Para que serve a lei de Deus?

14/07/2012

Se vocês obedecerem aos mandamentos do SENHOR, nosso Deus, que hoje eu estou dando a vocês, e o amarem, e andarem no caminho que ele mostra, e cumprirem todas as suas leis e todos os seus mandamentos, vocês viverão muito tempo na terra que vão invadir e que vai ser de vocês. E Deus os abençoará e lhes dará muitos descendentes. Deuteronômio 30.16

Na preparação do Ensino Confirmatório deparei-me com um material sem indicação de autor que era usado na Paróquia de Passo Fundo. O livro do segundo ano continha a explicação dos dez mandamentos. Para minha surpresa, os mandamentos somente eram comentados de forma negativa. Os exemplos eram de coisas proibidas, não permitidas ou ruins. Quem fez aqueles textos esqueceu que Lutero tinha justamente colocado no Catecismo Menor os dois lados, o que não é para fazer e o que deve ser feito.

Naquele material de Ensino Confirmatório (que não continuei usando) e nas conversas com as pessoas, muitas vezes, eu me enfrento com uma visão de Deus como juiz implacável e severo, como a imagem que acompanha a meditação. Parece que aquelas pessoas não olharam a cena do filme de Lutero, onde ele se debate para tentar encontrar a forma de agradar a Deus. Lutero faz tudo o que precisa, segundo as leis eclesiais da época, e ainda faz um pouco mais do que precisa. Mas, mesmo assim, não consegue encontrar tranquilidade. Deus está ali para castigar e punir, a lei divina somente existe para mostrar nossos defeitos e pecados. Assim, pensavam as pessoas daquela época e muitas hoje em dia.

Surpreendentemente o texto de Deuteronômio que encabeça esta meditação mostra um Deus diferente, que faz um uso “bonito” da lei. Se as pessoas seguirem a lei e os mandamentos, ganharão vida, benção e descendência. Isto me lembra de um pequeno menino, o Adrian, que sempre queria enfiar seus dedos nas tomadas, a gente tinha que evitar que ele enfiasse os pequenos dedos e levasse choque. A lei estava ali para ele evitar um dano, que poderia ser grande. A lei de “não enfiar o dedo na tomada”, tinha por objetivo preservar sua vida. Sempre era assim, ele querendo enfiar o dedo e os demais evitando e colocando limites, até que um dia ele conseguiu. Por sorte, o choque não foi tão grande, mas fê-lo chorar muito. Daquele dia em diante, Adrian aprendeu que a lei está ali para evitar os perigos, para fazê-lo viver melhor.

Ainda que muitas leis humanas possam ser injustas e imperfeitas, as leis divinas procuram uma justiça que vai além do entendimento humano. Para conferir isso, podemos ver os inúmeros exemplos onde Jesus coloca de cabeça o pensamento humano e sua justiça. Como seria o mundo se nós pudéssemos cumprir a totalidade dos mandamentos? Como seria a convivência humana se a explicação de Lutero dos mandamentos fosse seguida? Nosso mundo não seria bonito e melhor? Imaginem essa realidade, um pedaçinho do Reino de Deus.
 


Autor(a): Pastor José Kowalska / Passo Fundo
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Testamento: Antigo / Livro: Deuteronômio / Capitulo: 30 / Versículo Inicial: 16
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 15657
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É dever de pai e mãe ensinar os filhos, as filhas e guiá-los, guiá-las a Deus, não segundo a sua própria imaginação ou devoção, mas conforme o mandamento de Deus.
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