Líder da OASE assume Prefeitura

01/12/1997

Líder da OASE assume Prefeitura

No município catarinense de Taió, pela primeira vez na história uma mulher assume o cargo de prefeita. É Erna Heidrich, membro ativo da IECLB e integrante da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE) em sua paróquia. Ema integra o time de 140 luteranos eleitos em Santa Catarina em outubro de 1996 — 16 são prefeitos, 15, vice-prefeitos e 114, vereadores. Ema Heidrich tem 53 anos, é taioense, casada e mãe de dois filhos e uma filha. Moradia, emprego, saúde e educação integram o plano de seu governo, que tem a família como prioridade.


Anuário: Fale de sua caminhada na Igreja, na OASE, na comunidade de Taió, na sociedade...

Erna: Fui professora, de 1960 a 1961, e desempenhei, entre outras funções, a função de diretora social do Clube Caça e Tiro XV de Novembro e a de presidente da Casa de Amizade do Rotary Clube de Taió. Da OASE de Taió fui presidente por 14 anos seguidos, de 1975 a 1989, e depois também fui tesoureira. Em conjunto, toda a diretoria sempre procurou colocar em prática o tema da OASE, que é ¨Comunhão, Testemunho e Serviço¨ na seara do Senhor. No Conselho Regional da OASE da Região 2 atuei como secretária, 1ª. vice-presidente e, em outubro de 1995 ,fui eleita para o cargo de presidente regional.

Anuário: Quais as principais realizações durante os 14 anos na presidência da OASE de Taió? 

Erna: Uma delas foi a construção da Casa da OASE, em 1985. Por 22 anos, a partir de 1975 , fui presidente do Jardim de Infância Bom Pastor de Taió, que é da OASE. Deixei o cargo quando assumi a Prefeitura. Ao assumir a presidência do Jardim, providenciei em primeiro lugar a sua legalização, dando-lhe personalidade jurídica. Com isso ele ganhou registro junto a órgãos municipais, estaduais e federais e hoje atende 155 crianças de um a seis anos. Também já integrei o Conselho Fiscal da Comunidade de Taió e o Conselho da Diretoria do Hospital Regional de Rio do Sul.

Anuário: Tem compartilhado esta sua experiência de administração e liderança com outros grupos?

Erna: Fui convidada a dar palestras em vários congressos distritais, regionais e também nacionais da OASE sobre vários temas, sempre tendo como base a mulher na Bíblia, na família, na sociedade e na política. Nestas oportunidades sempre ressaltei a valorização da mulher e sua importância na história antiga e na atualidade. Também faço parte da equipe do programa de rádio Conversando com Você, um programa que é redigido por integrantes da OASE desde 1988.

Anuário: Quando iniciou a sua trajetória na política partidária e como se deu esta caminhada?

Erna: Fui vereadora por três mandados. Elegi-me pela primeira vez em novembro de 1982, pelo PDS, e pelo mesmo partido fui reeleita em 1988. Em 1992 fui novamente reeleita, desta vez pelo PPR. Como vereadora, sempre reivindiquei às autoridades municipais, estaduais e federais obras e recursos que viessem ao encontro dos anseios da população. Sempre trabalhei em favor da criança, do jovem adolescente, da mulher e da família taioense.

Anuário: Como transcorreu a sua campanha para prefeita? As mulheres da OASE e a sua paróquia tiveram alguma participação na campanha?

Erna: O envolvimento das mulheres na minha campanha foi decisivo e teve um papel preponderante na vitória. Enfrentei acirrada disputa e uma violenta campanha difamatória de meus adversários políticos. Mas o meu caráter, a minha formação moral, o meu conceito de cidadã e a doutrina cristã que sigo encontraram respaldo em todas as denominações religiosas numa das maiores diferenças de votos. 

Anuário: Quantas secretarias tem a Prefeitura de Taió e há alguma mulher no seu secretariado? Quantos são os vereadores? 

Erna: O nosso município tem 20 mil habitantes e a Câmara de Vereadores é composta por 11 edis — entre eles estão duas vereadoras. A prefeita tem cinco secretarias e três são ocupadas por mulheres.

Anuário: Como mulher e, principalmente como cristã, pretende imprimir uma maneira diferenciada na administração municipal de Taió?

Erna: No cargo que exerço, como prefeita, diariamente sou confrontada com os mais diversos problemas que existem em nosso município — meio ambiente, economia, idosos, crianças, escolas, doentes, abandonados, injustiçados e esquecidos. É um rosário de problemas. O que eu, como mulher que confesso Cristo como Senhor, posso fazer para amenizar um pouco esta miséria? Aqui estou porque o povo me elegeu e me confiou esta tarefa. A obra requer muita força. Mas não tenho medo, pois o próprio Cristo nos deu o exemplo e nos ensinou a servir ao outro. Cristo, porém, nos exorta a nos ajudarmos mutuamente, mas quer também que tudo o que fizermos seja feito por amor a ele.

Anuário: Qual a sua mensagem às mulheres da IECLB quanto à sua responsabilidade como cidadãs no mundo de que fazem parte?

Erna: Levar a mensagem do amor de Deus para os outros é a nossa missão. Portanto, vejo aqui a minha tarefa, minha opção de vida: a de estar à disposição de Deus com os meus dons e talentos, servindo-o dentro do cargo que me foi confiado, lembrando as palavras do apóstolo Pedro, que diz: ¨Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu.¨ 


Entrevista realizada por Ingelore S. Koch, jornalista do Jornal Evangélico, em março de 1997


Ver ìndice do Anuário Evangélico - 1998
 


Autor(a): Ingelore S. Koch
Âmbito: IECLB
Área: Missão / Nível: Missão - Sociedade / Organismo: OASE - Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas
Título da publicação: Anuário Evangélico - 1998 / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1997
ID: 33105
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