Porque Deus amou o mundo - Culto 14/03/2021 Paróquia Bom Samaritano Ipanema, Rio de Janeiro/RJ

Culto on-line João 3.14-21

13/03/2021

Árvore antes da Páscoa
Lamento sob a cruz - Lucas Cranach o Velho
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Sejam bem-vindos, sejam bem-vindas a este culto, onde queremos nos colocar diante de Deus, nosso Senhor, para ouvir daquilo que ele tem a nos dizer e, para colocar nossas vidas em suas mãos.
Neste Quarto Domingo na Quaresma, saúdo a cada um de vocês com as palavras do Apóstolo Paulo, escrita em Efésios 2.4: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, nos deu vida juntamente com Cristo”.
Pela graça e pela misericórdia divina, desejo que cada um, cada uma sinta-se bem acolhido, bem acolhida na presença do nosso Deus.

Pregação baseada em João 3.14-21
Para poder entender melhor o evangelho de hoje é necessário lembrar inicialmente a jornada do povo que saiu do Egito em direção à Terra Prometida. Ao longo do caminho, as pessoas começaram a se tonar impacientes, começaram a queixar-se e reclamar. Deus os levou para o deserto para libertá-los da escravidão e da morte - eles parecem ter esquecido dessa parte. O povo só vivia reclamando e aconteceu algo terrível, o que Martin Lutero chamou de Deus nu. Não é o Deus controlado, domesticado, tranquilo, que nunca ofende ninguém. Este não é o Deus que se encaixa em nossas vontades confortavelmente, a quem podemos ofender e acharmos que vai ficar quieto. O Deus nu é o que criou os céus e a terra a sua vontade, é o Deus que quer levar o seu povo à salvação, mas é o Deus que não vai parar por nada. Como castigo, Deus enviou as serpentes venenosas e assim muitas pessoas morreram. O povo se arrependeu rapidamente, não há nada como uma necessidade urgente para nos levar rapidamente à penitência. E assim a história apresenta uma reviravolta: Deus diz faça uma estátua, coloque-a numa vara e que o povo olhe e receberá a cura.
Lá na Venezuela num dos muitos acampamentos de jovens que organizei, estávamos no meio do mato quando um jovem gritou “cobra”, todo mundo foi lá ver. Mas, a cobra já estava morta, mesmo assim foi interessante ver a reação das pessoas. Umas não queriam nem chegar perto, outros ao contrário queriam ver bem o bicho. Olhar para uma serpente faz ligar nosso instinto de sobrevivência. Olhar para uma serpente é olhar para nossa finitude, para nosso pecado. É um espelho que mostra a nós mesmos, nós que desde o primeiro casal fomos tentados por aquela serpente diabólica. Todos foram mordidos com o veneno de incredulidade, do desamor, da dureza de coração, o veneno está em nós. E por isso que ao olhar para a cobra, nos são mostradas as consequências do nosso pecado: Relacionamentos quebrados, espíritos feridos, famílias despedaçadas, comunidades doloridas, almas doentes, corações de pedra, gente morrendo sem vacina, sem oxigênio.
Jesus conhecia essa história da cobra de bronze. E hoje, talvez no versículo mais famoso da Bíblia, ele pega a história a partir daí. João 3.16, o evangelho em poucas palavras. Mas veja o que diz antes disso: “E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.”
Deus criou a serpente de bronze para revelar as consequências do pecado e mostrar a sua misericórdia, tomar o pecado e conceder cura e vida. Agora, Jesus assume o lugar da cobra: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Para Deus, o maior objeto de seu amor é o mundo inteiro. O mundo pelo que seu precioso Filho assume o maior sacrifício. O mundo para que todos possam ter certeza do amor de Deus. É o Deus nu que faz coisas imprevisíveis aos olhos humanos. Esse Deus, nos dá de presente o seu maior dom.
Veja, na cruz, o Pai levantou seu Filho. E aí, na cruz, vemos a consequência de nosso pecado, vemos que ele morreu por causa de mim e de você, por causa deste mundo. Olhamos, mas não estamos conformes com o seu amor, mesmo assim nos sentimos inundados por sua graça. Olhamos e vemos como o nosso veneno é absorvido por Cristo na cruz. É a troca graciosa, pela graça nós somos salvos, você e eu, por um presente divino.
Cristo toma sobre si os nossos pecados, nosso veneno e nós recebemos a sua graça, o antídoto. Pois, na cruz nós encontramos o antídoto para os nossos pecados. Vemos ao Deus nu que faz coisas absurdas porque me ama, nos ama, ama ao mundo e que por isso deu seu único filho. Cristo morreu para que você e eu possamos viver a vida eterna.
Então, olhe para a cruz e admita as consequências do seu pecado. Volte, olhe para a cruz com fé e você será salvo, você será perdoado, você realmente viverá. Experimente o sacrifico de Cristo para sentir a plenitude. Experimente a morte dele, pois isso faz você viver: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Amém.
 


Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Rio de Janeiro - Bom Samaritano (Ipanema-RJ)
Área: Missão / Nível: Missão - Coronavírus
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 3 / Versículo Inicial: 14 / Versículo Final: 21
Natureza do Texto: Liturgia
Perfil do Texto: Celebração
ID: 61464
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O ponto principal do Evangelho, o seu fundamento, é que, antes de tomares Cristo como exemplo, o acolhas e o reconheças como presente que foi dado a ti, pessoalmente, por Deus.
Martim Lutero
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