“Encontraremos força para agir a partir da unidade fundada no amor de Cristo, pois este nos permite aprender coisas que trazem a paz, transformar a divisão em reconciliação e trabalhar pela cura do nosso planeta vivo”, afirmaram delegados e delegadas em sua mensagem intitulada “Um Chamado para Agir Juntos e Juntas”.

A Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), realizada de 31 de agosto a 8 de setembro em Karlsruhe, Alemanha, reuniu 660 pessoas delegadas, além de 2.000 outras pessoas participantes convidadas de todas as regiões do mundo ao redor do tema “O amor de Cristo move o mundo para a reconciliação e a unidade”.

Em sua mensagem, participantes alertaram para a manifestação no mundo atual das forças do sofrimento humano – guerra, morte, doença e fome – descritas no livro bíblico de Apocalipse. “Em seu rastro vêm a injustiça e a discriminação, onde aqueles que têm poder muitas vezes o usam para oprimir os outros, em vez de construir inclusão, justiça e paz”, dizia a mensagem.

Além disso, a mensagem alerta para catástrofes decorrentes diretamente de uma relação irresponsável e quebrada com a criação e que levou à injustiça ecológica e à crise climática. “À medida que a emergência climática acelera, o sofrimento experimentado pelas pessoas empobrecidas e marginalizadas também”, continua.

Referindo-se ao tema da Assembleia, a carta afirma que o amor de Cristo, ''em resposta aos gritos daqueles e daquelas que estão sofrendo, nos obriga a vir até Ele em solidariedade e responder e agir por justiça''. E continua: “Deus nos convoca a nos reconciliarmos com ele e a testemunhar esse amor revelado em Cristo”.

No entanto, as pessoas cristãs e as estruturas já constituídas também foram cúmplices no abuso à pessoa próxima e devem se arrepender e se juntar ao movimento de reconciliação, afirmaram os e as participantes na mensagem.

Delegados e delegadas juntaram às suas vozes com as assembleias anteriores do CMI em ao afirmam que ''a guerra é contrária à vontade de Deus'' (Amsterdã, em 1948) e que ''o racismo é um pecado contra Deus'' (Nairóbi, em 1975), e lamentaram que tenham que repetir essas declarações.

“Continuando nossa peregrinação em conjunto como Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, nosso sentimento tem sido de antecipação e esperança, e até de alegria, porque através do poder do Espírito Santo, o convite de Cristo permanece aberto a todas as pessoas, de fato para toda a criação'', afirmaram. “Em nossa Assembleia, usamos muitas palavras, mas a partir delas criamos uma determinação. Agora pedimos a ajuda de Deus para transformar nossos compromissos em ação”, disseram. “O amor de Cristo sustentará todos nós na tarefa de abraçar todos e superar a exclusão”, acrescenta o texto.

As pessoas participantes também disseram que ansiavam por um movimento mais amplo, a reconciliação e a unidade de toda a humanidade. “Esta seria uma unidade na qual Deus estabelece justiça, um lugar igual para todas as pessoas, através do qual a criação pode ser renovada e fortalecida'', afirmaram.
Delegados e delegadas comprometeram-se a trabalhar com todas as pessoas de boa vontade e convidaram a todos e todas para se tornarem peregrinos em conjunto. “Pois em Cristo, todas as coisas serão novas. Seu amor que está aberto a todas as pessoas, incluindo as últimas, as pequenas e as perdidas, e é oferecido a todas elas. Pode mover-nos e capacitar-nos em uma peregrinação de justiça, reconciliação e unidade”.

Leia a Carta na íntegra: A Call to Act Together - “The Love of Christ urges us on.”

Foto: Albin Hillert/WCC

Fonte: https://www.oikoumene.org/