O Conselho da Federação Luterana Mundial (FLM) aprovou, na terça-feira, 18, o documento Política de Justiça e de Gênero, elaborado pelo Comitê de Teologia e de Relações Ecumênicas, que afirma a igualdade de todos os seres humanos e conclama as igrejas membro para que incentivem a participação das mulheres na liderança e tomada de decisões no âmbito eclesial e na sociedade.
A justiça de gênero se expressa através da igualdade e no equilíbrio entre homens e mulheres nas relações de poder, a eliminação dos sistemas institucionais, culturais e interpessoais de privilégio e opressão que sustentam a discriminação, define o documento,
O enfoque teológico proposto nessa política baseia-se na justiça como um conceito fundamental que se nutre na noção bíblica e teológica luterana da justificação pela graça mediante a fé. O documento destaca a justiça como anúncio profético e o fundamento para garantir a dignidade de todas as pessoas.
O documento frisa que a participação das mulheres no ministério ordenado é um passo vital para a construção de uma comunhão inclusiva e informa que até o ano passado 82% das igrejas membros da FLM ordenavam mulheres, e que 18% não tinham adotado essa prática ainda.
Assinala que o tema da justiça de gênero tem amparo teológico e na tradição cristã, que pode ser interpretada como a afirmação da cooperação entre homens e mulheres. Admite, contudo, que essa concepção não é vivida de maneira plena no contexto familiar, eclesial e no espaço público.
As mulheres tendem a estar sobrecarregadas de responsabilidades domésticas, mas excluídas da liderança no ministério e não são alentadas a assumirem a liderança no âmbito público, diz a declaração.
O documento insta à quebra do silêncio sobre a violência de gênero. A opressão e a violência de gênero, por mais normativa, tradicional ou amplamente aceitas que sejam em diferentes contextos, são um crime e um pecado; a opressão e a violência de gênero estão em aberta contradição com o Evangelho, destaca o texto, que reconhece:
Em seus valores e práticas, a Igreja pode e deve dar o exemplo, demonstrando assim a coerência de suas ações com a sua pregação profética.
Fonte - ALC