Programa de Articulação e Diálogo promove discussão sobre Brasil - desigualdades, direitos e desenvolvimento

08/11/2013


Como mobilizar para mudar a estrutura social do Brasil, se o país tem divulgado uma imagem de crescimento e de riqueza, onde praticamente não há mais problemas? Esta foi a pergunta colocada aos participantes da Roda de Diálogo, promovida pelo Processo de Articulação e Diálogo (PAD), em São Paulo (SP), nos dias 4 a 6 de novembro. A FLD participou do encontro, junto com outras organizações, como o Conselho de Igrejas Cristãs no Brasil (Conic), Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), Fase, Abong, Ibase, MAB, Koinonia, Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Pão para o Mundo (PPM), Ajuda da Igreja Norueguesa (AIN) e Heks.

Para enriquecer a discussão, foi apresentado o painel Impressões sobre o Brasil Real, com depoimentos emvídeo e presenciais sobre como fazer trabalho de articulação e incidência em uma conjuntura onde o governo tem aceitação de 82%. Este alto percentual torna mais difícil mobilizar a base em reação ao governo, mediante o notável crescimento econômico, onde o lulismo é um fato.

No primeiro dia de trabalho, o grupo compartilhou impressões sobre o Brasil pós-2013. As mobilizações de junho e julho, quando milhares de pessoas saíram às ruas em inúmeras cidades, relativizaram a pseudo boa imagem do Brasil. No Brasil Real, a Amazônia – que possui uma imensa biodiversidade, representa quase metade do território nacional, tem 20 milhões de habitantes e vários povos tradicionais – sofre com a concentração de terra e com a concentração de mortes violentas no campo (60-70% do índice nacional). NoBrasil Real, os megaprojetos – como a usina de Belo Monte – não representam desenvolvimento: agravaram conflitos sociais, com mortes de indígenas e quilombolas, e provocaram o aumento das ameaças a defensoras e defensores de direitos humanos. No Brasil Real, o governo fez uma opção clara pelo agronegócio, negando a necessidade e urgência da reforma agrária.

Resultados

No segundo dia de trabalho, os participantes debateram e construíram três desafios centrais para o PAD e seu planejamento estratégico até 2016:

• Aprofundar articulações nacionais e internacionais a partir de temas emergentes da democracia no cenário brasileiro e na cooperação ecumênica (Estado laico, direito à comunicação, reforma política, juventudes, novos atores, Relatório Pidesc, violações de direitos).

• Evidenciar as contradições do modelo de crescimento brasileiro e suas implicações na geopolítica internacional (BNDES, políticas sociais, relação sul-sul, investimentos).

• Integrar radicalmente a justiça sócio ambiental à discussão sobre desenvolvimento em articulação com o campo e cidade (Denúncia e incidência, desigualdade, DHESCAs).

O que é o PAD

O Programa de Articulação e Diálogo é uma iniciativa que reúne as agências de cooperação, entidades ecumênicas, movimentos sociais e organizações não governamentais. Uma das primeiras rodas de diálogo do PAD aconteceu em 1996. Desde 2010, seu tema institucional estratégico é Desenvolvimento e Direitos Humanos – Brasil Real. A coordenação executiva do PAD é formada por MAB, Koinonia, Inesc e Caid, que conduziram o encontro, apresentando uma síntese das rodas de diálogo anteriores e das oficinas de comunicação, promovidas no primeiro semestre de 2013 em diferentes regiões no Brasil.

Fonte: FLD
 

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