IECLB e Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC)



ID: 2698

Inicia-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC

21/05/2007

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem

Iniciou-se no domingo, dia 20 de maio, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a qual se estende até o dia 27, domingo de Pentecostes. No Brasil, há 25 anos a Semana de Oração é organizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). A mesma é um convite ao diálogo, à confraternização e à ação nas diferentes comunidades cristãs, expressando duas dimensões: a aproximação entre as Igrejas e a solidariedade com os problemas que afligem o povo brasileiro. O tema deste ano é “Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem” (Marcos 7.37). Informações e subsídios adicionais podem ser encontrados no site do CONIC (www.conic.org.br).

É Hora de Testemunhar O evangelho de Marcos tem algumas características próprias muito significativas. Uma delas é o jeito de falar das curas de Jesus. Nas curas, Jesus deixa que as pessoas participem de seu poder dinâmico e transformador que brota de sua misericórdia. Esse poder que se revela, porém, não é motivo de ‘fazer show’. Ao contrário, nesse evangelho, Jesus pede silêncio sobre essa sua obra libertadora (1,34.44; 3,12; 5,43; 7,36; 8,26.30; 9,9)! O ‘segredo’ queria evitar que se propagasse que ele era o Messias, Filho de Deus, Filho do Homem. Esse Jesus não queria ficar exposto à publicidade, talvez por causa do próprio perigo que isso significava.

O ‘segredo’ sobre a sua atividade curadora, porém, nem sempre ficou guardado e às vezes as pessoas curadas falavam, e a notícia se espalhava (1,45; 7,36). Para esse evangelho, contudo, o importante não é falar apenas sobre essa ou aquela obra do Jesus histórico, terreno, que fazia milagres e curas. O que importa mesmo é falar de toda a obra salvífica de Jesus! E essa só passa a ser revelada na cruz e na ressurreição. A quebra do ‘segredo’ deverá acontecer com toda sua força e expressão após a Paixão, morte e ressurreição: “ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos” (9,9).

Este é exatamente o tempo em que a comunidade de Marcos vivia: depois da ressurreição de Jesus. O evangelho é escrito por volta do ano 69, ainda antes da destruição de Jerusalém. Agora a situação é de guerra, sofrimento, perseguição e medo. Mas não é mais hora de silêncio, porque a comunidade toda reconheceu que aquele Jesus era o Messias prometido de Deus e que nele todas as promessas se cumpriram. Agora é tempo de viver sob o poder dinâmico do Espírito que continua a obra de Jesus em nós alimentando a caminhada na fé, na esperança e no amor . Agora é hora de falar, de revelar toda a ação libertadora de Jesus que já ressuscitou!

Para a comunidade de Marcos - e também para nós - a cura do surdo-gago serve de referencial, de modelo em vários sentidos. Nós podemos ser pessoas-comunidade que trazem até Jesus pessoas que necessitam da sua misericordiosa ação (7,32); nós podemos seguir nas pegadas de Jesus, através do nosso toque terapêutico e de cuidado junto a pessoas doentes e carentes (7,33); nós podemos receber também a graça da cura e dos cuidados de Jesus (7,35); nós podemos testemunhar sobre a ação salvífica de Jesus na história da humanidade e na nossa vida. Portanto, que Jesus nos toque os ouvidos e a língua!

Como nos tempos de Jesus e da comunidade de Marcos, o nosso tempo também tem algumas características muito significativas. Talvez seja uma boa hora para falar e convencer. Mas para isso é preciso conhecer e saber o que e como dizer. É hora de testemunhar em meio ao turbilhão de propostas religiosas, de rever o sentido da nossa expressão religiosa! É hora de apre(e)nder os processos de transformação pelos quais passam as religiões dentro do nosso momento histórico e fazer desse momento um tempo interessante e significativo de se viver. Quem sabe esse tempo possa se transformar em bênção, na medida em que nossos “empecilhos do ouvir, do falar e do agir” forem superados e a nossa práxis de fé tenha sentido para nós e para as pessoas que conosco (con)vivem. Efatá - abram-se possibilidades!

Pª Drª Ivoni Richter Reimer

Que todo o meu ser louve o Senhor e que eu não esqueça nenhuma de suas bênçãos!
Salmo 103.2
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