Homenagem ao pastor Sebaldo Nörnberg

10/04/2014

Durante toda sua vida, a preocupação do pastor Sebaldo Nörnberg envolveu o bem estar das pessoas. Com este pensamento, deu início a um processo que resultou na criação da Associação Beneficente Evangélica de Floresta Imperial (Abefi*), http://www.abefi.org.br/, e diversas entidades vinculadas à associação.

Falecido no dia 28 de março de 2014, com 81 anos, na sua casa em Padilha, no interior de Taquara (RS), deixou um exemplo de amor a crianças e adultos e um legado de de comprometimento e dedicação ao próximo. Foi uma figura polêmica, com opiniões fortes e com uma tenacidade impressionante.

No dia 29, a celebração que antecedeu a cremação foi realizada pelo pastor sinodal do Sínodo Rio dos Sinos, pastor Edson Streck, pelo pastor sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, pastor Altemir Labes, e pelo diretor executivo da Abefi, pastor Carlos Eduardo Bock. Pela família,falou sua sobrinha Marta Nörnberg. 

No domingo, dia 6 de abril, foi feita a participação de falecimento em Novo Hamburgo e Porto Alegre.
“Tínhamos o pastor Sebaldo como um ente da nossa família. O Lar Padilha só existe pelo esforço do pastor que, pela preocupação com crianças e adolescentes, fundou esta casa de acolhimento”, disse o diretor do Lar Padilha, Fernandes Vieira dos Santos. “Vamos sentir muita falta de suas boas conversas, e os seus ensinamentos ficarão registrados para sempre”, finaliza.

Um pouco de história

A Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi) nasceu no momento histórico da urbanização do Brasil na década de 60. Muitas pessoas viviam no campo, mas insatisfeitas começaram a migrar para as grandes cidades. O processo de industrialização deslocou um contingente enorme de agricultores em busca de empregos na jovem indústria do país. No caso de Novo Hamburgo (RS), ocorreu a rápida expansão da indústria de calçado que acolheu a mão de obra dos migrantes. Muitos desses agricultores não tinham experiência na fabricação de calçados. Sem conhecer o oficio, surgiram as dificuldades em conseguir emprego.

Preocupado com esta situação, o pastor Sebaldo Nörnberg criou, junto com as forças locais e apoio da Comunidade Evangélica Floresta Imperial, no Bairro Industrial da cidade, a Escola Fábrica. Os ex-agricultores iniciaram o aprendizado na fabricação de calçados. Logo, um número significativo de mulheres começou a procurar a Escola Fábrica necessitando ingressar no mercado de trabalho. Com elas, vinham às crianças que não tinham onde ficar. Voluntários e membros da comunidade uniram-se para cuidar das crianças no templo em construção da comunidade religiosa, criado assim, o Clube da Criança.

Para estruturar melhor o trabalho, buscar recursos e dar conta da demanda, as pessoas envolvidas no trabalho da Escola Fábrica e lideradas pelo pastor Sebaldo criaram a Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi), em seis de agosto de 1968. O crescimento da cidade estabelecia novas demandas e a nova entidade começou a ampliar a sua ação conforme as necessidades do momento.

Logo, o número de crianças cresceu e foi necessário projetar uma creche, regularizada como Escola de Educação Infantil da Paz. Esta foi construída e atua até os dias de hoje, atendendo gratuitamente a 150 crianças de famílias de baixa renda.

Nos bairros adjacentes não havia escola suficiente para absorver as crianças vindas do campo para a cidade. Depois de criada a creche, as crianças começaram a freqüentar em prédios precários da casa pastoral e da comunidade de fé, a escola criada pela ABEFI para dar oportunidade do ensino regular para as crianças, iniciando suas atividades em março de 1968. A escola começou simples e gratuita. Logo, o desenvolvimento trouxe mais exigências, com isso, no dia 25 de novembro de 1969 foi oficializada a sua fundação, através da publicação no Diário Oficial. Nesse ínterim, com o auxílio da entidade, os primeiros migrantes tinham prosperado e se dispuseram a começar a pagar a escola para os seus filhos e filhas. O Colégio Sinodal da Paz se originou desta iniciativa.

A Abefi, com a preocupação de atender pessoas em situação mais difícil do que a dos migrantes que conseguiam mudar de profissão, criou a Ação Encontro. Era um movimento de encontros e ação de pessoas voluntárias da comunidade que levavam alimentos e confeccionavam acolchoados com restos industriais. Os encontros iniciaram embaixo de uma árvore nas margens do Arroio Pampa. Deste trabalho nasceu a Ação Encontro. Atualmente, o seu foco de trabalho está na criança em situação de risco social e na geração de renda para jovens e adultos, na progressão escolar e na formação para cidadania.

Lar Padilha

Aos poucos, a demanda de crianças órfãs em situação de miserabilidade, desafiou a Abefi a enfrentar a situação. Com o auxílio da Comunidade Evangélica da Floresta Imperial, o pastor Sebaldo inicia uma nova obra social em 1978, no interior de Taquara, em um antigo hospital remanescente da década de 50, o Lar Padilha. Tudo começou com um mutirão de moradores da localidade de Padilha e de Novo Hamburgo, em 1977. Limparam e melhoram as instalações que consistiam do hospital e da antiga casa do médico.

Os primeiros atendimentos ocorreram em 1978, quando a estrutura física estava organizada, na época não havia uma legislação pertinente ao atendimento em regime de internato, fato que gerou a construção da práxis educativa do Lar no cotidiano. Os primeiros funcionários residiam em Padilha. A partir de 1991, duas situações históricas passaram a interferir no cotidiano da instituição. A primeira delas refere-se à promulgação da Lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A segunda diz respeito à organização norueguesa HEI (Human Education International). Com o início do convênio com a organização norueguesa, uma nova perspectiva para o lar começou a se alinhavar. A partir da HEI é que o lar introduziu em seu cotidiano princípios de uma gestão equilibrada e aberta.

*A Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi) é uma organização da sociedade civil que se dedica em melhorar a qualidade de vida de crianças, adolescentes e adultos, oferecendo oportunidades de traçarem as suas escolhas e trilharem uma vida digna.

Atende-se diariamente mais de 1.100 crianças, adolescentes e adultos, fornecendo mais de 37.200 refeições gratuitas e 3080 mamadeiras mensais em todas as unidades:Escola de Educação Infantil da Paz, Ação Encontro, Lar Padilha, Acolhimento República, Colégio Sinodal da Paz, Abrigo João e Maria, Casa de Acolhimento Anjo da Guarda, Casa de Acolhimento Bom Pastor e Casa de Acolhimento do Menino. Do total, 492 recebem educação, assistência e alimentação gratuitamente. Além disso,fornece conhecimento para até 150 adultos por ano, em cursos de qualificação profissional.
Do total, 420 recebem educação e alimentação gratuitamente. Além disso, fornece conhecimento para até 150 adultos por ano, em cursos de qualificação profissional.

Com auxílio da comunidade de seus vários parceiros, a Abefi atua desde 1968 atendendo com assistência e educação a milhares de pessoas. A comprovação da eficácia do seu trabalho é o reconhecimento público e pessoal das pessoas que receberam apoio para se desenvolverem em determinada etapa da vida.

“Nossa dedicação é construir um mundo melhor, com igualdade social e sustentabilidade”.
Fontes: http://www.abefi.org.br/ e http://www.jornalpanorama.com.br
Foto: Divulgação
  

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