Semana da Luta Antimanicomial é tema de roda de chimarrão

Bom Pastor se junta à causa e discute o assunto com psicólogo, funcionários, atendidos e convidados

20/05/2015

Semana de Luta Antomanicomial - ABEFI - maio 2015
Semana de Luta Antomanicomial - ABEFI - maio 2015
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É um direito fundamental de todo cidadão com transtorno mental, conforme a Lei Federal nº 10.216/2001, ser tratado com humanidade e respeito, tendo acesso a um tratamento de saúde adequado, sem abuso ou exploração, para alcançar sua recuperação pela inclusão na família, no trabalho e na comunidade. Mesmo após as discussões sobre a Reforma Psiquiátrica, que no Brasil começou a tomar forma por volta de 1987, ainda existe um grande esforço da sociedade contra locais que fazem internações contra a vontade do paciente e ou não proporcionam um tratamento apropriado. De 17 a 23 de maio, é estabelecida a Semana da Luta Antimanicomial e para se unir à causa, a Casa de Acolhimento e Albergue Bom Pastor organizou uma roda de conversa com chimarrão, para dialogar sobre o assunto com o psicólogo da Abefi, Marcelo Breitenbach Jungbluth, funcionários, atendidos e convidados, nesta quarta-feira (20/05), às 14h, na sede da unidade, em Novo Hamburgo.

A ideia de trazer este tema para debate veio com o interesse dos atendidos do espaço, já que muitos deles utilizam os serviços de saúde da Rede Socioassistencial de Novo Hamburgo, explicou o psicólogo.

Atualmente problemas como depressão, estresse, doença do trabalho e muitas doenças físicas passam pelo campo da saúde mental. Marcelo esclareceu que muitas pessoas buscam o atendimento do médico clínico, porém existe uma resistência para a procura de certos profissionais como o psicólogo e psicanalista. “Muitas pessoas são encaminhadas aos serviços de saúde como CAPS, CAPS AD, CAPSi, ambulatório AD ou até mesmo passam por uma internação mais prolongada no Hospital Geral”.

Afinal, o que é considerado loucura e o que é normal? Para isso, Marcelo questionou a forma como eram e, como hoje, são oferecidos os serviços de saúde, argumentando que durante muito tempo, questões de saúde mental eram tratadas de outra forma. “Na antiguidade, crianças que nasciam com problemas mentais eram abandonadas, levadas ao sacrifício e ou deixadas em abrigos, assim como adultos que apresentassem problemas considerados anormais, ‘os loucos’, eram levados aos hospitais psiquiátricos, pois não deveriam circular entre os demais”. O profissional acrescentou que durante muito tempo os tratamentos foram inadequados e agressivos. “Muitas vezes eram experimentações, pois não se sabia muito bem do que se tratava. Muito tempo depois, começou-se a pensar que esta não era a melhor forma de tratar dessas questões e iniciou uma nova construção através dos serviços de saúde oferecidos, no qual os indivíduos não perdem o convívio com a sociedade, mas também não deixam de ter o auxílio necessário”, destacou.

Maria Margarete Macedo, que já foi acolhida pelo Bom Pastor e ainda mantém vínculos com o espaço, esteve presente na atividade e contou que sempre foi muito bem tratada e orientada pelos profissionais da casa, em relação aos seus problemas de saúde. “Eles são anjos na minha vida. Muitas pessoas aqui presentes possuem problemas e, por diversos motivos, perdem o contato ou laço com sua família, porque ela não sabe lidar com isso. Seria importante que todos que sofressem com isso, tivessem um espaço como este para ser bem tratado e aconselhado em suas dificuldades. Talvez muitos conseguiriam se recuperar mais facilmente. Como seria bom se todos tivessem a oportunidade que me foi dada. Aqui sempre encontrei um conselho, uma orientação”. Ela ainda enfatizou que se todos tivessem um suporte apropriado, o rumo de cada vida poderia ser diferente. “Se tivesse recebido antes este trabalho que é realizado pela entidade, talvez muita coisa que passei não tivesse acontecido”. O psicólogo lembrou que a equipe da unidade, sempre trabalha em conjunto para resolver os problemas. “Discutimos para tentarmos encontrar as melhores soluções, de acordo com cada caso apresentado. Levamos nossos atendidos nos serviços de saúde e auxiliamos no uso dos remédios que eles recebem”.

O estagiário de psicologia do Bom Pastor, Alex Sandro da Silva, aproveitou a oportunidade para mostrar na roda de chimarrão, um dos trabalhos desenvolvidos na Oficina Terapêutica de Geração de Renda e Artesanato da unidade, que confeccionou sacolas de papel decoradas. “É importante valorizarmos e respeitarmos a individualidade de cada um dos nossos atendidos nas atividades que promovemos”, ressaltou. Além disso, a atividade finalizou com a apresentação de uma canção, ensaiada na Oficina de Música, também desenvolvida pela entidade.

Fotos: Viviane C. Machado
Atenciosamente,

Viviane Custodio Machado
Jornalista Mtb 13162 / ABI 10170
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