Nos dias 10 e 11 de abril o Conselho Nacional de Diaconia (CONAD) reuniu-se em São Leopoldo para mais uma reunião anual. Quinze Sínodos enviaram representantes. Além disso, estava representada no encontro a Associação Vida Digna (AVIDI), a Fundação Luterana de Diaconia (FLD), a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), a Comunhão Diaconal (COD), a Casa Matriz de Diaconisas (CMD) e a Coordenação da Diaconia da IECLB. A programação iniciou com a saudação da coordenadora do CONAD, Diaconisa Marciana Ittner. A seguir houve um momento de celebração que foi realizada pela Sra Rejane Hagemann e a Diácona Carla V. Jandrey. A partir do texto bíblico de Lucas 24.13 a 17 cada pessoa do grupo foi desafiada a escrever uma palavra em uma pegada, que expressasse o que estamos trazendo para o encontro. Palavras como: compromisso, esperança, comunhão, expectativa, sonhos, espiritualidade, motivação fazem parte agora da caminhada neste encontro e nos caminhos da diaconia.
No primeiro dia o CONAD ocupou-se com o tema “a situação da pessoa idosa no contexto brasileiro e na IECLB”. Na parte da manhã o geriatra Dr. Márcio Borges convidou o grupo a refletir sobre o crescimento da população idosa em nosso país e no mundo. A cada ano temos mais idosos e menos crianças e jovens. O Dr. Márcio usou a expressão “a revolução da longevidade” para abordar o assunto. É necessário repensar o nosso olhar para a pessoa na terceira ou mesmo na quarta idade. Somos o sexto país mais idoso do mundo. Somos um país jovem de cabelos brancos. A faixa etária que mais cresce no Brasil é a de 80 anos. No Brasil temos em torno de 32 mil pessoas com mais de 100 anos. Hoje as famílias são menores e verticais, ou seja, mais gerações vivem numa mesma casa. O palestrante afirmou que nunca na história da humanidade tivemos a realidade atual, de poucas crianças e muitas pessoas idosas. A pirâmide passa a ser um barril, onde temos poucas crianças e muita gente adulta e idosa. Por isso, urge reinventarmos os nossos conceitos sobre velhice. Na parte da tarde a palestra esteve a cargo da Diácona Vera Nunes. Ela abordou o tema “Desafios para a IECLB diante do Envelhecimento da População: um Olhar Diaconal e Multidisciplinar”. Ela afirmou que a família é ainda a possibilidade mais viável para cuidar da pessoa idosa. Desafiou o grupo a encontrar formas, de acordo com seu contexto, de estar ao lado da pessoa idosa e sua família. Animou para ocuparmos os espaços que a sociedade já tem, como por exemplo, grupos de idosos, Conselhos Municipais... Mas, também desafiou para sabermos quem são as pessoas idosas de nossas Comunidades, quantos são, em que condições estão para assim traçar um planejamento de trabalho. A partir das duas palestras o grupo subdividiu-se em quatro pequenos grupos para refletir sobre propostas de ações na área da pessoa idosa. O que precisa modificar ou intensificar em nossas Comunidades, Paróquias, Sínodos e IECLB? Das reflexões dos grupos podemos destacar: Conhecer mais a membresia de nossas comunidades, intensificar a visitação, criação de uma rede de solidariedade, parceria com iniciativas públicas, motivar para a participação nos Conselhos Municipais, formação e capacitação de cuidadores/as, promover fórum e a elaboração de material para e com pessoas idosas, fundamentar o trabalho para independência e autonomia da pessoa idosa, disponibilizar bibliografias, links e informações atualizadas sobre o tema, disponibilizar material para a celebração do dia nacional (01/10) e internacional (27/09) da pessoa idosa.
Na parte da noite, a partir dos relatórios enviados pelos Sínodos, o trabalho aconteceu em grupos. Duas perguntas nortearam esta tarefa: 1) Quais são as necessidades do Sínodo na área da Diaconia e 2) Quais são as experiências de trabalho diaconal que estão dando certo no Sínodo e que poderiam ser compartilhadas com outros Sínodos. Os grupos foram formados a partir de áreas que apareceram nos relatórios. O primeiro grupo olhou para os trabalhos com imigrantes, crianças e adolescentes e outros grupos. O segundo grupo trabalhou sobre saúde e visitação e o terceiro trabalhou sobre a pessoa com deficiência e idosa.
O primeiro dia de reunião terminou com uma singela celebração dirigida pela Diácona Silvia Knop. Os trabalhos foram abertos com uma imagem de uma pessoa idosa e com uma palavra de Mario Quintana “Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação”. Na parte da tarde a frase que motivou o grupo foi a de Leonardo Boff: “Ninguém vale pelo que sabe, mas sim pelo que faz com aquilo que sabe”. O dia terminou com as seguintes palavras baseadas em uma oração de Florentino Ulibarri. Adaptação feita pela Pa. Neusa Tetzner.
“Fica conosco Senhor, que já se faz tarde, que o caminho é longo e o cansaço é grande. Fica e diga-nos palavras vivas, que aquietam a mente e acendem a alma. Dissipa nossas dúvidas e temores. Olha-nos com teus olhos e luz e vida. Devolve-nos ilusão perdida. Lava as feridas destes pés cansados. Desperta-nos com gestos humanos. Compartilha nossas refeições. Mostra-nos, paciente, teus ensinamentos. Parte o pão de tua companhia, abre os olhos da fé adormecida. Fica conosco e renova nossos sonhos. Dá-nos tua alegria e tua paz de novo. Conduze-nos sempre ao mundo, à vida, para ver teu rosto no rosto de cada pessoa a cada dia. Fica conosco Senhor, que se faz tarde e o cansaço é grande”. Amém!
No dia seguinte o Conselho ocupou-se com o retorno dos grupos. Recebeu uma palavra e orientação por parte da IECLB, olhou as diretrizes do CONAD e realizou as eleições para uma nova coordenação do Conselho Nacional de Diaconia. Foram eleitas para uma gestão de quatro anos, a senhora Claci Koch do Sínodo Uruguai, como coordenadora, a pastora Sonja H. Jauregui do Sínodo Planalto Rio-Grandense, como vice coordenadora e a senhora Rejane Peter do Sínodo Sul Riograndense como secretária. Com a celebração da Ceia do Senhor, encerrou-se mais um Conselho Nacional de Diaconia. Com a bênção de Deus e o envio para casa e o trabalho o grupo foi animado a continuar trilhando os caminhos da Diaconia com fé, esperança e amor.
Fica o gostinho do reencontro no próximo ano, no desejo que até lá alguns sonhos e desejos tenham tomado forma nos caminhos que trilhamos em nossa IECLB.
