Não me detenhas! (João 20.11-18)

08/04/2005

A semana que seguiu a páscoa, neste ano de 2005, foi das mais carregadas e marcantes. Toda a polêmica e emoção em torno do caso Terri . A agonia de João Paulo II. Milhares de pessoas em todo mundo dirigindo preces ... Para que melhorasse? Para que não sofresse? Ou, para, de forma inconsciente até, dar vazão a necessidade de tê-lo para sempre como líder ?

O que tornou tudo tão carregado? A consciência, talvez, de que existem coisas que nós absolutamente não conseguimos reter e guardar.

No entanto, também existem coisas que nós tivemos a felicidade de experimentar. E estas ninguém nos tira. A qualidade destas experiências alimentam em nós a noção de que as coisas não se perdem, não se esvaem simplesmente.

Como ficamos nós em meio a tudo isto?

Disse Jesus: Não me detenhas. Subo para meu Pai e vosso Pai. Subo para meu Deus e vosso Deus!

Não restam apenas o anonimato, o vazio, e o que é obscuro. Existe uma direção, um lugar. Não só uma direção, não só um lugar, existe um conteúdo, uma qualidade a ser buscada e encontrada.

Meu Pai é o vosso Pai. Meu Deus é o vosso Deus - disse Jesus, o ressurreto.

As evidências comprovam: alguém tirou, alguém levou, alguém escondeu, alguém perdeu... desencontrou.

A quem procuras? - Ela supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
 

Disse-lhe Jesus: Maria!

Ela, voltando-se, lhe disse: Mestre!

Neste momento, os desencontros, o vazio, a confusão, o luto; nada superou a força da abordagem e o conseqüente reconhecimento mútuo.

Maria pode reagir porque foi reconhecida e reconheceu. Voltou a ter algo para anunciar. Não permaneceu na perda, no vazio, em sua confusão. Foi chamada pelo nome e isto aqueceu o seu coração. E esta experiência alimentou nela a noção e a profunda confiança de que nós temos um endereço e um destino que é maior do que aquilo que as mais duras contingências da vida tentam tirar.

P. Hermann Wille
 


Autor(a): Hermann Wille
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7901
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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