1971: a fusão de três "menores" em um "grande"

O SURGIMENTO DO JOREV

01/08/1988

1971: a fusão de três menores em um grande

Johannes Hasenack

A fusão dos jornais sinodais Voz do Evangelho, Folha Dominical e Heimatbote aconteceu numa época (1971) em que era necessário dar força à IECLB para que se firmasse sua nova estrutura. Também mediante um jornal de abrangência nacional. Depois, em anos mais recentes, seguidamente nos perguntamos, em círculos de comunicação da IECLB, em que medida a extinção dos jornais menores em favor de um jornal grande teve aspectos também negativos cm termos de comunicação nesta Igreja.

Sem querer ignorar as profundas mudanças no cenário dos meios de comunicação social, com o avanço da televisão, verdade é que os antigos periódicos contavam com um quadro de leitores tradicionais e fiéis, afeiçoados ao seu jornal, talvez porque também mais próximos sua Igreja. Parece que houve uma quebra de relacionamento, porque não foi possível transferir a mesma afeição para um novo veículo de comunicação e uma nova estrutura de Igreja, para cuja imagem o jornal procurava contribuir.

NOVA FASE

Pessoalmente, nas várias reuniões, me espantei pelo projeto de criação de um novo jornal. Mas, diante da realidade atual, é preciso reconhecer que aqueles antigos jornais, tantas vezes redigidos de maneira empírica e improvisada, tinham a sua razão de ser e cumpriam uma importante função. Com o Jornal Evangélico, sem dúvida, inaugurou-se uma nova fase de jornalismo na IECLB; a do trabalho profissional, que é irreversível.

Diante das promissões desta inovação me conformei também com o aparente retrocesso que consistia a periodicidade quinzenal, enquanto a Folha Dominical do Sínodo Riograndense fora um jornal semanal. Em suas oito a 10 páginas predominavam matérias em língua alemã, colocadas nas páginas internas. Vejamos algo mais da vivência com este jornal.

Sendo composto a quente e impresso cm máquina plana, a fase de impressão e acabamento na Tipografia Rotermund, em São Leopoldo, era relativamente morosa, obrigando-nos ao fechamento de cada edição com três semanas de antecedência. Assumi o trabalho de redação, ao lado de outras funções na Editora Sinodal, após o falecimento do pasto: Rudolf Becker, em 14 de abril de 1960. Sem qualquer preocupação com os aspectos legais e profissionais de um órgão de imprensa, fui orientado pelo pastor Wilhelm Nöllenburg, então secretário do Sínodo Riograndense.

O fato de a Folha Dominical estar sendo redigida na própria Casa Sinodal, em contato frequente com os dirigentes, fez com que a linha editorial estivesse quase sempre em boa sintonia com a orientação do Sínodo. Para um pesquisador talvez fosse até difícil detectar mudanças com a troca de redator. O jornal como um todo, continuou com o mesmo padrão de conteúdo, composição e diagramação, porque em outras pontas deste empreendimento houve continuidade.


A última edição da Folha Dominical data de 7 de novembro de 1971. Com ela também deixaram de circular “A Voz do Evangelho”, então com 8.500 exemplares, e Der Heimatbote com uma tiragem de 2.100 exemplares. Neles está a origem do “Jornal Evangélico'', pensado como veículo de abrangência nacional, surgido numa época em que era necessário dar força à IECLB para que se firmasse sua nova estrutura”.


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Autor(a): Johannes Hasenack
Âmbito: IECLB
ID: 32156
HISTÓRIA
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Tu és o meu Senhor. Outro bem não possuo, senão a ti somente.
Salmo 16.2
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