Missão e testemunho

quem se habilita e quem banca um trabalho missionário entre os jovens universitários?

01/06/2012

Com o Tema "Comunidade jovem - Igreja viva", tem destaque o desafio missionário entre os jovens
P. Inacio Lemke, graduado em Teologia pela Faculdade EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral em Rolim de Moura/RO, na Comunidade em Teófilo Otoni/MG e na Paróquia em Rio das Antas/SC, foi Coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Rondônia e Noroeste do Brasil, além de Pastor e Assessor no Kirchlicher Entwicklungsdienst (KED) Bayern, na Alemanha. Atualmente, é Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense, com sede em Joinville/SC
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   O que nos motiva sobremodo à missão na Igreja cristã é, sem dúvida, uma palavra de oração de Jesus: E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que creem também estejam unidos a nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (cf. Jo. 17.21), uma frase muito comum em eventos ecumênicos, o que significa que missão e ecumene fazem parte do mesmo propósito de Deus, em reunir toda a Criação sob o senhorio de Cristo e, assim, levar a humanidade e toda a Criação à comunhão. A missão é de Deus e é motivadora para irmos ao encontro do outro, do diferente, do estranho, e, por meio, do nosso testemunho e cuidado, incluí-lo na Comunidade e na comunhão.
   No ano em que refletimos sobre o Tema Comunidade jovem - Igreja viva, tem destaque o desafio missionário entre os jovens e, de forma muito especial, entre os jovens universitários. Hoje, encontramos jovens universitários não apenas nas cidades metropolitanas, pois as Universidades e as Faculdades se espalharam também pelas cidades de porte mediano e pequeno.
   O desafio do trabalho missionário já vem de longa data. Ressalto o ano de 1955, quando os Pastores Paul Götz e Godofredo Boll iniciaram um trabalho com jovens universitários em Porto Alegre/RS. Pouco depois, o P. Knizer deu ênfase à Associação Cristã Acadêmica. Essas duas iniciativas se uniram e formaram a União Cristã Bíblica. Foi então que as Comunidades e Paróquias do Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná passaram a se ocupar com estudantes universitários a partir de 1959. De 1962 até 1968, o Sínodo Evangélico Unido tentou ir ao encontro dos universitários. O problema, na época e hoje, não é muito diferente: quem se habilita e quem banca um trabalho missionário entre os jovens universitários?
   Observo que o trabalho missionário entre os jovens universitários no Sínodo Norte Catarinense não é muito diferente de outros Sínodos. Joinville, a cidade catarinense mais populosa, nas estatísticas referentes a 2010, afirma que aqui vivem mais de 25 mil alunos matriculados em cursos superiores. Atualmente, a cidade oferece, pelo menos, 14 instituições de Ensino Superior presenciais. Entre elas, duas Federais (Universidade Federal de Santa Catarina e Instituto Federal de Santa Catarina), uma Estadual (Universidade para Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina) e as demais são particulares, entre as quais cabe destacar a Associação Educacional Luterana Bom Jesus.
   É neste contexto complexo de instituições tão diferentes que se encontra o trabalho da Missão Universitária, em Joinville. Ela pode ser considerada uma gota de orvalho, que alimenta esperança e inclusão para alguns poucos jovens. É trabalho de persistência e amor, sobretudo do P. Renato Becker e outros que o precederam nesta missão. O próprio P. Renato afirma “fica evidente que a IECLB não pode abdicar de ir ao encontro destes estudantes de Terceiro Grau que circulam nesta região e que, brevemente, ocuparão cargos de destaque nos mais variados setores da sociedade brasileira a partir dos seus enfoques profissionais. Não! Não adianta esperar. Eles, por si só, não participarão da proposta de mais vida que brota de dentro da Escritura. Para tal, precisarão ser conquistados. Se ‘o artista vai onde o povo está´ (Milton Nascimento), a Igreja não pode se dar ao luxo de fazer diferente”.
   Faço referência de forma motivadora também ao Evangelho de Mateus 9.36-37: Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E então se dirigiu a seus discípulos: a seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos.
   A Missão Universitária faz parte do Plano de Ação Missionário da IECLB (PAMI), bem como o Plano de Educação Cristã Contínua (PECC). É um trabalho missionário e pastoral que age motivado a partir do Evangelho, acolhendo jovens que carecem do amor, que são confrontados diariamente com perguntas existenciais em relação ao futuro das suas vidas e da vida de toda a Criação.

Sinto-me acolhida

   Na atual conjuntura socioeconômica, o número de pessoas que vivem sozinhas nos seus condomínios vem crescendo consideravelmente. Não que isso seja um fator totalmente novo. Nas Comunidades, sempre tivemos pessoas que optaram em viver sem firmar compromisso com outra pessoa. Nem sempre estas pessoas foram bem acolhidas e assim eram colocadas à margem e isoladas nas Comunidades.
   Conforme pesquisa recente, a tendência é que o número de pessoas que nunca firmaram um compromisso matrimonial ou que se separam irá crescer cada vez mais. Nesse sentido, é importante que as Comunidades criem espaços e grupos específicos nos quais estas pessoas possam se sentir acolhidas e protegidas. Já temos várias Comunidades em que estes grupos existem e as pessoas se sentem amadas incondicionalmente, conforme João 21.15ss:
   15 Quando eles terminaram de jantar, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, você me ama mais do queestes outros me amam? Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!, respondeu ele. Então, Jesus lhe disse: Tome conta das minhas ovelhas! 
   16 E perguntou pela segunda vez: Simão, filho de João, você me ama? Pedro respondeu: Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus disse outra vez: tome conta das minhas ovelhas!
   17 E perguntou pela terceira vez: Simão, filho de João, você me ama? Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: ‘Você me ama?’ e respondeu: o senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus ordenou: tome conta das minhas ovelhas! 
   18 Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria, mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não quer ir.
   19 Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado. Então, Jesus disse a Pedro: Venha comigo! (segue até o versículo 25).

O Senhor renova as minhas forças e me guia por caminhos certos, como Ele mesmo prometeu.
Salmo 23.3
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