas hoje.
Cristo não meios, só a nossa ajuda, para levar pessoas a si.
Nós somos a única Bíblia, que as pessoas ainda lêem!
Nós somos a última mensagem de Deus escrita em palavras e ações.”
( Anne Johnson Flint)

Amém.
 


Autor(a): Rolf Schünemann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Rio de Janeiro - Norte (RJ)
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 15 / Versículo Inicial: 9 / Versículo Final: 12
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 32371
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Vivemos rodeados da bênção de Deus e não nos damos conta disso.
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