“Jesus disse para Tomé: você creu porque me viu? Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram.” (João 20.29)

A mensagem da semana após a Páscoa é essa: Cristo ressuscitou. Felizes são as pessoas que creem na ressurreição mesmo não tendo maiores evidências. Essa mensagem de nosso Deus abre um caminho de esperança: a traição, a prisão, a dor e a morte sofridas não têm poder sobre Cristo. Ele as venceu. É mensagem de esperança pois você e eu, pela fé, somos parte desta vitória. A esperança é nossa também.

Pessoas de fé receberam por herança este legado de seus antepassados. A pergunta é: como você contará esta notícia às novas gerações? Quero sugerir o caminho do testemunho fiel que se dá por palavra e ação: o que é professado no coração quer ser também o que se materializa em ações. A palavra e a ação inspiram novas gerações.

Para exemplificar falo do filho e da filha na relação familiar. Perceba que a criança se inspira nos pais, nos avós, padrinhos, madrinhas ou em pessoas amigas. Segue seus passos. Reproduz suas palavras. Crê no que ouve mesmo sem ter visto os fatos da história. Família e amigos/as são as primeiras pessoas de absoluta confiança da criança. E mais: são sua inspiração. É assim que, pelo exemplo das pessoas próximas, que o Espírito Santo age e faz chegar a Boa Notícia aos pequeninos/as.

Esta relação é muito importante no tempo que vivemos. Deus nos cerca de pessoas amadas e queridas para nos proteger e cuidar. Você que é pai, mãe, avô, avó, irmão ou irmã: faça o que estiver ao teu alcance para, com carinho e bondade, manter as relações vivas e saudáveis. Sinto que, por vezes, nossas crianças assimilam muita informação que vem de grupos de WhatsApp e que não necessariamente estão pautadas pela verdade. Consomem informação falsa e a falsidade molda seu pensar. O resultado da falsidade é o medo, o pânico e mais falsidade. Que triste isso. Proteja-as de tão grande maldade e ensine o discernimento.

Faça isso agora, em um exemplo concreto que está diante de nós: os ataques e mortes em escolas. A pergunta é: em quem as crianças poderão confiar se não nas pessoas próximas? Perceba que você é um cuidado que Deus dá a quem é frágil e inocente, a quem não pode defender-se sozinho/a.

O cuidado é sempre uma relação mútua, jamais individual. O exemplo nos vêm de Cristo. Ele não ressuscitou para si próprio, mas por todas as pessoas. O que com ele aconteceu, não beneficia somente a ele, mas toda a humanidade. Cristo sofreu, mas nós recebemos cuidado, fomos resgatados/as, redimidos/as, herdamos a vida eterna. Assim como fomos cuidados/as, nós cuidamos de quem Deus a nós confia. Assim como em Cristo, o medo, a dor, a notícia falsa, ... não têm a última palavra em nós.

Perceba ainda: Cristo não usou o caminho da violência para cuidar de nós. Pelo contrário, ele sofreu violência. Mesmo assim não foi violento. Ensinou-nos que violência não se combate com mais violência, mas com atitudes de paz. A paz é o caminho para a harmonia na sociedade. Seja, por favor, instrumento desta paz.

Parafraseando nosso texto escrevo: felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram – felizes são os que não viram a paz, mas assim mesmo creram nela. Amém.

Pastor Sinodal Marcos Jair Ebeling

Leia também na íntegra o Boletim do Sínodo: https://mailchi.mp/19758934da7c/boletim-semanal-snodo-sudeste-ieclb-n-860-16-a-22042023