Transformarão espadas em arados

09/05/2011

Estimadas Amigas! Estimados Amigos!

No ano de 2005 o povo brasileiro teve oportunidade de decidir, por meio do voto, se era a favor da proibição da venda de armas ou se era a favor de que armas pudessem ser adquiridas segundo a lei do país. Das pessoas que se manifestaram 63,9% eram contrárias a proibição da venda de armas e 36,1% disseram que eram a favor da proibição da venda de armas. No Brasil circulam 16 milhões de armas das quais 2 milhões estão em poder público e 14 milhões estão com a sociedade civil. Destas armas 7 milhões e 600 mil são ilegais, enquanto 8 milhões e 400 mil armas estão legalizadas. No jornal Diário Catarinense do dia 6 de maio temos dois posicionamentos a respeito do desarmamento. Um é a favor do desarmamento e o outro é contrário. O Presidente da ONG Viva Rio, Antônio Rangel, que é a favor diz o seguinte: Deve-se proibir a venda de armas porque elas são roubadas de empresas legalizadas, ou desviadas por policiais ou mesmo roubadas dos próprios cidadãos que querem usá-las para se defender. Tem também o mito de que as armas que atingem os brasileiros são estrangeiras. Não são. Apenas 7% a 10% das armas apreendidas no Brasil vêm do exterior. O resto é daqui mesmo. Ilson da Silva, delegado de polícia e ex-chefe da polícia Civil de Santa Catarina é contra a proibição da venda de armas. Ele afirma: E sou contra esta história porque querem desarmar o homem de bem enquanto os marginais ficam armados. Além do que, fica mais fácil para os bandidos se eles souberem que na casa que vão assaltar só tem cidadãos indefesos e desarmados. Defendo as armas para que se mantenha a defesa do patrimônio e da família.

A discussão em torno do desarmamento ganha mais uma vez as ruas a partir do relançamento, pelo governo, da Campanha pelo Desarmamento que iniciou no dia 6 de maio. A pergunta que mais uma vez se coloca é: Você é a favor ou contra a proibição da venda de armas? Segundo minha fé, a questão não deveria ser se você é a favor ou contra a proibição da venda de armas. A questão deveria ser: Você é a favor ou contra a fabricação de armas?

Sou de opinião de que todas as indústrias que fabricam armamento deveriam ser fechadas/lacradas. Porque enquanto existir uma só indústria ou fabriqueta de armas, elas vão estar na mão de pessoas. Eu diria que é como a bebida alcoólica. É proibido a venda de bebida alcoólica e o seu consumo por menores. No entanto o consumo entre eles está aumentando. Se não existisse bebida alcoólica ninguém ingeria o produto. Com as armas se dá à mesma coisa. Enquanto tiver ainda que uma única indústria no mundo que fabrica armas, pessoas vão fazer uso delas. Não tem como controlar. Por isso sou a favor de que toda e qualquer indústria deixe de fabricar armas. Aliás, a fabricação de armas nada mais é do que um sinal de que as pessoas ainda se preparam para a guerra.

Você já imaginou se os bilhões de dólares que são investidos todos os anos na fabricação de armamento, que promove a morte, fossem usados e direcionados para a educação, a saúde, alimentação, transporte coletivo, ciclovias, ferrovias. Enquanto se gastam bilhões de dólares todos os anos na fabricação de armas, bilhões de pessoas passam fome, necessidade, são excluídas e por isso não tem vida digna.

Jesus falou de um novo céu e de uma nova terra. Jesus falou que um novo mundo é possível. No Sermão do Monte Jesus repetia: Ouvistes o que foi dito, eu, porém vos digo. Ou seja, uma vez era assim. Mas não precisa continuar assim. Vocês podem mudar, as coisas podem ser diferentes. Jesus falou de um novo reino. O Reino de Deus. Um mundo sem exclusões, sem preconceito, sem ódio ou cobiça, sem agressão física ou verbal. O Tema e o Lema da IECLB falam de Paz. Promovem a paz. A paz que todos nós queremos e necessitamos para viver é possível. Deus falou certa vez através do profeta Isaías que virão dias em que os povos transformarão as suas espadas em arados e as suas lanças em foices. Nunca mais as nações farão guerra, nem se prepararão para a batalha. (Isaías 2.4) Que esta mensagem seja a nossa esperança e o nosso compromisso. Amém.
 

Ervin Barg
Pastor Sinodal

Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria nem o forte na sua força nem o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que Eu sou o Senhor e faço misericórdia.
Jeremias 9.23-24
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