O Seminário que reúne 19 pastores na Casa de Retiros Salesianas em Porto Alegre, ordenados em 1988 e 1991, acontece entre os dias 10 e 12 de maio. A assessoria do dia 11 ficou ao encargo da Psicóloga Leila Klin. Ela teve como tarefa desenvolver o tema “Ministério pastoral como possibilidade de realização pessoal”. Leila disse que toda pessoa sofre influência externa e que provoca stress sobre a nossa vida. De princípio isto não deve ser visto de forma negativa, uma vez que o stress nos põe em movimento, dá ânimo, vigor, energia, provocando criatividade e produtividade. A pressão excessiva e negativa constante é que nos faz mal, pois é ali que a pessoa ultrapassa os seus limites e esgota sua capacidade de adaptação. O stress ideal é aquele que eu consigo gerenciar. O stress pode ser abordado em 4 níveis: 1. “Alerta”. 2. “Resistência”. 3. “Quase exaustão”. 4. “Exaustão”.
Como Igreja não podemos ficar lembrando só das dificuldades e das mazelas, mas temos que visualizar a esperança. Ministras e ministros precisam ficar atentos para intervir sobre o stress em três linhas: tratamento do sintoma, redução dos estressores e manejo do stress. Isto significa que é necessário buscar auxílio, seja através de pessoas especializadas ou através de diálogo e aconselhamento mútuo.
À tarde do segundo dia do encontro foi dedicada a uma visita à sede da Secretaria Geral da IECLB. O grupo foi recebido na sala de reuniões, onde Secretários e Secretárias estavam realizando em seu encontro semanal. O grupo também teve a oportunidade de ver Porto Alegre a partir de quem navega pelas águas do Rio Guaíba.
O dia terminou com um momento de partilha. Cada pessoa foi desfiada a contar um pouco de sua trajetória ministerial a partir da pergunta: “desde o tempo de estudante de teologia, o que permanece inalterado em relação ao chamado ministerial?” De maneira geral a vocação para o ministério continua inalterado. Alegrias e dificuldades foram nominadas no trabalho realizado em diversas paróquias da IECLB e até em outros países.
O programa do dia 12 de maio previu um testemunho e a celebração com a Santa Ceia. O P. em. Wilfrid Buchweitz ofereceu aos ministros um impulso para o ministério ordenado, para que continuem exercendo ministério com fidelidade a Deus, alegria e realização pessoal. Destacou que quando foi enviado pela Igreja em 1954, tudo era mais simples: a sociedade era menos complexo, havia uma liturgia comum, a expectativas em relação ao pastor eram menores. Hoje vivemos numa sociedade muito complexa, o mundo tornou-se uma aldeia e ficou muito diversificado. Destacou que a vocação continua firme, mesmo que enfrentemos problemas. Por isto recomenda um acompanhamento contínuo, não só no ministério, mas em todos os setores da comunidade: pós-batismo, pós-confirmação, pós-casamento, pós-sepultamento e também pós-ordenação. É importante conhecer-se com seus pontos fortes e suas deficiências e não deveríamos deixar ninguém sozinho, sobretudo quando a pessoa entra em crise.
Para encerrar, o P. Buchweitz disse que “seu coração estava mexido”, por causa do reencontro com o grupo, pois algumas pessoas não via há 25 anos. Deve ser mencionado que todos foram seus alunos. Valorizou os passos que a igreja está dando ao valorizar as pessoas que foram ordenadas. Mesmo que haja problemas, “tem uma porção de coisas hoje na Igreja que são melhores do que antigamente”.
O Seminário foi encerrado com a celebração de culto com Santa Ceia, que contou com a pregação do P. Presidente Dr. Nestor Paulo Friedrich a partir do texto de João 14.8-17, previsto para o próximo domingo, dia de Pentecostes. O momento foi solene é significativo. Apontou para a vivência prática do Evangelho, que requer a ação do bem, conforme indica Amós no versículo bíblico lema deste ano. A vivência comunitária visa a criação de vínculos entre as pessoas, o que requer sabedoria relacional, quer dizer, que as pessoas aprendam a viver próximas a tal ponto que possam assumir compromissos mútuos. Depois da Ceia, o Pastor Presidente pronunciou uma palavra de bênção individual, o que fez com que o momento se tornasse bastante solene e significativo.
